quinta-feira, 29 de julho de 2010

Jornalismo e Cafeína


Ricardo Icassatti Hermano

Depois de algumas décadas militando no ofício de repórter, cheguei à conclusão que o jornalismo simplesmente deixaria de existir se o café desaparecesse da face da Terra. A cafeína é a nossa cesta básica para escrever. Muitas das vezes, noite adentro. Escrever é um vício e cafeína vicia. Um vício alimenta o outro.

Anteontem, o blog Café & Conversa realizou um evento "gastro-cafeínico-degustator" no Comitê de Imprensa do Senado Federal. Para a empreitada, contamos com os dotes culinários das colegas jornalistas Raquel e Márcia, que forneceram bolo de fubá e pão de queijo assado na hora (levaram até um forninho elétrico) para acompanhar o café Sul de Minas, da cafeteria paulistana Santo Grão, que é representada em Brasília pela Fellini Caffè (SCLS 104).

Bolo de fubá e pães de queijos absolutamente deliciosos
harmonizaram perfeitamente com o café

Romoaldo ficou encarregado de "passar" o café em uma cafeteira French Press e eu fiquei encarregado das fotos. E foram várias "passadas", pois o povo é insaciável. Tanto no café quanto na comida ... Aliás, para um próximo evento, solicitei às nossas colaboradoras que trouxessem mais bolo, porque uma das jornalistas comeu quase tudo sozinha! Não conseguia nem falar com a boca cheia de bolo.

Da direita para a esquerda, Raquel, Romoaldo e Márcia, com o Santo Grão

A degustação foi um sucesso. Até colegas baseados na Câmara dos Deputados vieram correndo participar e experimentar um café de alta qualidade. Estamos nos esforçando para que o conhecimento se espalhe e forme consumidores exigentes. Não precisamos tomar café ruim, como o que é servido nos Comitês de Imprensa brasilienses.

Little Mary trouxe até uma antiguidade da sua milionária coleção

Simplesmente não há chance de beber um café de qualidade quando é comprado através de licitação, onde o que importa é o menor preço. Quanto mais baixo é o preço, maior é a certeza de comprar o pior produto. Uma inversão de valores, uma distorção disfarçada de probidade.

Depois dos restaurantes, nasce mais uma campanha do seu blog favorito por melhores cafés no serviço público. Chega de beber lixo! Porque é isso que vínhamos bebendo, lixo. Tem de tudo dentro daquele pó mal-cheiroso comprado através de licitação. Certa vez, nos recusamos a beber devido ao forte odor de bosta que aquilo exalava.

Mas, retornando ao evento. As(os) jornalistas experimentaram um café perfumado, bastante encorpado, pouco ácido e doce, especialmente no retrogosto. Realmente prazeroso. Teve gente que nem piscava depois. O chato foi ficar com o cérebro em ponto de bala e não ter notícias por causa do recesso parlamentar ... Mas, valeu o rebuliço!

A "imprensa" deitou e rolou no café, bolo e pão de queijo

Um comentário:

Julio disse...

A ABIC publicou material interessante visando auxiliar órgãos públicos em processos licitatórios para aquisição de café torrado e/ou moído de qualidade. Vejam o link:

http://www.abic.com.br/gar_qualidade_nminimo.html