sexta-feira, 29 de abril de 2011

Café brasileiro e a divulgação do nosso produto


Romoaldo de Souza

O governo brasileiro faz vista grossa para o marketing do café. Tem se dedicado mais a “vender” o país mostrando belas paisagens, praias, cachoceiras, Carnaval e mulheres com pouca roupa. Mas, falar do café que é bom, pouco se fala.

No programa desta sexta-feira, mostramos que infelizmente a falta de investimento na propaganda dos nossos Bourbon, Maragogipe, Novo Mundo e até mesmo do “Frevo” um café plantado em Taquaritinga no Norte, no Agreste de Pernambuco, não são divulgados lá fora.

O deputado Bruno Araujo (PSDB-PE) contou ao Café & Conversa que chega lá fora, escuta propaganda do café da Colômbia, do Kênia, da Costa Rica “mas pouco se escuta do nosso produto”.

É verdade. Só pegando um exemplo. Esse Café Frevo, do interior de Pernambuco, é distribuído no Rio de Janeiro pelo Armazém do Café. No agreste pernambucano, o Frevo é produzido sem qualquer tipo de agrotóxico, sem pesticida, o produtor molha a plantação com água da chuva e não se escuta qualquer divulgação desse feito.

Não se escutava. Hoje, na CBN Recife, falamos dessa necessidade de divulgar nosso café à

Um abraço! Bom café!

Broken Heart's Brodo - Capítulo 5


Ricardo Icassatti Hermano

No capítulo passado, o jantar de Raffaello e Carmem pegou fogo e quase acaba em desastre. Teve de tudo um pouco e quando achávamos que a coisa se encaminhava para um final romântico, eis que surge mais uma personagem. A Deusa ruiva, a Tsunami hollywoodiana, o escândalo sensacional, a maravilhosa Helga.

Quem é ela? Carmem se sentiu intimidada pela beleza fenomenal de Helga? E Raffaello? Qual será a explicação que ele dará? Existe algo entre eles? Ele mentiu novamente? Quem vai limpar aquela vomitada?

As perguntas são muitas e as respostas virão nos próximos capítulos. Hoje, chegamos ao quinto capítulo, metade da Blog-Novela. Aqui na redação, o feito foi comemorado com um bom café e queijo de Minas. Um brinde foi erguido em homenagem a todas as leitoras e leitores que participaram com sugestões, críticas e opiniões.

A música da trilha sonora neste capítulo está relacionada a história da esposa falecida de Raffaello. Você já deve ter notado que as músicas tiveram uma evolução qualitativa. Mas, isso não significa que as populares não voltarão. Leia o capítulo ouvindo a música. Agora, fiquem com a confusão que precisa ser resolvida.

Divirtam-se!



Broken Heart's Brodo
Capítulo 5

Uma semana havia se passado desde o jantar que Raffaello preparara para Carmem. O surgimento bombástico de Helga não deixou alternativa a Carmem senão ir embora. Raffaello telefonou no dia seguinte para dar explicações. Desde então, não se falaram mais. Carmem e Emília se encontram no cabeleireiro.

- Mas, ela chegou assim, na cara dura? E bêbada ainda por cima? - indigna-se Emília.

- Foi. Que cara de pau, toda atirada pra cima do Raffaello - responde Carmem.

- E o que ela estava vestindo? - se intromete Bernard.

- Não sei, um vestido vermelho mínimo, saltos altíssimos, maquiagem impecável, diamantes por todo lado. Não tinha nada barato ali. Nem o esmalte.

Josicleide, ou simplesmente Josi, se remexe no banquinho onde está sentada fazendo as unhas do pé de Carmem.

- Uau! Uma diva! - exclamou Bernard.

- E o Raffaello? O que ele disse? O que ele fez? - inquieta-se Emília.

- Ele até me disse para ficar e quem ia sair era ela, mas daí ela deitou no sofá, vomitou tudo e desmaiou.

- Aí não tinha jeito mesmo. Não tinha clima nenhum.

Bernard e Josi apenas concordaram com as respectivas cabeças.

- No dia seguinte, ele me ligou e contou quem era a ruiva, a tal da Helga.

- Conta logo menina! - exaspera-se Emília.

