Sexta-feira (27), 4h30, leitora do Café & Conversa para, pede um café espresso, numa alinhada cafeteria do Shopping Tacaruna, em Recife. Logo em seguida, a atendente chega, o café está cremoso como deveria. Acompanhando a xícara, tinha uma guardanapo asseado, um biscoitinho de chocolate e um copinho com água com a gás.
Sempre muito atenciosos, os atendentes do Saborella do Casa Park, em Brasília, explicam direitinho o sentido, o significado desse copinho com água com gás
É costume as cafeterias colocarem um biscoito, um pedaço de chocolate, algumas deixam a disposição do cliente casca de laranja cristalizada, tudo para agradar o freguês. Eu, particularmente, dispenso. Acho que tudo isso, chocolate, biscoitinho, laranja cristalizada, interfere no sabor do café.
Para saber mais o que se passou com nossa leitora Andrea Borba, escute o podcast:
Prefiro só café, sem os adereços do chocolate, do biscoitinho. E, claro, água com gás. Agora, o café estou preferindo carregar minha xícara para divulgar o blog Café & Conversa
Estava fazendo uma busca na internet quando me deparei com esse poema de Liliana Jardim:
"Quando o Suspiro me Fala"
Quando o suspiro me fala
no silêncio da tua voz
a razão cobre-se de mudez
e o meu olhar reconstrói
as formas
da minha insensatez
No murmúrio dos ventos
e no carpir das chuvas,
o suspiro esvai-se
nas águas mansas do rio
na suavidade das brumas
E estes lábios ressequidos,
aqueles que nunca beijaste
crispam-se dolorosos
amarfanhando o grito
da minha pequenez
Quando o suspiro me fala
veste a minha alma
de total nudez
De cara, me vieram duas lembranças, Luis Buñuel e um suspiro, propriamente dito, feito de café. Sobre o cineasta e escritor espanhol (22-02-1900 - 29-07-1983) a memória me levou a El Ultimo Suspiro, livro que coroa bem anos de trabalho e amizade com Jean-Claude Carrière. Quem não se lembra de Belle de Jour e O Discreto Charme da Burguesia, obras que escreveram juntos. Mas voltando ao Último Suspiro, o livro, Buñuel e Carrière dão uma visão própria, intimista, do grande cineasta espanhol.
Aproveite as férias e dê uma vasculhada nas páginas desse belíssimo trabalho. Suspire depois
Bom, a para terminar, o suspiro com café. Eu peguei uma receita publicada no site Almanaque Culinário, espero que gostem! Escutem o podcast e dêem seus próprios suspiros!
Agora, se você, realmente, quer inspiração para preparar essa receita de suspiro com café, ler Buñel, e vasculhar o blog do Café & Conversa, eu recomendo um bom café
Um abraço, bom café!
Ingredientes:
- 4 claras;
- 10 colheres de açúcar;
- 5 colheres de café.
Modo de preparar
Bata as claras com o açúcar e o café em banho-maria até obter um suspiro firme.
Retire do banho-maria e bata até que esfrie.
Coloque num saco de confeitar e faça suspiros sobre papel de lanche numa assadeira.
Leve em forno baixo pré-aquecido por uns 20 minutos.
Deixe secar com a porta do forno entreaberta por 15 minutos.
Todos nós sabemos que um bom café preenche diversos aspectos da nossa vida. O café é agregador, turbina o raciocínio, cimenta amizades, aquece corações e mentes, ajuda a evitar doenças e gera memórias que vão durar a vida inteira. Mas, além de tudo isso, o café é um bom negócio. As cafeterias tornaram-se ambientes confortáveis de convivência e abrigam até mesmo reuniões de negócios.
Com o navegador, Pedro Eurico, no Rally dos Sertões, o Café & Conversa participou da competição dando um "gás" à equipe da MS Rally
O setor de cafeterias vem crescendo sem parar no Brasil. Dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) mostram que, nos últimos oito anos, o crescimento do consumo fora de casa foi de 307%. Parte desse crescimento se deve também ao aumento no número de pessoas que fazem refeições fora de casa. Somado ao baixo custo do café, abrir uma cafeteria se tornou uma atraente oportunidade de negócio.
Para a Abic, a expansão do segmento está apenas no início. Ainda existem pontos comerciais interessantes em todas as regiões do país e o formato das cafeterias pode variar desde aquela que oferece conforto e refeições com muitas opções gastronômicas, até os pequenos quiosques, em que o tempo de permanência dos clientes é menor. Outro ponto é a quantidade ainda pequena de espaços onde o café seja o produto principal ou até mesmo o único.
