segunda-feira, 12 de março de 2012

Café e tinta de impressora

Romoaldo de Souza

Por essa não esperávamos. Mas, cientistas americanos criaram uma impressora que em vez de usar cartucho de tintas, vai ser abastecida por café. Isso mesmo, café para imprimir! 

Coffee Printer, impressão na hora de tomar café com o café que você toma

Um inusitado concurso de criatividade, voltado para soluções sustentáveis com equipamentos eletrônicos, escolheu o projeto de um cientista que justificou a geringonça dele, dizendo "que é preciso reduzir a poluição que a química dos cartuchos de impressora causam ao meio ambiente".

Enquanto toma um cafezinho, você já vai separando uma parte para imprimir documentos

O café, ou o resto de café, já estava sendo usado, aqui no Brasil, para espantar o Aedes aegypti, o conhecido mosquito da dengue.

Agora, com essa invenção denominada Riti Cofee Printer, quando você estiver buscando um motivo para tomar café, diga que vai imprimir um documento. Aí, você toma o café, despeja o que sobrou dentro da impressora e imprime.


sexta-feira, 9 de março de 2012

Café, química verde e medicina


Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

O café continua surpreendendo os cientistas que trabalham com a chamada “química verde”. Agora foram pesquisadores da Universidade Nacional de Taiwan, liderados pelo cientista Pin-Che Hsu, que utilizaram pó de café usado, a popular borra de café, como matéria-prima para criar nanopartículas (ou nanopontos) luminescentes.

Essas nanopartículas têm vários usos, mas é especialmente importante na geração de imagens de tecidos biológicos. E por que essa descoberta é relevante? Atualmente, essas nanopartículas são feitas com cádmio e selênio, materiais altamente tóxicos para os tecidos vivos. As nanopartículas feitas a partir da borra de café são totalmente biocompatíveis e emitem luz em diversas cores com eficiência.  


O Café Pessegueiro tem notas achocolatadas, acidez equilibrada
         
Segundo a pesquisa, o processo se resume a secar a borra de café em um forno e moer bem fino. Depois passa por outro processo de queima e diluição em etanol. Esse material biocompatível foi testado gerando imagens de células vivas para detectar a angiotensina I, um peptídeo que causa a contrição dos vasos sanguíneos, podendo levar à hipertensão.



quinta-feira, 8 de março de 2012

Cafés importados para quem vai a Buenos Aires

Romoaldo de Souza

Nosso ouvinte Guilherme Botler está de viagem à capital argentina e disse que não quer ir a Buenos Aires para tomar café brasileiro. Então, temos ao menos três dicas de cafés importados que vão tornar sua estada mais agradável por lá.

Antes de mais nada, é bom destacar que Buenos Aires é uma cidade recheada de pequenas cafeterias que servem café da manhã e antes de falar do café, já vou logo recomendando duas iguarias imperdíveis: alfajor de doce de leite e as mediaslunas, como os argentinos chamam o croissant.

Agora, falemos do café propriamente dito. O colombiano Juan Valdez, o costariquenho e o jamaicano Blue Mountain.

Baixa acidez, com notas de amêndoas. Combina bem com o croissant argentino

A Costa Rica exporta para a Argentina, um café encorpado,
com destaque para o tom achocolatado, que cai bem num macchiato, café com espuma de leite
O Jamaica Blue Mountain é pouco amargo e combina
que é um beleza com o alfajor argentino

Agora, se ainda assim, quiser uma dica de um bom café brasileiro, mande um e-mail que nós vamos fazer uma recomendação verde e amarelo. 

O pernambucano Yaguara tem personalidade. O de torra escura tem uma doçura natural, com destaque para o leve toque de cacau e frutas secas. Mas este você tem de levar


Mulheres do Cafezal

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

Hoje se comemora o Dia Internacional da Mulher. Estranhamente não se comemora a mulher, mas a data. Nós, aqui na redação do blog, fazemos diferente. Homenageamos as mulheres fortes do nosso cafezal. São mulheres que trabalham com café, mulheres belas, elegantes, competentes, determinadas, corajosas, desbravadoras, suaves, destemidas e sensíveis. Musas abençoadas que nos enchem de alegria e nos proporcionam o prazer dos bons cafés. Mulheres com quem vale a pena conviver. 