- Resumindo, ele me disse que se conhecem desde a pré-adolescência. Foram namorados quando ele tinha 18 anos e ela 14 anos. Já adultos, se reencontraram e voltaram a namorar. Quase se casaram, mas não deu certo. Uns dois anos depois, ele começou a namorar a moça com quem se casou. O casamento durou só dois anos, até ela morrer. Ele viajou, voltou e não sabe como a Helga foi parar lá na casa dele aquela noite.

- Essa Helga ainda é apaixonada por ele?

- Não sei. Mas, pelo jeito, parece que sim.

- Você sabe alguma coisa sobre ela?

- Nada. Nunca tinha visto antes. Mas, dois dias depois, ela me enviou flores e uma caixa de bombons Godiva, com um pedido de desculpas.

- Vamos fazer uma pesquisa no Google? A gente aproveita e investiga a vida desse Raffaello também. Meu sobrinho pode nos ajudar. Ele é nerd, hacker, estuda computação, essas coisas.

O sobrinho entregou um calhamaço de papel às duas ansiosas amigas. Lendo todo o material, ficaram sabendo que Raffaello era realmente escritor e tinha composto algumas letras de músicas que fizeram grande sucesso, o que lhe deu conforto financeiro para se dedicar a literatura. Também havia algumas matérias jornalísticas sobre torneios de Karatê que ele participara com destaque. Tinha ainda a notícia da morte da esposa.

Já a poderosa Helga ocupava quase todo o calhamaço. Filha da quarta geração de descendentes de colonos alemães que migraram para o Rio Grande do Sul, saiu ainda criança da pequena propriedade da família para estudar em Brasília. Dona de inteligência prodigiosa, fez uma carreira brilhante e meteórica no mundo dos negócios. Aos 28 anos de idade, era dona de um pequeno império no ramo petroquímico. Logo se tornou uma cidadã do mundo. Falava diversas línguas, negociava bilhões e era presença obrigatória em grandes eventos mundo afora. Emília e Carmem estavam com os queixos quase encostando no chão.

Na noite do jantar, Helga havia falado que estava numa festa chata e soube de um tal "Paulinho" que o Raffaello havia retornado da viagem. A festa chata era uma recepção ao presidente da França e o tal "Paulinho" era o ministro das Minas e Energia. Todos os três se conheciam desde a pré-adolescência. Carmem e Emília ficaram mudas por uns minutos.

- Amiga, a coisa não se vê boa ...

- Eu sei ... o que eu faço agora?

- Liga pra ele e marca outro encontro, oras. Mas você tem que se fazer de difícil. Homem precisa ter trabalho, tem que suar a camisa, pra dar valor.

Na semana seguinte, Raffaello e Carmem se encontraram numa cafeteria. Fazendo cara de quem ainda se sentia meio ofendida e com uma ponta de desprezo, ela queria saber mais detalhes da história dele com Helga.

- Nosso namoro, na fase adulta, terminou porque estávamos trilhando caminhos diferentes. Eu queria ser escritor e ela já estava começando a despontar como empresária, estava enriquecendo e pensou que poderíamos nos casar, pois dinheiro não seria problema. Na cabeça da Helga, o ideal seria que eu vivesse o resto da vida às custas dela e me dedicasse ao meu trabalho de escritor. Mas, as coisas não são assim. Não conseguiria viver dessa maneira. Acabaria matando a minha carreira com tanta mordomia e deixaria de ser eu mesmo. Hoje, talvez fosse diferente, pois não dependo de ninguém. Mas, hoje também é outro tempo.

- E quando você conheceu a sua esposa?

- Foi uns seis meses depois. Juliana era música clássica, tocava fagote e flauta doce numa orquestra especializada em música barroca. Eu chamava de "música dos anjos e dos santos". Ela tocava divinamente. Nos conhecemos num estúdio de gravação, onde as músicas que fiz a letra estavam sendo gravadas. Juliana foi gravar uma peça no estúdio ao lado. Nunca esqueci, chama-se "Paixão segundo São Mateus", de Johann Sebastian Bach. Fiquei absolutamente deslumbrado ... e foi amor instantâneo.

Carmem foi chegando mais para perto de Raffaello. Ele fingiu que não percebeu. A conversa evoluiu para outros assuntos. Quando se deram conta estavam quase colados. Raffaello segurou suavemente o rosto de Carmem e deu-lhe um longo beijo.

- Já tem um tempo que eu realmente gosto de você, Carmem ...

