Romoaldo de Souza
Cansado de ouvir a mesma batida de sempre? O velho brazilian groove que vai da batida do violão, eternizada por João Gilberto, quando o rio São Francisco ainda era um riacho, lá para as bandas de Juazeiro (BA), ao inteligente movimento da marcação do surdo no pagode de letras duvidosas e cerveja quente?
Hoje, abri minha "caixa de pandora" musical, joguei fora, dando um "delete definito" nesses ritmos que só ocupam espaço no meu possante drive externo, exclusivamente para guardar música, e "desenterrei" o Cajun. Calma revisor. É assim, mesmo. Cajun com "ene" no final e a pronúncia é como está escrito. Isso aqui não é curso de inglês do CCAA, não. É Cajun, mesmo. É. Conversei com uma amiga de cursinho de inglês e ela teimou comigo que o correto seria "keijun". É de rir!
E antes de mais nada, parte deste texto que os meus animados leitores do Café & Conversa vão ler hoje, está numa pesquisa que fiz para o quadro Música do Mundo, apresentado semanalmente, na Revista 100,9 na Rádio Cultura FM, de Brasilia. O programa vai ao ar às sextas-feiras, das cinco da tarde às sete da noite.
Chega de "nariz de cera". Nossa, nariz de cera é da época que estudante de jornalista ia à faculdade para ser jornalista. Hoje, muitos querem passar em concurso. Aí danou-se tudo.
Bom, mas na história da humanidade, grandes migrações são também sinônimos de fusões musicais marcantes, como foi o blues levado da África para as plantações de algodão nos Estados Unidos ou como é o Zydeco, levado pelos franceses para a região de Toronto, no Canadá.
E assim foi também com o Cajun, quando os Acadianos foram expulsos do Canadá, no final do século 18 e se enraizaram na Louisiana, no Sul dos Estados Unidos, carregando os costumes da culinária e não esquecendo o estilo musical que corre na veia daquele povo.
O Cajun preserva os sons da rabeca, uma forma rústica do violino; o acordeón, também conhecido como sanfona; a guitarra metálica; o triângulo, destinado a realçar o contratempo da música; a gaita; o bandolim e o tradicional banjo.
Nesse vídeo, os moradores da cidadezinha de Carencro, na Louisiana, celebram um casamento bem camuflado. Eu acho que todo casamento deveria ser assim, camuflado. Se não desse certo seria mais fácil descasar. Mas não, as pessoas fazem uma festa, gastam um dinheiro danado e antes mesmo de acabar de pagar as contas o casamento já está por um fio (de cabelo, no paletó dele ou na saia plissada que ocasionalmente ela veste).
A música dessa animada festa é um tradicional Cajun. Divirta-se que eu vou passar mais um Santo Grão, Sul de Minas. Sim, um Santo Grão. Meu estoque de Bourbom Vermelho acabou quando terminou o Rally Internacional dos Sertões.
2 comentários:
Sensacional, Romoaldo! Vai ser a trilha sonora da minha próxima aventura : )
Oi, só pra constar, a pronúncia é "keijan", pois cajun é uma adaptação dos americanos do francês cadien, que por sua vez é simplificação de Acadien (que pronuncia-se "acadian").
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