É na hora do atendimento que a cafeteria diz a que veio. Leitora do Café & Conversa pediu um espresso, a atendente serviu a água com gás, mas não sabia a utilidade: "acho que está virando moda..", afirmou
Segundo estimativa da Abic, existem cerca de 3,5 mil cafeterias em todo o Brasil. Entre 1,2 mil e 1,3 mil pertencem a grandes redes. Mas, a maior parte pertence a empreendedores individuais, pois o investimento para a abertura de uma cafeteria é relativamente pequeno, entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.
A maior rede de cafeterias do planeta, a Starbucks, já possui 32 unidades no país. Para 2012, a meta é dobrar a operação local, que chegará a 64 cafeterias. Até o McDonald’s está investindo no setor com o seu McCafé, que parece não ter acertado ainda a receita. Mas, antes de correr atrás do “sonho” de ser dono de uma charmosa cafeteria, é recomendável buscar conhecimento técnico para saber quais são os tipos de grãos, os pontos de torra e o melhor jeito de tirar o café da máquina profissional. Mais informações podem ser obtidas no Sebrae da sua cidade.
Que Paris que nada, tem muita gente que está pegando a mochila e fazendo um turismo diferente, turismo pelos cafezais do Norte do Paraná. A iniciativa da Rota do Café foi uma orientação do Sebrae que reuniu as prefeituras da região produtora de café, aí eles traçaram um plano com formação de agentes de turismo, dos donos das fazendas e guias da região. Agora, o café além de entrar na balança comercial como um dos maiores produtos de exportação, está dando lucro à indústria do turismo e fazendo sucesso.
Ali, pela região de Londrina, é o ponto de partida, justamente, onde na década de 1930, teve início um dos mais importantes movimentos migratórios do Brasil. Foto do Unimulti.blogspot.com
O catálogo de turismo do Paraná tem mais de 20 hotéis-fazenda, pousadas, e alojamentos que recebem os turistas, isso sem contar a gastronomia paranaense, a natureza que tem variações que vão de regiões geladas a cafezais em flor e, claro, café do bom e do melhor.
A Colômbia já fazia esse experimento há anos, com o Triângulo do Café. O turista visita plantações na cordilheira dos Andes, o parque nacional do café – considerado o maior museu a céu aberto do mundo sobre esse assunto – e um show com artistas locais que apresenta dançarinos vestidos com roupas da época, contando como o café chegou naquele país.
Show de Jipao en Salento Quindio Triangulo del Cafe - Colômbia
Está aí a sugestão e fica uma pergunta. Por que o pessoal de Taquaritinga do Norte, um dos maiores plantadores de café de Pernambuco, não faz uma rota de turismo? Eles poderiam aproveitar e levar o turista a visitar as cooperativas, conhecer a região que tem áreas próprias para voo livre e a culinária de primeira, complementada com bons cafés.
No fim de semana, a jornalista Luciana Corbucci pediu uma receita de frapê que levasse café. Uma de minhas fontes é o livro de Susan Zimmer, Eu Amo Café, da Editora Prumo. Foi de lá que tirei a receita para esta quarta-feira, aqui no podcast.
Editora poderia ter sido mais cuidadosa no índice remissivo, mas o trabalho de Zimmer é inquestionável
O pessoal do Krystalverde deu uma incrementada, colocando chantilly. Aí, vai ficar a gosto de freguês. Eu prefiro sem.
Palmas para as meninas do Krystalverde. A arte é o sabor
Um abraço, bom café!
Ingredientes:
60ml de café espresso ou café tradicional bem forte;
120ml de leite;
3 biscoitos de chocolate escuro
200g de gelo picado;
raspas de chocolate.
Como fazer:
1) No liquidificador - ou na coqueteleira - misture o café, o leite e os biscoitos e bata. Adicione o gelo e bata novamente, até ficar cremoso.
2) Decore com raspas de chocolate e sirva em um copo de vidro alto, gelado, com canudo.
3) No podcast eu tenho um alternativa para quem está sem liquidificador ou não quer acordar a pessoa amada, que está dormindo, com o barulho infernal daquele motorzinho.
A fotógrafa Fernanda Loureiro conta que estava passando por uma das avenidas movimentadas de Recife, quando parou numa importante loja, pediu um bolo-de-rolo e foi tomar um café! Nossa ouvinte afirma que pediu um espresso e foi questionada pelo barista como era o café que ela queria.
Fernanda não imaginava que pudesse existir uma cardápio só de café, e os mais variados tipos. Tinha grão do interior de Pernambuco, do sul de Minas Gerais, da Região Mogiana de São Paulo. Café do Espírito Santo e toda aquela quantidade deixou a fotógrafa em dúvida.
