Ricardo Icassatti Hermano
Todo mundo que escreve regular ou profissionalmente tem seus ritos, manhas, esquisitices, manias e superstições. Quando se trata de escrita pessoal e não profissional, eu fico enrolando um tempão até que algo "baixe" em mim e o texto aparece na minha mente.
Os(as) leitores(as) impacientes reclamam um bocado, porque querem ler logo. Mas, é assim que as coisas funcionam comigo e não adianta reclamar. Mais adiante vocês vão entender porque é assim e como isso funciona.
Café recém-torrado ... hummmm ...
Foi assim com os textos do último final semana. No sábado, o Café & Conversa foi convidado para um almoço e degustação de café na Fazenda Santa Rosa, localizada a 60 quilômetros de Brasília em uma região muito bonita das terras mineiras, entre 950 e mil metros de altitude. Há 15 anos o proprietário da fazenda, Eurípedes Fontenelle de Mendonça, planta café. Mas, há apenas oito meses resolveu investir pesado em marca própria: o Café Fontenelle.
Café embalado em grão e moído. Procure no seu supermercado favorito.
A fazenda tem 300 hectares, sendo 40 hectares ocupados por 180 mil pés que produzem 50 sacas por hectare em média dessa frutinha maravilhosa chamada café. O tipo é o Catuaí Vermelho.
Plantação de café Catuaí na Fazenda Santa Rosa
O empreendedor Eurípedes investiu pesado e implantou uma estrutura industrial na própria fazenda, que vai do plantio, passa pela colheita mecânica, despolpação, seca, seleção eletrônica, torra e embalagem. O café sai em grão e moído. A torra mais forte foi uma exigência do mercado consumidor.
Tem algo de bom, bonito, cheiroso e gostoso numa pilha de sacas de café
Fui muito bem acompanhado por Marcelo Terra Peixoto (Santa Pizza) e o restauranteur Francisco Ansiliero (Dom Francisco). Lá na fazenda nos aguardava um almoço preparado especialmente pelo chef Paulo Vitor Guedes, recém-chegado da Itália, onde foi aperfeiçoar técnicas e aprender novas receitas com que nos deliciou.
Paulo Vitor e sua esposa Luciana Guedes, um casal bacana que tem futuro
O cardápio? Prestem bem atenção. Tudo começou com delicado e delicioso Creme de Melão com Speck e Dill. Em seguida, foi servida uma Velutatta de Batata com Mussarela de Búfala perfumada com Óleo de Baunilha. Modificado para mim, pois o original leva camarão e eu sou alérgico, um dos pratos principais foi Risotto de Chá Earl Grey com Lula e Raspa de Limão. O prato seguinte foi Cuzcuz Marroquino com Paleta de Cordeiro ao Molho de Cerveja Preta. O almoço prosseguiu com a sobremesa Pêra ao Vinho Tinto e Creme Chantilly. Logo me lembrei da cena com chantilly do filme "Bastardos Inglórios" ...
Não deixa o Tarantino ver isso ...
Para encerrar a comilança, moí os grãos e preparei o café na French Press. O Café Fontenelle tem qualidades que certamente agradarão o consumidor padrão. É bastante suave, não agride o paladar. Tem aroma levemente frutado, baixa acidez e final adocicado. Reúne as condições para competir ombro a ombro com pesos pesados da indústria nas gôndolas dos supermercados. Além disso, conta com o esforço da Roberta Teixeira, que representa comercialmente a marca.
Eurípedes explica como opera a selecionadora eletrônica de grãos
Eurípedes bem que tentou ser diferente, mas não conseguiu negar o DNA que vem desde o bisavô John Sanford, que plantava café na Serra da Meroca, em Sobral, no Ceará. O bisneto enveredou pelo setor de transporte de carga, mas por influência do tio Maurício Sanford Fontenelle, vendeu a empresa e investiu na fazenda. Não quer fazer outra coisa na vida. Sorte nossa, que precisamos de mais e mais gente que invista no café brasileiro.
Muita informação sobre o processo industrial de beneficiamento do café
Maravilha de programa!
ResponderExcluirOlá Ricardo,
ResponderExcluirQue legal este post com a gente.
Parabén pelo blog, cheio de assunto e eventos interessantes.
Vamos manter contato, nosso email é lulialmeida@hotmail.com
abraços
Luciana e Paulo Vitor Guedes