Essas mulheres encantaram o mundo bruto do café, o nosso blog, as nossas vidas. Elas dizem que as inspiramos em determinados momentos a assumir o amor pelo café. Devemos estar fazendo alguma coisa certa. Mas, o que elas não sabem é que igualmente nos inspiram com a sua força e generosidade. Para nós do Café & Conversa, elas são Musas, Deusas do café. Sintam por si mesmos o poder dessas mulheres incríveis.

Moema Dourado, da antiga Fellini Café


Gabriela Sturba, da Grenat Cafés Especiais


Luciana Sturba, da Grenat Cafés Especiais


Bebel Hamu, da La Marzocco


Juliana Pedro, da Ernesto Cafés Especiais

quarta-feira, 7 de março de 2012

Café e malhação

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

A jornalista Lorena Pacheco leu a notícia que coloca lado a lado o exercício físico e a cafeína na capacidade de modificação do DNA e nos pergunta se basta tomar café para se manter em forma. Nós também lemos esse artigo publicado na edição de março da revista "Cell Metabolism" e não aconselhamos que você faça isso.

Conforme está explicado lá, a cafeína não substitui o exercício físico, apenas tem o mesmo efeito químico no DNA dos músculos. Isso não significa que tem o mesmo efeito físico da malhação. No artigo, a dra. Juleen Zierath, do Karolinska Institutet, na Suécia, explica que a cafeína produz um efeito semelhante à contração muscular, como ocorre no exercício e de outras maneiras. Ela não recomenda que ninguém beba uma xícara de café em vez de se exercitar.

O estudo revelou que as modificações epigenéticas que acionam genes, permitem que o DNA nas células se ajuste conforme as mudanças ambientais. Na verdade, é uma confirmação da Teoria da Evolução de Charles Darwin. Já saímos de fábrica geneticamente equipados para nos adaptarmos às circunstâncias e evoluirmos.

Mas, o importante é o que diz a Dra. Zierath: "Exercício é medicina e parece que os meios para alterar os nossos genomas para ter uma melhor saúde podem ser uma simples corrida". Outro ponto importante é que essa descoberta pode levar a medicamentos que auxiliem quem não pode se exercitar ou ajudar a resolver o problema de degradação física dos astronautas nas longas permanências em ambiente de gravidade zero.

Depois dessa, tome um espresso ouvindo nosso podcast.


terça-feira, 6 de março de 2012

Café brasileiro em Buenos Aires

Romoaldo de Souza


Patrícia Patriota está passando uma curta temporada em Buenos Aires e na capital argentina fez de tudo para tomar um café brasileiro. O máximo que conseguiu até agora, foi encontrar um grão que não tinha qualquer informação de origem a não ser que era produzido em Minas Gerais. Só isso!


O roteiro de cafeterias em Buenos Aires, que servem café da manhã, é imenso. Dezenas delas abrem por volta das 5 da manhã e só fecham perto do meio dia e em algumas o café brasileiro já está sendo servido, como na cafeteria Quebec, na av. Callao. Apesar de trazer o nome de uma das maiores cidades do Canadá, o café é paranaense. Da região de Londrina.

A foto das meninas do Idas e Vindas ilustra esse nosso comentário. Passe no blog delas



Um abraço, bom café!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Um conselho: tome um bom café!

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

A Organização Internacional do Café (OIC) constatou que o consumo mundial vem crescendo de forma consistente há mais de 40 anos, a uma taxa anual de 1,6%. Daí resolveram fazer uma projeção para os próximos 10 anos, só para saber quanto café seria necessário para abastecer o mercado e suprir a demanda. A OIC analisou três cenários de crescimento da demanda (1,5%, 2% e 2,5% ao ano) e o resultado é que enquanto o consumo aumenta fortemente, a produção não conseguirá acompanhar.

O consumo mundial de café em 2010 foi estimado em 135 milhões de sacas, um aumento de 2,4% sobre o ano anterior. Estimativas preliminares indicam um maior crescimento em 2011. A OIC também informa que, devido à alta nos preços nos últimos dois anos, os países produtores exportaram mais e os estoques de grãos verdes de café no ano safra 2011/12 atingiram 17,4 milhões de sacas, o menor volume desde 1990/91.

E aqui vai o nosso conselho de amigo. Aproveite para tomar o seu café especial enquanto tem e a preços acessíveis. Em 10 anos, esse café será escasso e caro.


