Romoaldo de Souza
Estava aqui pesquisando sobre o que escrever hoje no blog Café & Conversa. Primeiro me veio a ideia de falar sobre um lançamento, no fim de semana, que tem alguma chance de dar certo.
É que o Fellini Caffè finalmente, depois de muita insistência nossa, vai abrir aos domingos, para servir café da manhã. Ricardo e eu temos insistido muito com a Moema Dourado, dona da cafeteira. Em diferentes oportunidades, escrevemos aqui mesmo que Brasília é muito carente nesse tipo de serviço. Um delicioso café da manhã.
Mas, aí vem uma preocupação. Uma não, duas. Quem sai de casa para um café da manhã num domingo, quer sossego. Quer tranquilidade e comer bem, independentemente do preço.
A Fellini encerra suas atividades à meia-noite, mas antes disso, por volta das 11h30, 11h45, os garçons de lá já começam a colocar cadeiras em cima da mesa, numa atitude que beira a hostilidade.
Por isso, não sei se no próximo fim de semana, mas quando for à Fellini para o café da manhã, se começarem a me enxotar antes que eu termine de comer, de ler o jornal, de navegar pela internet e tomar minha água com gás, vou subir nas tamancas. Precedentes já tenho de sobra.
Bom, mas hoje eu nem queria falar da Fellini, minha cafeteria predileta. É que nesta quinta-feira, comemora-se o Dia Internacional do Filho. Vou ser sincero. Já li de tudo. Da "Wikipedia" ao almanaque distribuído pela farmácia que fica lá perto da casa da minha tia, no interior de Pernambuco. Não sei o motivo, mas que é hoje, é!
Aí peguei o telefone, chamei meu filho para esse café da manhã da Fellini. E ele:
- Ah, pai, domingo estarei em Pirenópolis. Faz uns dez anos que não vou lá - disse Don Diego, ator e diretor de teatro.
Adivinhem o que me veio à mente. Aliás, foram duas lembranças. A primeira foi de um livro que eu lia para Don Diego quando ele ainda era pequenino. O Homem que Calculava, do engenheiro Júlio César de Mello e Souza (1895-1974) que usava o pseudônimo de Malba Tahan.
O escritor "narra as aventuras e proezas matemáticas de um matemático fictício, criado pelo autor; que retrata a vida de Beremiz Samir, recheado de problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática".
O outro livro que me lembrei, agora, foi do escritor de origem libanesa, Khalil Gibran:
- Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas - diz o escritor.
Pronto. Me derramei em lágrimas de saudades.
E, a outra lembrança. E eu dizendo que eram apenas duas. A terceira recordação, vem de um programa de TV que era apresentado todo domingo na Globo. Era o Som Brasil, ainda da época de Roland Boldrin.
Continuo sem saber por que hoje é Dia Internacional do Filho, mas pelo menos me fez ter boníssimas recordações. Essa música de Renato Teixeira era a abertura do programa. Feliz Dia do Filho, filho. Filhos!!!
Amanheceu, Peguei a Viola
Renato Teixeira
Amanheceu...
Amanheceu...
Amanheceu...
Amanheceu...
Amanheceu...
3 comentários:
Três excelentes lembranças, e três delícias que combinam perfeitamente: café, filho e Renato Teixeira tocando uma boa moda de viola.
Bom Dia, Romoaldo!
Emocionante. Não só para quem tem filho, mas para quem tem , ainda mais. Nó na garganta provocado por quem escreve tão visceralmente...
Parabéns!
FB
Verdadeiramente um texto que dá gosto em ler até o final. Filhos, presentes independente do Dia Internacional dos Filhos.
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