Esperta, devolveu a pergunta ao barista.
- O que você me recomenda?
Água com gás, suspiro e um ristretto. Uma excelente pedida, mas escolha exige um bom grão
Seu Tenório todo dia pega o coador de pano que ele guarda na geladeira, prepara duas xícaras de café e, antes de tomar o precioso líquido, recorda as sugestões que temos feito no blog do Café & Conversa e podcasts na CBN Recife, quando recomendamos experimentar café sem açúcar.
Motorista da linha que transporta passageiros até o Metrô, pelas ruas de Recife, Tenório contou ao jornalista Joffre Melo que desde o dia em que fez o experimento, nunca mais quis saber de açúcar no café.
Muito se tem falado sobre o cinema brasileiro após o merecido sucesso de autores/diretores como Fernando Meireles (Cidade de Deus) e José Padilha (Tropa de Elite). Mas, a verdade é que esses poucos filmes realmente bem produzidos abriram as portas para um monte de porcarias deletáveis, cujo mais recente representante é um tal de Agamenon sei lá do quê.
Cartaz do filme
É verdade também que os sucessos incentivaram a abertura de cursos especializados nas várias áreas do cinema, despertaram o interesse de patrocinadores, repatriaram talentos e novos talentos surgiram. É o caso de Marcos Jorge (Estômago), que deixou a Itália para se reinstalar no Brasil, Heitor Dhalia (O Cheiro do Ralo) e de Selton Melo (O Circo). Agora, surge mais um talento inquestionável, o roteirista e diretor do filme Dois Coelhos, Afonso Poyart. Um dia talvez tenhamos uma indústria de cinema definitivamente estabelecida no Brasil.
O roteirista/diretor/montador do filme e novo talento do cinema brasileiro
Dois Coelhos é um filme fantástico, tem um excelente roteiro, produção impecável e direção competente. Fui assistir após almoçar com dois dos meus filhos, o mais velho, Pablo, e o mais novo, Gabriel. O mais novo queria assistir Sherlock Holmes. O mais velho - e confesso que eu também - queria ver Dois Coelhos. Gabriel acabou topando assistir o filme nacional, mas deixando bem clara a sua desconfiança e o seu descontentamento. Ainda tive que prometer que veremos o Sherlock nos próximos dias.
Um excelente filme de ação em cima de uma história surpreendente
O resultado foi que o Gabriel adorou o filme. Eu senti a mesma alegria de quando assisti Cidade de Deus e vi que haviam brasileiros capazes de fazer filmes tão bons quanto os americanos sem precisar copiar nada, sem usar atores e atrizes de novela e mantendo a nossa cara. Dois Coelhos é assim, conta uma história nossa, com a nossa linguagem, nosso timing, nosso jeito. Afonso Poyart nos entrega um filme surpreendente. Claro que ele bebeu na fonte de Quentin Tarantino e usou as técnicas e tecnologias disponíveis a qualquer um. Mas, fugiu das soluções fáceis e importadas.
Produção de primeiro mundo
Eu vou me abster de contar o enredo porque é preciso assistir o filme como assistimos: sem saber nada. Não li nada sobre o filme, ou melhor, li apenas uma frase que elogiava e não criei qualquer expectativa. Apenas isso. Foi a coisa mais acertada que fiz. Como diria o colunista social Richard Cledeman, "a surpresa foi surpreendente". É um trabalho primoroso e que exigiu fôlego, especialmente na montagem. A computação gráfica não fica nada a dever a qualquer blockbuster americano. Até o som, velha queixa da clientela, está ótimo porque aprendemos a fazer direito.
Caco Ciocler, Fernando Alves Pinto e Alessandra Negrini,
trio de protagonistas
Parece que também estamos finalmente aprendendo e aceitando que perseguir a qualidade, sempre, é o único grande segredo. Um bom roteiro, um bom elenco, um bom diretor, uma boa produção e pronto, as chances de sair algo errado são bem menores. Dinheiro não é tudo. O talento, a criatividade, a vontade e a perícia são mais importantes. Dois Coelhos junta tudo isso. O Café & Conversa assistiu, aplaudiu e recomenda com louvor. Veja o trailer:
Márcio Rosa está em Buenos Aires, fazendo um curso de web design. Ele quer se aperfeiçoar em páginas da internet e até pegou umas dicas de cafeterias na Argentina, mas já no primeiro dia, veio a surpresa.
