Ricardo Icassatti Hermano
Não me canso de admirar o respeito que os americanos tem pelo direito à liberdade de expressão e de opinião. Já relatei aqui o meu espanto ao ver na TV o apresentador de talk show, David Letterman, chamando o ex-presidente George Bush de idiota e retardado. E a vida seguiu adiante. Aqui no Brasil, o Lulla e o PT ainda não entenderam o que isso significa. Preferem a interpretação cubana para esse direito ...
Seja muito benvinda ao Brasil, Yoani Sánchez
Domingão, peguei o filhote e fomos assistir ao filme "A Hora Mais Escura" (Zero Dark Thirty), indicado em algumas categorias do Oscar. O filme é baseado em relatos dos soldados que participaram da operação secreta para matar Osama Bin Laden em sua fortaleza no Paquistão. Talvez tenha tido ajuda de algum agente da CIA que trabalhou na parte de inteligência, mas isso não é confirmado. A diretora é Kathryn Bigelow, que já havia levado um Oscar por outro filme sobre guerra também.
Cartaz do filme
Aqui, o presidente Obama não é imune a críticas como no Brasil. O presidente americano é retratado como mentiroso e vacilante na hora de decidir. De acordo com a narrativa, a morte do Bin Laden poderia ter acontecido meses antes, não fosse pelo Obama. Quando dizem que políticos são todos iguais, tem gente que não acredita. Obama continua tocando o terror no Oriente Médio exatamente como o seu antecessor.
Por que meus pais não migraram para os EUA?
Mas, o filme é muito bom, carregado na tensão e bastante verossímil. Menos em uma cena onde a chefa da CIA pede para a segurança ser relaxada numa base militar para receber um membro da Al Qaeda que disse querer cooperar. Assim que entrou, explodiu, claro. Isso, simplesmente não existe. Poderiam ter criado algo melhor.
A rotina terrorista no Oriente Médio
A protagonista é a gata do momento, a atriz Jessica Chastain, uma ruiva bombástica. O resto do elenco faz escada para ela. Até o Obama numa entrevista onde mente descaradamente ao prometer acabar com a tortura como meio de obter informações dos terroristas. Isso sem falar nos drones que estão matando terroristas como moscas. Mas, para se manter no poder, vale tudo.
As ruivas são realmente poderosas
A parte da operação em si é bem fiel ao ocorrido, pois já foi revelado em um livro escrito por um dos black ops que participaram. E o negócio é cruel. A ordem sempre foi matar e não capturar o Bin Laden. E para conseguir isso, quem entrasse na frente morria também. A tecnologia e o treinamento fazem a diferença. O criador da Al Qaeda era astuto, sabia se esconder e teve muita sorte, mas contra a máquina do governo americano não há como vencer.
Lutar com equipamento de ponta é outra coisa
Uma outra coisa é bem realista no filme, a dificuldade de agir rápido quando se tem uma imensa máquina burocrática para movimentar e um presidente vacilante. Lembraram de algum outro país? Em todo caso, o filme é muito bom. Especialmente como se desenvolve uma caçada humana, os recursos empregados, os aspectos relevantes de inteligência.
Trabalho de inteligência exige paciência e, muitas vezes,
pode ser frustante
Trabalhar num país onde não se consegue esconder que é um estrangeiro e, ainda por cima, de um país odiado, não deve ser moleza. O Café & Conversa assistiu, gostou e recomenda "A Hora Mais Escura" para quem gosta de ação e de política. Diversão para toda a família. Veja o trailer:
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