segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Além da Vida - Clint Eastwood é um craque


Ricardo Icassatti Hermano

Clint Eastwood é um dos poucos e verdadeiros craques do cinema. Ator, diretor, roteirista, compositor de trilha sonora, produtor. O cara chuta com as duas, cabeceia, dribla e faz o gol. Aliás, só faz golaço, desde os tempos de faroeste italiano e do politicamente incorretíssimo Dirty Harry, que causa arrepios em almas sensíveis com seu Smith Wesson Magnum .44.

Almas sensíveis e com preocupação social ficam
todas molhadinhas quando encaram esse cano

Mas, Clint também faz bonito quando é preciso carregar na sensibilidade. A sua obra cinematográfica está aí para quem quiser comprovar. É o caso do seu mais recente filme, Além da Vida (Hereafter), que está em cartaz em algumas salas da cidade e disputa espaço com animações infantis. Férias de Verão. Saco ...

Cartaz do Filmaço

O filme trata de um assunto ingrato para a maioria dos ocidentais: a morte e a eterna dúvida sobre a possibilidade de uma vida após a morte do corpo físico. O assunto é polêmico e incômodo porque temos (muito) medo da morte. A certeza sobre a continuação da vida em outra existência parece ter efeito relaxante e aplacante sobre esse medo.

Graças a esse medo primordial, evitamos falar sobre a morte e quando chega a hora só temos o desespero e a tristeza. Agimos como se não soubéssemos que essa hora chegará, queiramos ou não, quando deveríamos ser educados a respeito desde o primeiro ano de escola.

Fala-se muito em educação sexual, perdemos tempo em discussões infindáveis sobre casamento entre homossexuais e não falamos em educar para a velhice a para a morte. Optamos pela perpetuação do medo e do sofrimento. Certamente há uma lógica perversa por trás disso.

O filme poderia facilmente descambar para um thriller, para o terror barato ou simplesmente cair no ridículo da pieguice. Mas, isso jamais aconteceria nas mãos competentes de Clint Eastwood. A condução do tema é segura e consegue captar de maneira surpreendentemente simples o sofrimento que abate aqueles que ficam e têm de lidar com a dor da perda e com a sobrevivência.

Se tem um cara que sabe o que faz, ele é o Clint Eastwood

O filme também repete uma dupla de trabalho que está se consolidando como uma das mais bem ajustadas do cinema americano. É a dupla Clint Eastwood, na direção, e Matt Damon, como protagonista e neste filme atuando como o vidente George Lonegan. Ele consegue estabelecer contato com os mortos e transmitir recados para os vivos. A cada filme, o trabalho da dupla só melhora.

Clint e Matt, uma dupla sensacional

Muita gente acha que o dom da vidência é uma benção. Na verdade, como bem explica George Lonegan no filme, está mais para uma maldição. As pessoas costumam ver esse tipo de dom pelo prisma do poder que podem ter. Não se dão conta do preço a pagar. Saber tudo sobre o outro não é uma coisa desejável. Mas, o poder exerce esse fascínio corrompedor sobre as pessoas. Fazer o que ...

Bryce Dallas. Diz aí. É gata ou não é?

O filme ainda conta com a participação da gata francesa Cécile De France, no papel da jornalista e escritora Marie Lelay, e da gata americana Bryce Dallas, como a curiosa Melanie. Além disso, tem a dupla de garotos gêmeos que arrebenta na interpretação, os ingleses Frankie e George McLaren, nos papéis de Marcus e Jason.

Esses moleques dão um show

O Café & Conversa assistiu, se emocionou e recomenda na categoria FILMAÇO. Não esqueça de levar um lenço ou vários. Veja o trailer.



Um comentário:

  1. Kassati, eu não estava afim de assistir, mas agora fiquei com vontade de correr para o cinema.
    Bj
    Carmensita

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