Um abraço, bom café!

sábado, 3 de março de 2012

J. Edgar e a Oncinha Fedorenta

Ricardo Icassatti Hermano

Intimado por Little Mary, fui com ela assistir o filme não oscarizado J. Edgar, que deveria ser uma coisa - de acordo com a propaganda - e acabou sendo outra. Havia acompanhado o buxixo pré-lançamento. Gosto muito das entrevistas com diretores e protagonistas, pois sempre sai alguma revelação. Me chamou a atenção a insistência dos jornalistas em perguntar ao diretor Clint Eastwood sobre o homossexualismo do homem que inventou o FBI (Federal Bureau of Investigation).

Cartaz do filme

Interessante notar que, nos Estados Unidos, essa força policial federal está subordinada ao Departamento de Justiça, através do Procurador Geral (Attorney General). Aqui no Brasil, a Polícia Federal está subordinada ao Ministério da Justiça. Lá, quem expede autorizações para grampos é o Procurador Geral e, em alguns casos, o próprio FBI pode tomar a iniciativa. Aqui, somente um juiz pode autorizar grampo. Mas, isso é uma outra história.

Di Caprio interpreta Hoover em várias idades

Apesar de ser um republicano da gema, filiado ao partido desde 1951, Clint Eastwood não poupou J. Edgar Hoover. O filme destrói a figura pública e a imagem construída pelo criador do FBI ao longo de 48 anos. Como eu dizia, gosto de acompanhar os buxixos de pré-lançamento e vi algumas entrevistas com o diretor, que foi insistentemente questionado sobre o foco no homossexualismo de Hoover. O diretor, meio sem graça, se esquivou como pôde e disse que a sua intenção sempre foi mostrar a obra deixada pelo visionário que trouxe a ciência para a investigação policial.

Como podemos observar, Hoover não era
um bonitão como o Di Caprio

Mas, após assistir o filme tive certeza que a tal "obra" se limitou quase completamente ao caso homossexual de Hoover com seu sub-diretor Clyde Tolson, que foi seu "companheiro" por toda a vida. A parte da "obra" que seria interessante, serviu apenas como cenário, pano de fundo. Por que Clint teria feito isso? Se a intenção era mostrar como o homossexualismo de Hoover poderia ter influenciado a sua atuação à frente do FBI, isso não foi alcançado. Faltou o link que teria dado sentido ao filme. Do jeito que está, parece uma colcha de retalhos.

J. Edgar Hoover e Clyde Tolson formam o par romântico do filme ...

Eastwood lançou mão do mesmo artifício narrativo utilizado em outro filme: A Dama de Ferro. Cenas de um J. Edgar Hoover no fim da vida ditando suas memórias a outros agentes novinhos e estranhamente afetados, vão se intercalando com cenas do jovem brilhante, determinado e obcecado por segredos que soube usar para sobreviver a oito presidentes, 18 secretários de Justiça e se manter no cargo por quase cinco décadas. O problema é que se sabe muito pouco sobre essa lado da vida de Hoover. O que se sabe, foi produzido pelo seu marketing constante.

Hoover e Tolson

Ao longo da minha vida profissional tenho lidado com gente que persegue o poder. Poucos conseguem chegar lá e esses compartilham de uma característica peculiar: querem a todo custo reinventar o próprio passado. Hoover fez tudo para ser o heroi que imaginou, o homem másculo que não era, o líder poderoso e imaculado dos sonhos da sua mãe. Um prato cheio para Freud ... No filme, é retratado como uma bichona amargurada por não ter podido compatibilizar o seu projeto de poder com a abertura das portas do armário.

Será que Hoover gostaria de ser interpretado por Di Caprio?

Talvez Clint Eastwood não goste do Hoover, ou do FBI, sei lá eu. Dizem que o cara se manteve tanto tempo no cargo à custa de muita chantagem com informações confidenciais. Mas, não há como confirmar. O seu arquivo secreto desapareceu. Fora isso, comentou-se muito sobre a maquiagem, que hoje em dia causa assombro. Mas, pisaram na bola em pelo menos um dos personagens, o amante de Hoover. Os efeitos digitais para colocar um rosto no presidente "Nixon" também são toscos.

É claro que continuo fã do cara que recusa Photoshop

A atuação do Leonardo di Caprio está OK, mas parece forçada em alguns momentos. Talvez seja a forma meio caricata de falar em público. Embora não tenha gostado do filme, continuo fã de carteirinha do Clint Eastwood. E aí você grita daí: "e a oncinha fedorenta?"

