segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Café às margens do vulcão

Romoaldo de Souza

O café pernambucano custa caro, lá fora, como um dos melhores do Brasil, por causa da seleção de grãos, e por ser plantado debaixo das árvores, toma pouco sol e ainda por cima sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos. 

No Espírito Santo, tem o Jacu Bird que custa uma nota só porque os grãos passam, antes, pelo papo do jacu, um pássaro maior que uma galinha e menor que um pavão, que seleciona os grãos a engolir e, no dia seguinte, depois de lavado, claro, o café vai ser torrado e todo mundo quer provar, muito mais pela curiosidade do que mesmo pelo sabor e o aroma.



Ontem, um amigo que chegou da Guatemala trouxe um café adocicado, sem qualquer acidez, com uma aroma impressionante. Diferente, o café é plantado, às margens do Lago Atitlán, que se formou de erupções de vulcões, segundo os historiadores há cerca de 100 mil anos. Os agricultores colhem à mão, grão a grão, selecionam os mais maduros e torram somente no finalzinho da tarde, depois que o sol de põe!

Café orgânico, sem agrotóxico, sem qualquer produto químico ganha, cada vez mais a simpatia do consumidor

Os produtores acreditam que a região ainda hoje, sofre a influência de altas temperaturas dos vulcões, por isso, é melhor torrar o café quando a noite começa a chegar e o tempo está um pouco mais fresco.

Pode até parecer lenda, mas o café da Guatemala, tem um sabor cítrico, como se tivesse sido torrado junto com cascas de laranja, e ao mesmo tempo adocicado, que lembra melaço de cana-de-acucar. Nem perguntei o preço para não constranger o amigo que me trouxe o presente.

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