quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Vapiano, Flautas, Queijos, Clara e Bebel


Ricardo Icassatti Hermano

Como vocês, leitores assíduos do Café & Conversa, já sabem, a jornalista Clara Favilla está em Haia, na Holanda, dando tratos à bola, paparicando a filhota, fazendo uns freelas, tomando café e levando a nossa caneca personalizada para passear.

Clara é antes de tudo uma alma generosa. Assim, toda vez que encontra um lugar bacana, seja cafeteria, restaurante ou loja, ela leva a caneca, bate fotos e nos envia. Dessa vez, ela nos reservou uma bela surpresa. Fiquem com o relato dela.

Nós no Vapiano

Esta quarta, 22 foi um dia especial, aqui em Haia. Um dia lindo e morno de outono. Acompanhei Bebel e Inês d'Avena que fizeram um belíssimo concerto numa das igrejas valonas (rito em francês) da cidade, a Waalsekerk. Os valões são protestantes que se refugiaram aqui, já que a região deles que faz parte da Bélgica, é católica. Mas isso faz tempo, viu!!!

Clara, Bebel e Inês, as três sereias

Antes do concerto, que foi na hora do almoço, enquanto as meninas faziam a passagem das músicas, dezenas de turistas franceses que visitavam a igreja se encantaram com o que ouviam. Alguns ficaram particularmente interessados em saber como duas brasileiras estavam ali e tocando tão bem. E o melhor para eles, falando em francês.

Bebel e Inês executando peças barrocas numa igreja valona

No programa Quantz (1697-1773), Guillemant (1705-1770), Teleman (1681-1767) . Foi lindo. A igreja fica na rua Nordeind, também conhecida por Palais Promenade, assim chamada porque vai dar no palácio da Rainha Beatriz. É uma rua muito simpática, cheia de lojas bonitas e alguns bistrôs.

Depois do concerto fomos (eu, Bebel, Inês e o namorado dela, o cravista Cláudio Ribeiro) almoçar do Vapiano (o nome é assim mesmo tudo junto). Uma cadeia alemã de restaurantes de comida ... italiana.

Viajar tem isso tudo de bom, restaurante Vapiano

A decoração faz aquela linha casual. A comida é boa e não é cara. Reduzem custos de pessoal porque mesmo não sendo um self service é preciso ir em cada uma das estações (saladas, pastas, sobremesas, bebidas, pode-se pedir uma ou duas taças de vinho, não toda a garrafa) fazer o pedido. Aí entregam um aparelhinho que vibra (rs) quando o seu prato fica pronto. Paga-se na saída.

Clara gostou da comida, mas adorou o aparelhinho que vibra ...

O restaurante também é cafeteria. Você pode se sentar dentro ou fora para degustar várias bebidas a partir do café e mesmo um espresso (o café é o Illy). A decoração é fofa. O atendimento é rápido e você pode levar para a sua mesa um vasinho de ervas (basílico e alecrim) para dar um sabor ainda mais especial ao seu prato.

Esses vasinhos com ervas são uma grande sacada

Foi mais um dia feliz em Haia.

Beijos Clara e Bebel

Filho de peixe, peixinho é. Fiquei curioso com a decisão da Bebel de se mudar justamente para a Holanda e solicitei à Clara mais informações sobre isso. E foi a própria Bebel quem me respondeu.

Ela me contou que é música profissional e seus instrumentos são a flauta doce e o fagote barroco. Foi na Bélgica e agora na Holanda, que Bebel se especializou na interpretação de música antiga, especialmente medieval, renascentista e barroca.

- Por que justo aqui? Porque aqui ficam os conservatórios com os maiores departamentos dedicados à essa área musical e, consequentemente, também tem mais orquestras e grupos dedicados a esse repertório - esclareceu.

Bebel estuda e se apresenta como free lancer e não está vinculada a nenhum grupo que não sejam os organizados por ela mesma. Como vocês podem ver, ela é uma garota sensível, jóia rara, belíssima e realmente não teve saída senão ir para um país onde o seu talento é valorizado. No Brasil governado por Lulla o Extirpador, ela não teria a menor chance.

Essa é a Bebel ... PAREM AS ROTATIVAS!!!

O Café & Conversa torce pelo sucesso da Bebel em qualquer país e espera que ela volte a se apresentar para os primos tupiniquins um dia. Enquanto isso, ela vai encantando os europeus e matando de inveja as torcedoras holandesas ...

Para fechar esse post, Clara me enviou a foto de um templo do queijo que encontrou por lá. Acho que em alguma encarnação passada eu fui um camundongo que vivia em Paris e sonhava em se tornar um Chef de cozinha. Quase tive um troço quando vi essa foto.

Eu sinto até o cheiro ...

3 comentários:

Anônimo disse...

Há um GRANDE ENGANO. A falta de chance para músicos como a Bebel é histórica no país, nada tem a ver com o Lula que você agride aqui gratuitamente.

Ricardo Icassatti Hermano disse...

Caro Anônimo,

Na verdade o GRANDE ENGANO é todo seu. Primeiro porque não se identifica e se esconde como um Petralha.

Segundo porque você deve ter me confundido com algum "blogueiro progressista" teúdo e manteúdo nas tetas do dinheiro público.

Portanto, procure outro blog mais alinhado ao seu pensamento, por favor.Tenho certeza que você será muito mais feliz : )

Abraço fraternal.

Ricardo Icassatti Hermano

Isabel Favilla disse...

Sem entrar no mérito da vida dura de músico que é mais ou menos díficil em qualquer lugar do mundo (isso dá uma tese). adorei o post, ainda mais por ser comparada à trupe de modelos/"torcedoras" holandesas, rs....muita bondade sua!
bjs!