Romoaldo de Souza
Eu sempre digo às amizades que me acrescentam, que quando se faz uma viagem acompanhado, qualquer que seja a distância, é sempre mais fácil descobrir características que nos aproximam quase sempre por muito tempo ou nos distanciam, em geral em definitivo.
Depois de fazer esse pequeno percurso de pouco mais de 140 km com Ana-Paula e Manu ficou mais fácil identificar os motivos que me fizeram aproximar dessas duas mulheres. Marcantes, envolventes e envolvidas.
Havia me programado para ir à inauguração do Café Bangkok, mas o bom é que uma amizade "puxa" outra e acabei conhecendo o casal Cássio e Thays, que estão começando com o restaurante especializado em comida tailandesa.
Qualquer cristão evocaria o princípio sacro da missão para responder por que motivo alguém se envolve com um projeto gastronômico, como o Café & Conversa se envolveu. Por puro prazer. Por querer levar aos apreciadores da gastronomia da Tailândia, o que há de melhor em termos de café do Brasil.
Preparando um Bourbon Vermelho. O grão é produzido na fazenda
Ambiental Fortaleza, Mococa (SP) e é considerado
um dos dois mais belos cafés já encontrados no Brasil
Mas, antes de seguir contanDo como foi esse maravilhoso fim de semana em Pirenópolis, queria voltar para dar um detalhe importante. Numa longa viagem é sempre bom pensar numa trilha sonora que combine o ambiente do passeio com sua paz de espírito ou com aquele momento que você estará vivendo durante o percurso.
Tinha de tudo, no meu Nokia 85, incluindo Grandpa Elliot, que Ana-Paula vai falar mais adiante. Uma boa máquina fotográfica, um rádio de comunicação e um GPS. Pronto. Agora, é seguir caminho.
As águas da cachoeira do Lázaro são das mais frias,
mas o calor de 33º compensou o choque térmico
Na entrada de Pirenópolis, quem vai de Brasília pelo parque da Serra dos Pirineus, o Café Bangkok fica bem à direita, antes da Igreja do Bonfim.
Para quem está no centro da cidade e está subindo para as cachoeiras,
o Bangkok fica à esquerda, 300m depois da Igreja do Bonfim.
Ali, Cássio, especialista em comida tailandesa,
deixa os clientes com água na boca
Que a cidade não está preparada para receber os turistas, isso ninguém tem dúvidas. Sem informações, com pousadas cobrando taxa extra para ferver uma água e valores acima do preço normal só por causa da expectativa (frustrada) de muitos visitantes.
Essa crítica não se aplica a alguns empresários sérios como Cássio e Thays que cobram preço honesto para um produto de primeira qualidade, sem esquecer o atendimento impecável de Maciel.
A mistura do efeito da cafeína com o Cabernet Sauvignon
deixou Ana e Manu brilhantes como a Lua daquela noite,
sob as aconchegantes instalações do Café Bangkok
Bom, mas eu sei que vocês estão querendo, mesmo, é ouvir a história dessa viagem pela narrativa de Ana-Paula Leitão. Ana!
Ana-Paula Leitão
Coluna Poder Online - iG
Foi com um delicioso café no Eldorado (Conic), às exatas 9h35 do sábado (31), que a aventura começou. Entre as várias motivações para a viagem programada de última hora estava nada menos do que fazer rali, participar de um festival de blues, apreciar uma boa comida tailandesa e, é claro, tomar café.
Na Land Rover que há nove anos percorre estradas e vias sob a direção de Romoaldo de Souza, seguimos para a mística “Cidade dos Pireneus”, mais conhecida como Pirenópolis. O papel de mera passageira foi escalado para mim e para a bela Emanuella Camargo, que também estava em busca de novas experiências gustativas e culturais.
Vale uma pausa. Durante o percurso não resistimos ao calor e estacionamos para entrar nas águas do rio Corumbá, margeado por casinholas do município de Cocalzinho de Goiás. Só depois seguimos pela BR 070 que, por incrível que pareça, ainda é uma estrada de chão.
Quando chegamos em Pirenópolis, logo fizemos nossa primeira constatação. A cidade não tinha recebido os 35 mil visitantes que o prefeito esperava para a primeira edição do “Blues nos Pirineus”, um festival de blues previsto para começar na última sexta-feira e terminar na noite de sábado. Entre as principais atrações estavam o Brazilian Blues Band e o guitarrista Celso Blues Boy, considerado precursor do blues no Brasil.
Em uma sondagem rápida, percebemos que sequer os moradores do município tinham conhecimento do festival, que acontecia no Entroncamento Cultural do Teatro e Cinema. As folhas em preto-e-branco coladas na parede de alguns estabelecimentos divulgavam o evento sem mesmo informar o horário das apresentações.
Foi quando decidimos largar temporariamente de mão o festival para nos rendermos a um prazer mais picante: a comida tailandesa. O curry verde (no meu caso, o vermelho) acompanhado de camarão e filé mignon foi servido pelo Café Bangkok, inaugurado neste sábado na pequena Pirenópolis. Entre os elementos-surpresa do passeio gastronômico, destaco um ingrediente em especial: o leite de coco. Acreditem, aquele curry com leite de coco... ficou de matar! E o suco de morango com manjericão é, também, impressionante.
Por fim, devidamente saciados, encontramos o tal festival de blues quando a última banda encerrava sua última música. Para compensar a frustração, pegamos a estrada de volta à Brasília, no dia seguinte, escutando o todo poderoso Grandpa Elliot.
Em tempo: Não deixo passar em branco dois momentos sublimes: o mergulho nas águas geladas da Cachoeira de Santa Maria e o café leve e saboroso que degustamos em Pirenópolis, preparado na mesma cafeteira ambulante que há poucos dias levou alegria ao Comitê de Imprensa do Senado Federal.
2 comentários:
Natália Alexandre disse...
BOM DIA.... me deixaram com vontade de Bourbon Vermelho :(:(:( Trab no meio do mato, no máx. consigo café instantâneo, rs.
É... Quem pode, pode :(
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