Well, Little Mary é goianinha do pé rachado. Uma trabalhadora braçal que se levanta com as galinhas e se deita com o por do sol. Mulher, goiana, trabalhadora rural, jornalista. Passou a infância no lombo dos cavalos, aparteando gado, tirando leite de vaca e castrando porco. Mulé valente das mãozinhas calejadas, viajou o mundo, mas nunca conseguiu se adaptar à vida urbana. 

Mulher trabalhadeira, já dizia a poetisa Cora Coralina

Assim, não me surpreendi quando, já no escurinho do cinema, flagrei Little Mary retirando um saco plástico do fundo da bolsa. Ao abri-lo, reconheci imediatamente o aroma do tradicional petisco camponês: farofa de frango desfiado. Ela pegava um punhado daquilo, apertava várias vezes até formar um bolinho sólido, no formato de um quibe, e, num movimento rápido, jogava para dentro da boca, seguido de grandes goles de cerveja. Ainda bem que não era um arroz de pequi ...

Aroma inconfundível e, tipo assim, uma comfort food para Little Mary

A situação - vamos chamar assim - me lembrou a antiga piada da moça que tenta viajar com uma oncinha. Eu disse para Little Mary, que lutava para limpar os dedinhos engordurados e não via a farofa em torno da boca: 

- Se alguém reclamar que a oncinha está fedendo, eu aponto pra você e digo que a oncinha é sua ...
- Que oncinha?
- A da piada. Não conhece?
- Não ... nunca ouvi essa piada. Conta aí.
- Uma mulher foi visitar a família que morava em um vilarejo no final da Rodovia Transamazônica. Na hora de voltar, os parentes lhe deram de presente um filhote de onça. Diante da proibição legal de viajar com animais silvestres, ela colocou a oncinha debaixo da saia e entre as pernas, onde ficaria bem escondida.
A viagem longa somada ao calor amazônico, logo a oncinha começa a exalar um forte e mau cheiro que impesteia o fundo do ônibus.
Um passageiro, que percebera o que ela levava, se levanta, vai ao motorista e denuncia:
- Motorista, uma das passageiras está levando uma oncinha, que está provocando o maior fedor, lá no fundo!
O motorista, imediatamente para o ônibus, se levanta da poltrona, vira-se para os passageiros e diz;
- A mulher que está com a oncinha fedendo, favor descer do ônibus!
15 mulheres se levantaram e saíram, rapidinho ...

Veja o trailer do filme J. Edgar.


sexta-feira, 2 de março de 2012

Café Caribenho

Romoaldo de Souza

Michel Teles, que não é o Michel Teló, embora vez ou outra cante rumba e salsa, foi fazer um show em Santiago de Cuba e por lá tomou um drink de café. Anotou tudo e trouxe a receita para que divulgássemos aqui no Café & Conversa.

A receita chama-se Café Caribenho e leva calda de açúcar, uma dose de rum, licor de café, meia dose de Martini, gelo, creme de leite, de preferência light ou leite de coco, e café bem forte.

Siga, ouvindo o podcast para saber mais sobre essa delícia!


Coloque as taças onde vai servir  o drink na geladeira. Quando estiverem geladas molhe a borda da taça com Martini e depois passe na calda de açúcar. É bom polvilhar um pouquinho de açúcar para dar um clima mais cristalizado. Dentro de uma coqueteleira ou no liquidificador, coloque todos os ingredientes e bata até ficar bem cremoso, nesse calor, seu drink, Michel, vai fazer sucesso!!!


Um abraço e bom café!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Descafeinados com sabor

Romoaldo de Souza


No comentário anterior, eu tinha falado do processo para descafeinar um café, muitas vezes com a utilização de produtos químicos que, certamente, interferem no sabor. Foi aí, que o leitor Joffre Melo fez aquela pergunta característica.


- Café descafeinado tem sabor? - quis saber. 


Ter tem, até mesmo porque as empresas de pesquisa estão fazendo cruzamentos de grãos, mudanças genéticas para descafeinar o grão, sem que o café perca todo o sabor.

Mudanças genéticas para ticar a cafeína sem influenciar muito no resultado final do café

Escute o podcast -->  

Um abraço e bom café