- E eu te achei intrigante ...

- Já me chamaram de muita coisa, mas "intrigante" é a primeira vez.

Pagaram a conta e se dirigiram para o apartamento de Carmem. Viraram a noite entre a cama e a varanda. Quando o sol começou a afugentar a noite, Raffaello se vestiu para ir embora. Tinha trabalho a fazer e ela também.

- Você vai mesmo embora?

- Tenho que ir.

- E se você ficasse e dormisse abraçado comigo?

- Você não me aguentaria e me mandaria embora de qualquer jeito.

- Como assim? Por que?

- Acho que sou carinhoso demais. Ia ficar te beijando e te carinhando sem parar. Você não iria conseguir dormir e acabaria me expulsando daqui mesmo.

Carmem não se levantou da cama. Apenas sorria feliz. Raffaello foi até ela, beijou-a e se despediu. Sem promessas, sem compromisso, sem agenda, sem data para outro encontro. Apenas saiu. Ela fechou os olhos, exausta, e dormiu o melhor sono dos últimos anos. Nem precisou do sonífero habitual. Nem se lembrou. De mais nada.

Éééé, caras leitoras e caros leitores. Será que o nosso casal conseguiu encontrar o que tanto procura? Atingiram o equilíbrio? O amor floresceu? Carmem tentou se fazer de difícil, mas parece que não funcionou como o planejado. Raffaello revelou que já gostava de Carmem há algum tempo. Ela vai corresponder? E a Helga? Vai voltar?

São muitas perguntas e as respostas estão com vocês, que gentilmente têm colaborado para o desenrolar da minha, da sua, da nossa Blog-Novela Broken Heart's Brodo. Continuem enviando suas sugestões, críticas e dicas preciosas. Vocês já viram que estão sendo aproveitadas na medida do possível ou do que a trama permite. E como diz o Romoaldo todas as manhãs em nosso quadro na CBN Recife: Um abraço! Bom café!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Café para o bom humor



Romoaldo de Souza


O Dia Nacional da Prevenção e Controle da Hipertensão me fez lembrar um estudo recente apresentado pelo professor Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, em Israel, que recomenda três xícaras de café para reduzir a proteína que provoca ataques cardíacos e AVCs – acidentes cardiovasculares.


Na CBN Recife, nesta quarta-feira, Café & Conversa resgatou esse estudo lembrando que pesquisadores já concluíram cientificamente o que a gente já tinha descoberto na prática: o café é um aliado até para combater a acidez do humor.


Para escutar o programa, clique aqui






Um abraço, bom café!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Café e chocolate... Como é o seu?



Romoaldo de Souza


A ouvinte e leitora Kel Weiss gostou da nossa dica para harmonizar café e chocolate lançada na semana passada, pensando na Páscoa e em todos esses chocolates que os brasileiros estão comendo.


A gaúcha reconhece que "essa harmonização está longe de ser uma ciência 'exata', mas a 'conclusão geral', é que um café com notas mais frutadas/cítricas e corpo mais suave vai melhor com os chocolates com menos cacau e com predominância floral [no caso dos que provei, o "Alpaca", 66%], enquanto o café mais encorpado com notas mais "amadeiradas" [algo de nozes, algo que lembra tabaco] combinou muito com os mais intensos, como o "Abinao" [85%] em que realmente predomina o amargor e um sabor tânico, ou com um intermediário."


E você, como harmoniza café com chocolate. Faça seu relato que a gente conta aqui e na CBN Recife.


Para ouvir o programa que o Café & Conversa preparou para você, nesta terça-feira, clique aqui.




Um abraço! Bom café!

Broken Heart's Brodo - Capítulo 4


Ricardo Icassatti Hermano

Estão gostando da Blog-Novela? Eu estou adorando escrevê-la com a valiosa ajuda das nossas leitoras. São mulheres sensíveis, gentis e inteligentes de todo o país que nos enviam opiniões, críticas e sugestões valiosíssimas para a composição da personagem Carmem. Até para o Raffaello tem sobrado sugestões. Os leitores agora também estão se engajando e enviando suas observações.

A trama está esquentando e hoje a nossa heroína vai ao apartamento do charmoso homem de coração partido. O mistério do sumiço de Raffaello será desvendado? Carmem terá bom senso? A amiga Emília está na retaguarda, colada ao telefone para qualquer eventualidade. Vamos torcer para que tudo saia bem.