El Obelisco, monumento histórico de Buenos Aires
Nosso ouvinte conta que chegou na cafeteria e o barista – aquele profissional que prepara o café – recomendou um grão brasileiro, do interior de Minas Gerais, mas colocou no pires, além da xícara, um copinho de água com gás e um pedacinho de casca da laranja cristalizada.
A foto de Patrícia Patriota, a ponte JK, em Brasília, está na lembrança de nosso leitor
- Danou-se! - Pensou nosso ouvinte
Márcio Rosa sabia que a água com gás vem antes do café. É costume tomar um copinho de água. Alguns usam com gás, outras sem, mas serve para limpar, para purificar o paladar para que você possa sentir com mais intensidade o sabor do café.
Até aí, tudo bem, pensou nosso ouvinte. Mas, e essa casca de laranja, lambuzada de açúcar? Brincalhão que só ele, Márcio Rosa pensou que poderia molhar a casca de laranja no café, ou dar um banho de água com gás.
Simples. É comum na Argentina, no Uruguai, essas frutas cristalizadas e os portenhos resolveram inovar servindo, também, a casca de laranja cristalizada.
Eu, geralmente, dispenso, a não ser que o café seja tão ruim que mereça ser substituído pelo aroma da casca de laranja.
André Luiz Vitacriou recentemente, um blog só para falar de café e nós vamos falar do blog do Vita. É oTorrado e Moído. Foi de lá que trouxe esse depoimento sobre café coado.
Tem gente que não sabe começar o dia sem tomar um café. Café com leite, com açúcar, com adoçante, café sem nada. Café!
O pessoal doTorrado e Moídorecomenda café coado e dão umas dicas interessantes que valem a pena ser lembradas. A primeira lembrança é para a água que você vai fazer o seu café. Nada de água da torneira. Prefira a filtrada ou mineral. Nada de água com cloro.
Para saber mais sobre o café coado e o que pensam os meninos do Torrado e Moído, escute o podcast e tenha um bom dia!
Elias Rodriguez conta que tem um amigo garçom que toma café enquanto faz as refeições. O próprio Elias considera estranha aquela atitude e pergunta nossa opinião.
Diferente! Já tínhamos visto gente capaz de arrumar uma confusão se não tiver um cafezinho depois da refeição, agora, na hora em que está comendo...
Que tal, a caneca do Café & Conversa sendo servida de bandeja nos restaurantes de Recife?
Uma pesquisa da Universidade de Guelph, no Canadá, faz um alerta para os perigos da combinação de café e comidas gordurosas.
Nosso leitor Antonio Dionisio disse que se lembra da época em que estudava na Universidade Federal de Pernambuco e faltava dinheiro para comprar uma porção de coisas, mas sempre reservava uns trocados para tomar umas e outras e fazer umas festinhas principalmente, quando tirava nota boa. O tempo passou, nosso amigo agora dá aulas no Cabo de Santo Agostinho. Infelizmente ainda não nada na grana, mas pouco lhe falta. Que bom...
O professor Toninho disse que tem seguido à risca as receitas do pessoal do Café& Conversa, na CBN Recife, e está pedindo um drink que leve café mas tenha bebida alcoólica.
Foi aí que eu recorri às meninas do Mexido de Ideias. No blog delas tem umas dicas bem interessantes e trouxe o café gelado com vodka. Você só vai precisar de meio copo de café gelado, 1 colher de sopa de geléia de hortelã, 1 dose de vodka, de preferência uma vodka respeitada, uma vodka importada, cai bem nesse drink que ainda leva gelo e açúcar a gosto.
Para saber mais, como fazer esse drink vá na página do Mexido de Ideias e escute o podcast:
Jandro Medeiros disse que já não conta quanto tempo faz que não toma café com açúcar ou adoçante, mas o engenheiro reconhece que tem uma dificuldade grande de convencer os amigos ou mesmo ou parentes a deixarem de lado o hábito de adoçar o café.
Se fosse só você estava bom. Muita gente que deixou de lado esse costume, Jandro, tem os mais diferentes argumentos. O café sem adoçar é mais puro, para que o adoçante ou o açúcar não tirem algumas propriedades como o próprio sabor adocicado que muitos cafés apresentam.
É claro que esses diferentes argumentos podem ser contestados, principalmente por aquelas pessoas que ainda não tomaram gosto por todas as nuances do café.
Do sabor ao aroma! Se bem, que é bom que se diga que não chega a ser um pecado colocar açúcar ou adoçantes. O que nós temos recomendado é que essa mudança, deixar de adoçar o café, deve ser gradual.
