Ricardo Icassatti Hermano
Hoje eu pretendia contar a maior história de resistência que conheço. É a maior porque durou a maior parte da minha vida. Não, não é sobre mim e algum episódio de resistência pessoal. É sobre o homem que me criou, que me amparou, que me deu tudo o que precisei para me desenvolver, o meu pai.
Mas, aí a coisa complicou. Ao procurar fotos antigas no meio da montanha de fotos que tenho, emoções afloraram com uma velocidade espantosa. Todas boas, mas extremamente fortes. Eu não esperava por isso.
Acho que isso aconteceu devido a uma conversa que tive dias atrás com uma colega de trabalho, a jornalista Raíssa Abreu. Estávamos conversando sobre os anos 1960 e o golpe militar. Ela lembrou de eventos em que seu pai atuou na política, suas alegrias e tristezas, momentos de angústia da família, essas coisas que eu também vivi junto à minha própria família.
Pedi a ela que escrevesse sobre essa época e a atuação política do seu pai para postar aqui no blog. Raíssa me respondeu, meio consternada, que falar sobre o pai era "muito complicado". Desde então, venho pensando em escrever sobre o meu pai e descobri também que realmente é muito complicado.
Gostaria de falar do amor e da saudade que sinto do meu pai, mas de uma forma leve, suave, engraçada. Queria brincar um pouco. Mas, vou ter que estudar bem como fazer isso sem me deixar tomar pelas emoções que afloraram. Vou deixar que elas se acalmem um pouco, processá-las um pouco, daí escrevo.
Por hoje, a Trincheira da Resistência se despede e fica por aqui.
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