Desculpem o tamanho do texto relativo à trilha sonora deste capítulo. Houve um upgrade na qualidade musical e a letra dessa canção merece ser traduzida porque se casa perfeitamente com o momento vivido pelos nossos já queridos personagens.

Agora eu entendo o que os autores de novela falam sobre como se apaixonam pelos seus personagens e como é difícil dizer adeus a eles depois. Ouçam a música e leiam a letra, que está em inglês, com a tradução logo em seguida. O texto do capítulo 4 está logo abaixo. Divirtam-se : )


Shave Yo' Legs
Keb' Mo'

You don’t need no fancy tricks / Você não precisa de truques extravagantes
Painted eyes or glossy lips / Olhos pintados ou lábios brilhando

I love you just the way you are / Eu te amo do jeito que você é
Hope you don’t mind my beat up car / Espero que não se importe com meu carro batido

You don’t need to change your dress / Você não precisa mudar seu vestido
You don’t need to change your shoes / Você não precisa mudar seus sapatos

Don’t try to hide your natural looks / Não tente esconder sua aparência natural
Forget about the cover let me read the book / Esqueça a capa, deixe-me ler o livro

Don’t get me wrong I like them heels / Não me entenda mal, eu gosto de saltos altos
But the way I feel is the way I feel / Mas o jeito que eu sinto é o jeito que eu sinto

You don’t need to change your dress / Você não precisa mudar seu vestido
You don’t need to change your shoes / Você não precisa mudar seus sapatos

Go ahead be wild and free / Vá em frente, seja selvagem e livre
You don’t have to shave yo’ legs for me / Você não tem que depilar suas pernas para mim

Hunnybabe don’t starve yourself / Meu amor, não passe fome
You’re lookin good you’re lookin well / Você é bonita, você está bem

And I’m proud to have you by my side / E eu estou orgulhoso de tê-la ao meu lado
Glad to have you in my life / Feliz por ter você na minha vida

You don’t have to clean my house / Você não tem que limpar minha casa
You don’t have to wash my clothes / Você não tem que lavar minhas roupas

Go ahead be wild and free / Vá em frente, seja selvagem e livre
Cause you don’t have to shave yo’ legs for me / Porque você não tem que depilar suas pernas para mim

You’re an angel / Você é um anjo

You don’t have to read them magazines / Você não tem que ler essas revistas
You already know how to get to me / Você já sabe como chegar em mim

Just be yourself and I will too / Apenas seja você mesma e eu também serei
That’s all we really have to do / Isso é tudo que realmente precisamos fazer

You don’t have to be ashamed / Você não tem que se envergonhar
You don’t have to hide your knees / Você não tem que esconder seus joelhos

Go ahead be wild and free / Vá em frente, seja selvagem e livre
You don’t have to shave yo legs for me / Você não tem que depilar suas pernas para mim

Now go ahead be wild and free / Agora vá em frente, seja selvagem e livre
You don’t have to shave yo legs for me / Você não tem que depilar suas pernas para mim




Broken Heart's Brodo
Capítulo 4

Ao se arrumar para o jantar, Carmem avaliou o que seria preciso para parecer bem. Resolveu usar o barbeador para se depilar, apenas o necessário. Uma coisa assim emergencial. Cabelos e unhas OK, ela achou melhor não complicar. Maquiagem leve, umas gotas de Chanel nº 5 e cabelo solto, ainda úmido do banho. Uma calça comprida, uma blusa de seda, um colar de pérolas, brincos e pronto.

Afinal, ela tinha apenas 37 anos de idade. Estava distante de ser uma "gatinha", estava acima do peso, mas longe de ser idosa, como às vezes achava.

Raffaello dava os toques finais na comida que fumegava cheirosa na panela, quando a campainha tocou. Ele olhou o relógio, que marcava 21h37. "Pontual. Gostei", pensou consigo mesmo.

- Oi Carmem. Benvinda à minha casa. Você está linda!

Beijos estalam nos rostos.

- Ah, obrigada ... demorei muito?

- De jeito nenhum. O jantar está quase pronto. Dá tempo de tomarmos uma taça de vinho e batermos um papo. Ou você prefere outra bebida?

- Por enquanto, só água.

- Com gás ou sem gás?

- Sem.

- OK, por favor sente-se. A casa ainda tem pouca coisa. Estou montando aos poucos.

