sábado, 14 de agosto de 2010

Terceiro Dia no Rally dos Sertões


Ricardo Icassatti Hermano

Não foi sem alguma dificuldade e alguns sustos que o nosso intrépido correspondente, Romoaldo de Souza, completou a terceira etapa do Rally dos Sertões. Foram mais 416 km de deserto vermelho, saindo de Unaí e chegando na misteriosa e sideral Alto Paraíso, a Terra Sagrada do Gergeliko.

Parte da funcionalidade da máquina fotográfica digital foi recuperada. Agora temos várias fotos para ilustrar o relato a seguir.


TERCEIRO DIA NO RALLY DOS SERTÕES

Romoaldo de Souza

No clima de deserto que domina o Noroeste de Minas Gerais nessa época do ano, é aconselhável uma parada estratégica para deixar o motor da velha Land Rover refrescar. Com água mineral, como se faz com um bom café.

A leal companheira sentiu a baixa umidade do ar

Parei em um posto de gasolina para apertar um parafuso na placa de trás e calibrar os pneus. O borracheiro que me ajudou, não quis cobrar pelo serviço. Pediu apenas "um cafezinho". Passei na hora um bourbon vermelho.

O borracheiro ficou surpreso com a novidade. "Nunca tinha tomado um café desse gosto, doutor". Nota: ele pediu para não ser fotografado. Algo a ver com antiga crença de ter sua alma capturada pela foto ... essas coisas dos sertões goianos.

Uma pausa entre uma entrevista e outra, entre uma derrapada e a terra firme.
Com o coração disparado pelo susto e acelerado pela cafeína.

Qualquer vacilo pode ser fatal. Nessa estrada, estava na velocidade necessåria para não perder a informação nem o controle do carro. Na próxima foto, à minha frente vai uma Mitsubishi L-200 de apoio à uma equipe de rally. No sentido contrário, vem um Troller pilotado pelo casal Willem e Doria van Hees.

Ali na frente ... cof, cof, cof ... vai o ... cof, cof, cof ...

Numa competição esportiva como o rally, o navegador é o cérebro do piloto. É o navegador quem diz qual direção o carro deve seguir, onde o piloto deve parar, acelerar, dobrar à esquerda ou à direita. Qualquer leitura equivocada pode ser fatal. Qualquer erro pode custar uma prova. Ou até a vida.

O baiano de Juazeiro, Pedro Eurico, é o cérebro da equipe MS Rally. E, para energizar esse "cérebro" o navegador tomou o café bourbon vermelho.

Fiquei fã do bourbon vermelho!

A caneca do Café & Conversa finalmente realizou o sonho de conhecer a Chapada dos Veadeiros. E não poderia ser numa ocasião mais especial. Sexta-feira, 13 de agosto, no Rally Internacional dos Sertões. Subimos até o topo da Pousada do Mirante.

Mostrei a cidade à caneca. Lugar que, para os místicos, seria o Chacra do Universo, algo como o umbigo cósmico da Terra. Pode parecer "doidejar" desse povo que mora por aqui. Mas, que são aconchegantes, isso eles são. Além do mais, Alto Paraíso sempre recebe os hóspedes com muito carinho.

A caneca ainda não experimentou apertar um Gergeliko

Ivan Terni pilota uma Pajero Mitsubishi especialmente, preparada para a competição. No interior de Goiás, na porta de um Posto de Saúde que só abre uma vez por mês, o piloto faz exercício de alongamento.

Acompanha, mas não empurra

"Para mim, isso é tão especial como a meditação que faço todo dia e o cafezinho que tomo pelas manhãs", revelou o piloto. Em São Paulo, onde mora, sempre que pode Terni costuma passar na avenida Faria Lima para degustar um espresso na cafeteria Octavio.

A quarta etapa nos levará até Dianápolis, já dentro do estado de Tocantins. O Deserto do Jalapão nos aguarda ...

Um comentário:

Camila disse...

Meu marido é borracheiro
e ter conversas muito agradáveis​​!