Ricardo Icassatti Hermano
Um dos mais famosos casos de resistência da história da humanidade remonta a 480 A.C. Trata-se da Batalha das Termópilas, travada no contexto da II Guerra Médica. No Verão daquele ano, sob o comando do seu rei Leônidas, 300 guerreiros espartanos escolheram morrer como homens livres a viver como escravos.
Lutaram até a morte contra centenas de milhares de soldados do império persa, comandados por Xerxes, filho de Dario. A batalha foi uma aula de estratégia. Antes de serem totalmente aniquilados, os 300 espartanos infligiram pesadas baixas às forças persas e impediram seu avanço pelo território grego.
Esse óleo sobre de tela do pintor Jacques-Louis David
retrata Leônidas e seus soldados nas Termópilas.
Está exposto no Museu do Louvre, em Paris.
Tive o prazer de ver esse quadro ao vivo.
O sacrifício daqueles guerreiros foi decisivo para o resultado final do conflito. Conseguiram atrasar por três preciosos dias o avanço das tropas persas, permitindo a salvação de Atenas e da nascente civilização ocidental. A luta dos 300 espartanos se tornou lenda.
Quem legou o relato dessa batalha ao mundo foi o historiador Heródoto de Halicarnasso (485 - 420 A.C.), em sua obra "As Histórias de Heródoto". Essa obra foi reconhecida como uma nova forma de literatura pouco depois de ser publicada.
Busto de Heródoto, também conhecido como "Pai da História"
Ele nos conta que Xerxes buscava vingar a derrota anterior do seu pai para os gregos. Preparou cuidadosamente o plano de invasão da Grécia, utilizando tropas terrestres e força naval. Mas, 31 cidades-estado gregas deixaram de lado suas desavenças e se uniram para combater os persas, o inimigo comum. Dentre elas estava Esparta, que não havia participado da guerra contra o imperador Dario.
Foi formada uma Liga, cujo comando foi entregue ao rei Leônidas, que governava Esparta. Os espartanos eram soldados profissionais, condicionados desde o berço para a vida militar e para o combate.
Após invadir e dominar a Macedônia, a Calcídica e a Tessália, as tropas persas marcharam para o centro da Grécia, até encontrar aqueles 300 espartanos casca grossa nas Termópilas. Aí os persas (atualmente iranianos) viram a coisa ficar feia para o lado deles. O pau comeu. Como vocês podem ver, os conflitos entre Oriente e Ocidente são bem anteriores às Cruzadas.
As Termópilas são um desfiladeiro localizado bem no centro da Grécia, encravado entre as cadeias montanhosas do Eta e do Calídromo e o Golfo de Mália. Seu nome se deve à existência de fontes sulfurosas em seu interior. O estreito tinha apenas 10 metros de largura e consistia de uma simples faixa de areia entre o mar e a parede maciça do desfiladeiro.
Os espartanos eram phoda ...
Estrategicamente falando, os espartanos estavam em uma posição vantajosa, pois mesmo tendo 200 mil soldados, as forças persas teriam que se afunilar na faixa de 10 metros para passar pelo desfiladeiro. Os 300 espartanos eram mais que suficientes para defender a passagem, além de serem guerreiros muito superiores aos soldados persas.
Essa história de resistência definiu o que é o Ocidente hoje e atravessou o tempo. É um exemplo de inteligência, de estratégia, de heroísmo, de coragem, de honra, de sacrifício e de resistência. Um exemplo a ser seguido por todo aquele que ama a liberdade e não admite ser subjugado por quem quer que seja. Muito menos por projeto de ditadorzinho vagabundo.
Os 300 de Esparta foram retratados por Frank Miller em uma HQ simplesmente fantástica, espetacular e imprescindível. Depois, essa HQ serviu de base para um filme muito bom, de muito sucesso, e que teve a participação do ator brasileiro Rodrigo Santoro, interpretando o imperador persa Xerxes. O governo iraniano até ensaiou um protesto pelo antigo imperador ter sido retratado de maneira, digamos, meio bichona.
Isso não é um gibi. É uma obra de arte!
Depois dessa impressionante história, a Trincheira da Resistência não poderia trazer hoje outra receita que não fosse essa. Sempre utilizando o arroz como ingrediente principal, é claro. Aqui, somos fãs de carteirinha dos 300 espartanos.
Arroz a Grega
8 porções
Ingredientes
- 2 copos de arroz lavado e escorrido
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2 colheres sopa de óleo de Canola
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1 dente de alho amassado
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6 copos de água fervente
- Sal
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2 cenouras cozidas e cortadas em cubos pequenos
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2 colheres sopa de ervilha
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1/2 pimentão vermelho picado em cubos pequenos
Preparo
Em uma panela, refogue o arroz no óleo, juntamente com o alho, por 3 minutos. Cubra o arroz com a água fervente, acrescente o sal e deixe cozinhando.
Depois de cozido, acrescente a cenoura, a ervilha e o pimentão. Misture delicadamente e sirva.
Quem nunca comeu esse clássico levanta a mão!
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