Raffaello liga o som e vai buscar a água. Enquanto o jazz suave preenche a sala, Carmem escaneia o ambiente. Meia luz de abajur, um sofá, uma mesa de centro, uma estante desarrumada repleta de livros e CDs, alguns quadros apoiados no chão, uma TV com os aparatos eletrônicos habituais e uma mesa de jantar simples. Nenhuma planta. "Parece que está montando mesmo", pensou.

- Pronto, a sua água.

- Obrigada. Mudança recente?

- A mudança sim, mas o apartamento já tenho há alguns anos. Estava alugado. Viajo muito, você sabe.

- E as coisas que você me disse ter comprado em Nova Iorque para o apartamento?

- Pouca coisa, como você pode ver. Essa aparelhagem para a TV e utensílios para a cozinha. Gosto de cozinhar de vez em quando para os amigos.

- Aposto que a sua cozinha é toda high tech.

- Não, não ... na verdade, ela é até bem rústica. Tem alguns aparelhos sim, mas eu não sou um chef. Minhas receitas são bem básicas, nada sofisticadas. Quer conhecer?

- Não só a cozinha, né? Quero conhecer o apartamento todo.

- Vamos fazer um tour então.

Satisfeita a curiosidade, o tour para na cozinha. Ali Carmem viu o quanto Raffaello gosta de cozinhar. Completamente equipada, sem exageros. Realmente tinha um ar rústico, lembrando a Toscana, e destoava do restante do apartamento que tinha apenas o básico. "Bom, gay ele não é, senão estaria tudo com decoração clean, impecável", pensou. Ele verifica o andamento do jantar nas panelas e pede a ela ajuda para arrumar a mesa.

- Qual é o cardápio?

- Hoje eu preparei um jantar à moda italiana com inspiração oriental. Teremos o Primo Piatto, o Secondo Piatto e a Dessert.

- Hummm, que delícia! E quais são os pratos?

- O Primo Piatto é uma refrescante salada de melancia e queijo Feta. O Secondo Piatto é uma pasta com cogumelos ao molho de limão e gengibre, com inspiração oriental. E a Dessert (sobremesa) será queijo Brie assado com geleia de blueberry. Que tal?

- Uau! - exclamou Carmem, já salivando.

O jantar transcorreu tranquilo. Carmem gosta de comer bem, apreciou cada garfada e não fez questão de disfarçar o prazer que sentia. A culpa, deixou só para ela mesma. Os pratos eram levíssimos e não pesaram no estômago, mas também eram ricos em sabor, textura, aroma e exotismo. Raffaello tinha as manhas ...

Ao final, Raffaello serviu um café feito na cafeteira French Press. O grão especial, um Bourbon Amarelo do Sul de Minas Gerais, foi moído na hora e o perfume inebriante invadiu todo o apartamento. Em seguida, ele convidou Carmem para irem até a pequena varanda saborear um cálice do licor Baileys. Tinha início a madrugada.

- Essa varanda é um dos meus dois lugares prediletos neste apartamento. Quando quero relaxar, vou para a cozinha. Quando quero meditar, pensar, refletir, venho para a varanda.

- Mas, onde você se senta?

- No chão.

- No chão?

- É. Olha só.

Raffaello foi até o quarto e voltou com um enorme edredon, que cobriu quase todo o chão da varanda. Depois trouxe algumas almofadas. O céu estava limpo e estrelado. A lua cheia lutava com a escuridão e deixava o céu completamente azul. Brasília é bonita assim.

Na conversa que se seguiu, Carmem soube que Raffaello foi piloto de corridas, é escritor de livros e de letras para músicas, gosta de fotografar, filmar e pratica artes marciais desde criança. Sua presença no mesmo edifício em que ela trabalha se devia ao fato da sua editora estar no mesmo prédio.

- E a sua família - quis saber Carmem.

- Meus pais já morreram. Tenho uma irmã que mora na França. Daí a minha ida a Paris. Queria vê-la e às minhas sobrinhas. Aliás, tenho uma confissão a fazer.

- É? Qual? (surpresa)

- Eu não fui a Bali para surfar.

- Ah não?

- Não. Fui à Índia.

As pupilas de Carmem dilataram. O coração aumentou o ritmo. Sua curiosidade acabara de ser irremediavelmente incitada.

