quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tudo pode dar certo. Menos a tradução ...


Ricardo Icassatti Hermano

Por sugestão da nossa leitora e excelente fotógrafa @annamagal, fechei o último dia das minhas mais que merecidas e já saudosas férias, assistindo um novo filme de Woody Allen. O nome do filme é Whatever Works, que por aqui sofreu (literalmente) a tradução para Tudo Pode Dar Certo ... já falei aqui sobre essas "traduções" de títulos de filmes no Brasil. Até parece que o tradutor, além de não saber porra nenhuma de inglês, não assistiu o filme.

Cartaz do filme "traduzido" ...

Confesso que não estava muito a fim. Li algumas críticas ruins e não gosto do ator principal, Larry David, que já conhecia de um seriado de TV tipo reality show. O cara é um chato de galochas que parece estar tentando imitar o Woody Allen e o Kramer (do seriado Seinfeld) ao mesmo tempo. Mas, como a política do blog é atender todo e qualquer pedido das nossas leitoras e leitores, lá fui eu. E não me arrependi.

Woody Allen é o roteirista e o diretor. Também poderia facilmente ser o ator principal, porque o personagem na verdade é ele mesmo. Mas, talvez tenha pensado estar muito velho para o papel ou simplesmente quis evitar comparações com a sua vida particular. Sei lá eu. E ele não se deu ao trabalho de explicar. Mas, fica a constatação da sua genialidade, pois fez um chato ficar engraçado quase o tempo todo.

Woody Allen dirigindo uma cena no Mercado das Pulgas

Como sempre, os diálogos são primorosos, mas bem artificiais. Aquelas situações são para cinema e não servem como parâmetro para a vida real. Aquele caos sem espaço para a violência é pura ficção. O bom é que Allen, após um giro europeu, retoma o cenário novaiorquino, que gosto muito e ele mais ainda.

A trama principal já foi abordada em outro filme seu: Manhattan. Um homem idoso, o ex-físico nuclear Boris Yelinikoff, tem uma relação amorosa com uma moça muito mais nova. A técnica de um personagem conversar com os espectadores no cinema, também já foi utilizada em A Rosa Púrpura do Cairo. Parece que Woody Allen aderiu à prática da reciclagem.

Até na ficção, esse casal só seria possível em Nova Iorque mesmo

Mais não falo, porque qualquer acréscimo estragaria o seu divertimento. O filme me arrancou boas gargalhadas. Talvez até porque tenha reconhecido um certo grau de rabugice - sem a amargura - que eu poderia ter em comum com o personagem. O filme também me arrancou suspiros, porque sou fã da atriz Evan Rachel Wood, que interpreta a caipira desmiolada Melody St. Ann Celestine.

Gosto dela desde que a vi em O Rei da Califórnia, um filme soberbo com Michael Douglas em grande performance. Apenas para sua orientação, Evan Rachel Woods agora faz uma rainha vampira no sensacional seriado True Blood. Além de tudo, é uma gata : )

Tremenda atriz, tremenda gata ... (suspiro)

Como ontem foi comemorado o Dia do Rock, fui até a Livraria Cultura para dar uma olhada na vitrine. Tinha umas guitarras, livros, CDs e DVDs. Acabei entrando e encontrei uma peça única de colecionador que, claro, comprei sem pestanejar.

Um kit dos Ramones com três CDs e um DVD, mais uma revista em quadrinhos desenhada por trocentas feras das HQs americanas. Uma das histórias foi impressa em 3D, com óculos acompanhando. São 85 músicas e uma espécie de documentário recheado de videoclipes da banda. Imperdível, indispensável e acho que era o único da loja.

Harold and Maude, Ramones e um blend Saborella. Adeus férias ...

Também encontrei o DVD de um filme que procuro há décadas: Ensina-me a Viver (Harold and Maude). Uma história de amor como a de Woody Allen, mas ao contrário. Uma mulher idosa tem um relacionamento amoroso com um rapaz muito mais jovem. Esse filme fez minha cabeça na adolescência e continua fazendo. A Livraria Cultura fez uma edição especial e limitada. Portanto, corram e aproveitem.

O blog Café & Conversa assistiu Whatever Works, gostou e recomenda. Diversão leve para uma tarde de domingo. Woody Allen continua genial. Veja o trailer.



2 comentários:

Anna disse...

Olha :D Que bom que gostou! E Melinda & Melinda (2004) segue a linha genial rsrs
Semre em busca das novidades de Woody Allen!
Bjs kassatti

bruna disse...

Sou suspeita para falar de Woody Allen. Fica difícil tecer certas críticas, tendo em minhas prateleiras livros e uma coleção de filmes do cara.
Acho os filmes dele geniais e esse último é simplesmente incrível.