Romoaldo de Souza
Com essa ventania que está batendo aqui pela região do Lago Norte de Brasilia, eu "puxei" pela memória de um making off hilário de Tom Jobim brincando com Edu Lobo na gravação de Vento Bravo.
Antes do diálogo dos dois excelentes compositores com a canção de autoria de Edu e Paulo César Pinheiro, Tom Jobim reclama da pronúncia de parceiro, acha a Kátia, a contra-regra "bonitinha", e quando a maquiadora vai passar pó no rosto de Edu Lobo, Jobim brinca:
- Tira o brilho e traz o pó - e segue degustando uma cerveja suavemente gelada.
Depois eles sorriem quando falam de uma "dublagem quente", "pianinhos de brincadeira". Impagável.
"Tira o flugelhorn", brinca Tom se referindo a esse instrumento de sopro da família dos trompetes
Vento Bravo
Edu Lobo e Paulo César Pinheiro
Era um cerco bravo, era um palmeiral,
Limite do escravo entre o bem e o mal
Era a lei da coroa imperial
Calmaria negra de pantanal
Mas o vento vira e do vendaval
Surge o vento bravo, o vento bravo
Era argola, ferro, chibata e pau
Era a morte, o medo, o rancor e o mal
Era a lei da Coroa Imperial
Calmaria negra de pantanal
Mas o tempo muda e do temporal
Surge o vento bravo, o vento bravo
Como um sangue novo
Como um grito no ar
Correnteza de rio
Que não vai se acalmar
Se acalmar
Vento virador no clarão do mar
Vem sem raça e cor, quem viver verá
Vindo a viração vai se anunciar
Na sua voragem, quem vai ficar
Quando a palma verde se avermelhar
É o vento bravo
O vento bravo
Como um sangue novo
Como um grito no ar
Correnteza de rio
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar.
Saudades desses gênios da MPB, muito bom rever estes momentos.
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