A espionagem no cinema se divide basicamente em duas vertentes. A americana, que é centrada na ação com muita pancadaria, tiros, explosões, perseguições frenéticas e tecnologia a dar com pau. A outra é a inglesa, que privilegia a inteligência, as observações, os detalhes, a desconfiança absoluta, um verdadeiro jogo de xadrez.
Cartaz do filme, escola americana
Estão em cartaz nos cinemas de Brasília dois bons exemplos dessas duas escolas da indústria cinematográfica: Missão Impossível 4: Protocolo Fantasma e O Espião que Sabia Demais. O primeiro baseado em um seriado de TV e o segundo baseado em um clássico da literatura de espionagem do escritor e ex-espião do MI6 John Le Carré.
Cartaz do filme, escola inglesa
Mas, a espionagem de ação não é exclusividade americana. Afinal, os ingleses inventaram o James Bond, que era mais playboy do que espião. E foi descaradamente imitado pelos americanos com o James Coburn, que fez apenas dois filmes encarnando o super espião Flint. Para desbancar o Sean Connery, esse Flint era mestre em artes marciais, fluente em 47 idiomas, neurocirurgião, espadachim, físico nuclear e vivia numa mansão com quatro gatas lindíssimas. Obviamente inspirado em Hugh Hefner ... Essa é parte exagerada e engraçada dos filmes de espionagem.
O Flint era floda
Os americanos optaram por transformar o ofício da espionagem - no cinema - numa prova de decatlo. Os agentes secretos americanos sempre estão dando porrada em alguém, pulando, correndo, atirando, pilotando, voando, fugindo, chega dá um cansaço. A parte de inteligência mesmo fica relegada a segundo plano, por conta dos gadgets eletrônicos e de informática. Com apenas um laptop eles são capazes de burlar sistemas sofisticados de segurança e roubar informações valiosas. No final, ainda pegam a gata do filme.
Americanos adoram gadgets eletrônicos
Já os ingleses optaram claramente pelo cérebro, pela psicologia, pela respiração suspensa, por desfazer cada nó com muito cuidado, procurar os pontos fracos, pela estratégia. Enquanto Tom Cruise se pendura em prédios com luvas magnéticas eletrônicas, Gary Oldman retira os sapatos e anda de meias para não ser percebido. Enquanto Cruise só percebe o que está acontecendo após uma gigantesca explosão, Mark Strong sabe que a operação foi comprometida ao ver o suor excessivo no rosto do garçom. Sutilezas.
Gary Oldman, impecável
Missão Impossível continua sendo um bom entretenimento, mas sem surpresas ou grande esforço mental. E haja imaginação para recriar pela quarta vez a famosa cena de ficar pendurado a centímetros do chão ou de algo pontudo. Como sempre, há uma renovação nas gatas, agora com Paula Patton, que faz uma agente secreta da equipe de Cruise, e a francesa Léa Seydoux, que faz uma assassina profissional. Só para mexer com a imaginação um pouco, as duas saem na porrada : ) Aqui também o agente Ethan Hunt volta a ficar solteiro, para alegria das fãs.
Assassina Sabine Moreau, delícia, delícia, assim você me mata ...
O Espião que Sabia Demais talvez não seja o título ideal para resumir o que é este filme. O título original em inglês é Tinker Tailor Soldier Spy, que são os codinomes de alguns integrantes da cúpula do serviço secreto inglês. Após uma missão fracassada, o agente George Smiley, magistralmente interpretado por Gary Oldman, é forçado a se aposentar, acompanhando o cabeça do serviço secreto.
Gary Oldman e John Hurt, dupla da pesada
Acontece que existe a suspeita de haver um espião russo infiltrado na cúpula do serviço secreto. O ex-chefe estava investigando isso quando foi obrigado a se aposentar e morreu em seguida. Assim, sobra o agente Smiley, que é convocado para dar continuidade à investigação pelo lado de fora. Para vocês terem uma ideia, são disparados apenas quatro tiros neste filme. É, eu contei : )
Espionagem não é para qualquer um
Daqui em diante, é melhor vocês assistirem esse filme magnífico sob todos os aspectos. A interpretação fica a cargo de um time realmente estelar de atores ingleses. Além de Oldman e Hunt, ainda tem Colin Firth (Oscar de 2011 por O Discurso do Rei), John Hurt e Ciarán Hinds. Todos dando show.
Eu não disse que as duas se pegavam?
Ou você prefere ver dois machos se agarrando no MMA?
O Café & Conversa assistiu os dois filmes justamente pela oportunidade de comparar essas duas escolas cinematográficas. Aprovamos e gostamos das duas. Aliás, até o James Bond adotou uma postura mais psicopática, se modernizou e acompanhou a corrente da ação + eletrônica. Vejam os trailers.