- Ah é? (piscando nervosamente os olhos) Não sabia que tinha surf na Índia.

- É uma longa história. Quer ouvir?

- Claro ...

- Eu era casado até uns meses antes de nos encontrarmos naquela livraria.

O queixo de Carmem caiu.

- Separou? Divórcio?

- Não ... ela faleceu ... um aneurisma ... fulminante ... o médico disse que ela não sentiu nenhuma dor e foi instantâneo.

O rosto de Raffaello foi tomado pelo ar de tristeza que Carmem já conhecia.

- Nossa, que coisa terrível ...

- Tínhamos comemorado dois anos de casamento naquele dia. Estávamos assistindo um filme na TV, ela deitou-se no meu colo e pediu um beijo. Nos beijamos longamente e quando terminamos ela disse que me amava. Ela sempre dizia isso depois que nos beijávamos. Eu a olhei nos olhos. Os olhos dela começaram a se encher de sangue e ...

Raffaelllo não conseguiu continuar. Lágrimas encheram discretamente seus olhos, que se viraram em outra direção. Carmem chegou mais para perto e colocou a mão em seu ombro.

- Meu Deus, que tristeza ... que tragédia ...

- Ela sempre quis conhecer a Índia. Era fascinada. Fazia Yoga, meditação. E a culpa foi minha. No aniversário dela, dei de presente uma caixa com 365 cartões postais da Índia. Ela me pedia para irmos até lá, mas sempre havia uma urgência qualquer, outra prioridade. Seis meses depois da morte dela, fiz a viagem que ela tanto quis.

Carmem estava atônita. Havia se preparado para desancar o "mentiroso". E agora? A história rasgou seu coração em mil pedaços. Lágrimas derretiam o rímel. Ela logo procurou a bolsa e retirou de lá a salvação na forma de uma caixa de lenços de papel.

- Fiquei seis meses vivendo como um zumbi. Não sabia em que acreditar, onde buscar forças. É uma dor que não cessa. Mas, com o tempo, a agonia foi diminuindo e a vida voltando ao normal. Depois da Índia, minha alma encontrou alguma paz. Estou até escrevendo outro livro.

- Eu ... eu ... nem sei o que dizer ...

- É difícil mesmo. Desculpe pela pequena mentira, mas achei melhor não tratar desse assunto lá no seu trabalho. Por isso estou te contando agora. Você me perdoa?

- Snif! Perdoar? De que?

- Mas, não vamos ficar nesse astral triste, né? Deixa eu botar uma música mais animada.

Era a deixa para que Carmem se recompusesse.

- Vou ao toilette ...

- Sim, claro. É bem ali, à direita.

A campainha toca enlouquecidamente, seguidas vezes. Raffaello cruza na sala com Carmem.

- Nossa! O que houve? Algum problema?

- Não sei. Não estou esperando ninguém.

Raffaello abre a porta. Uma ruiva escultural, cabelos longos, pele branca como a neve, num vestido tomara-que-caia vermelho que só fazia realçar suas curvas perfeitas. Saltos altíssimos, colar e brincos de brilhantes, batom vermelho, olhos azuis da cor do céu. Na mão esquerda, uma garrafa de champanhe Veuve Cliquot ... Brut. A Deusa estava completamente bêbada. Carmem com o queixo caído, mais uma vez.

- Helga? O que você ...

- Oi bonitão ... - disse a ruiva, já enlaçando o pescoço de Raffaello para não cair.

- O que você quer, Helga? A essa hora da noite? Como descobriu meu endereço?

- Eu tava numa fexta muuuuuuuiiiiito chata ... aí o Paulinho me disse que voxê tinha voltado pra cá ... deu saudade ... tô aqui ... a noite tá só começando ...

Helga foi logo entrando e deu de cara com Carmem, completamente estática.

- Ups ... quem é a gordinha, Raffa? Cheguei numa hora ruim?

Carmem poderia aguentar muita coisa, mas ser chamada de "gordinha" não. Rapidamente pegou sua bolsa. Helga se deitou languidamente no sofá. Parecia uma atriz hollywoodiana.

- Escuta aqui ô sua ... gordinha é a ...

- Carmem, calma.

- Acho melhor eu ir embora ...

- Peraí Carmem, não vai embora não. Quem vai embora é ela.

Helga vomita demoradamente no chão e sobre a mesa de centro. Desmaia em seguida.

- Raffaello, eu não sei o que está acontecendo, mas é melhor eu ir agora.

- Carmem, eu não sei o que essa louca está fazendo aqui. Eu posso explicar.

- Tá bom. Me liga amanhã.

Ao entrar no elevador, Carmem pega o celular e liga para Emília, sua melhor amiga de plantão.

- Emília?

- Tá tudo bem?

- Não! Tá tudo mal!

Carmem não contém as lágrimas ...

E agora? Que raios está acontecendo? Quem é Helga, essa Deusa ruiva? Qual é a história dela com Raffaello? E Carmem? O que estará pensando disso tudo? Como esse imbroglio vai terminar? Será que vai terminar mesmo? Que confusão!

Essas e outras encrencas você só encontra aqui no seu blog predileto. Portanto, fique de olho e acompanhe todas as terças e sextas-feiras o desenrolar da minha, da sua, da nossa Blog-Novela Broken Heart's Brodo. E como diz o Romoaldo todas as manhãs em nosso quadro na CBN Recife: Um abraço! Bom café!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Café de grife na sua cafeteria


Romoaldo de Souza

Está pensando em montar uma cafeteria? O café que você está servindo não agrega valores nem atrai clientes? Quem tal procurar a consultoria de quem só faz isso.

Selecionar grãos, ir nas fazendas, preparar blends são atividades que estão sendo feitas por profissionais dedicados e vão colocar a marca da sua cafeteria no café que você vende.

Clique aqui, para escutar o podcast veiculado, hoje, na CBN Recife.



Um abraço, bom café!


sábado, 23 de abril de 2011

13 Assassinos. Ou seria melhor: 13 Samurais?


Ricardo Icassatti Hermano

Feriadão chegou em boa hora. Pude me dedicar à Blog-Novela Broken Heart's Brodo, rever velhos amigos e assistir uns filmes. Dentre eles, um filme japonês que um amigo residente nos EUA me trouxe em DVD. Ainda não estreou no Brasil.

Conhecedor da minha dedicação às artes marciais e ao Bushido, o velho amigo não titubeou em me presentear com o filme 13 Assassinos. Eu sei, o nome parece muito forte e realmente não exprime com precisão a história que vi. Para mim, seria melhor 13 Samurais.

Cartaz do filme, em japonês

O filme conta de maneira dramática um fato real, que marcou o final da era feudal dos shogunatos no Japão e deu início à Era Meiji. Um Shogun psicopata, que era quem mandava no Japão feudal, não mede consequências ao dar vazão à sua crueldade. A cultura japonesa de hierarquia e obediência sem questionamentos e a psicopatia do Shogun acabam levando a um impasse político.

Vai encarar?

Para piorar, esse Shogun estava para assumir o trono e se tornar imperador do Japão. A saída, nesse caso, se configura na eliminacão do Shogun visando o bem geral. Mas, isso não é uma tarefa simples. Estamos falando de um Japão feudal. Assim, um nobre é encarregado de recrutar um Samurai da sua confiança para executar o serviço. Esse Samurai fica responsável por recrutar outros Samurais e montar o grupo que vai matar o Shogun.

O recrutamento do primeiro Samurai é sensacional

É a esse grupo que o título do filme faz referência. Aí o filme se desenrola. Governantes psicopatas são bem conhecidos de todos. No Brasil tivemos alguns, mas ainda bem que não chegavam a serial killers. Embora não tenham deixado de matar milhares de outras maneiras. Estão aí a dengue, a lepra, a tuberculose, as estradas, os hospitais, a corrupção, as drogas, o crime que não me deixam mentir.

O pau canta, o couro come e a espada corta

O filme é excelente, pois aborda vários pontos do Bushido, estratégias de guerra e tem cenas fantásticas de luta. Valeu cada segundo. Estou gostando cada vez mais dos filmes japoneses. A direção é de Takahashi Miike, um diretor considerado cult que já andou pela seara dos filmes de ação com a Yakuza e de terror. Atuam nos principais papéis Kôji Yakusho, Takayuki Yamada e Yusuke Iseya.

Quando chegar aos cinemas brasileiros, não percam. Eu vou assistir novamente porque deve ficar demais na tela grande. O Café & Conversa assistiu, gostou e recomenda para toda a família. Filmaço! Veja o trailer.