segunda-feira, 30 de abril de 2012

Os Vingadores, como superar o que já é ótimo

Ricardo Icassatti Hermano

Marvel está de parabéns. A editora e agora também produtora  de cinema conseguiu superar o grau de excelência que utilizou nos filmes anteriores e simplesmente transformou Os Vingadores no melhor filme de super-heróis já realizado em todos os tempos. O segredo está à vista de todos. Basta seguir o que está nos gibis, sem tirar nem por. Para isso, teve a inteligência de entregar a coordenação dos roteiros ao mestre, à lenda viva, ao criador desse universo fantástico, Stan Lee


Cartaz do filme

Por que não fizeram isso desde o início, perguntam os fãs de quadrinhos. Sei lá. Executivos e produtores de Hollywood são umas bestas, acredito eu. Especialmente aqueles dos grandes estúdios. Talvez por isso a Marvel tenha criado a sua própria produtora de filmes, para dar o tratamento cinematográfico adequado à sua obra. Lembrem-se que chegamos a ver o Batman ser "interpretado" pelo George Clooney e com mamilos em seu uniforme. 

Colocar na direção dos filmes alguém que realmente goste de gibis também foi uma providência certíssima. Só quem passou a infância esperando ansiosamente, abrindo conta em bancas de revistas e colecionando religiosamente as aventuras daqueles super-herois, terá o conteúdo cultural necessário para dirigir um filme desses. Felizmente é o caso de Joss Whedon que, aliás, é filho e neto de bem sucedidos roteiristas de televisão e sua mãe era professora de História e escritora de romances. 


O diretor Joss Whedon

Mas, vamos ao filme. O elenco continua estelar com Robert Downey Jr. na poderosa armadura do Homem de Ferro; Samuel L. Jackson, como Nick Fury; Scarlett Johansson, na deliciosa pele da Viúva Negra; Chris Hemsworth, no papel do deus nórdico Thor; e Tom Hiddleston, como seu invejoso e traiçoeiro irmão Loki. A novidade fica pela troca de guarda no intérprete do Hulk, que agora é Mark Ruffalo, e a incorporação de dois novos super-herois: o Capitão América, com o pouco convincente Chris Evans, que fazia o Tocha Humana no abandonado Quarteto Fantástico; e o Falcão, um arqueiro interpretado por Jeremy Henner. Este último meio deslocado na história e como é somente um heroi (sem o super), lhe deram o papel de traíra.


O maravilhoso elenco que deu vida aos super-herois

A trama é basicamente a criação do grupo chamado Os Vingadores, uma tropa de elite especialmente montada para reagir a ataques extraterrestres, uma vez que aos humanos normais faltam atributos físicos e armamento para enfrentar raças e armas superiores que, por algum motivo desconhecido, querem porque querem destruir o planeta Terra. É algo como um Super B.O.P.E. É faca no E.T. mermão!!!


Scarlett Johansson emprestando seus, digamos, atributos à Viúva Negra

Todos os elementos que nós, fãs dos quadrinhos, gostamos estão no filme. E todos na medida certa. Humor em filmes de super-herois é um desses elementos, mas se for mal utilizado acaba estragando tudo. Vejam o caso do Lanterna Verde, em que utilizaram um comediante para interpretar o heroi. Claro que deu merda e o cara estragou tudo com um monte de piadinhas que só ele achou graça. Ainda bem que em Os Vingadores o humor está na medida exata, nos momentos precisos e tem o efeito desejado. 


E, claro, o couro come

No filme, a grande ameaça ao planeta Terra vem mais uma vez do irmão do Thor, o adotado Loki. Aliás, os vikings não poderiam ter dado um nome melhor para ele. Trata-se basicamente de uma bichona atormentada pela inveja e pelo ódio que sente pelo irmão, que é filho genuíno de Odin. Ele também deve ser revoltado com o figurino que lhe deram, um capacete com dois enormes chifres de gazela. Um bicha louca, no sentido psicopático e assassino do termo e que, como todo vilão de quadrinhos, a-do-ra fazer discursos sobre a sua própria grandiosidade quando está destruindo tudo. 


Com esse modelito não dá mesmo para ser feliz


Só a cena em que o Hulk ouve o Loki discursando sobre a sua superioridade endeusada, como se estivesse num baile do Municipal e fosse o Clóvis Bornay agradecendo o prêmio de Melhor Fantasia Categoria Luxo, já vale o ingresso. E o Hulk acaba sendo a grande atração do filme. Apesar de eu preferir o Edward Norton no papel do cientista Bruce Banner, o Mark Ruffalo não se saiu mal e a animação do gigante verde está mais abrutalhada. 


Hulk, baixa tolerância para palhaçadas, uma lição de vida

Os Vingadores é um filme sensacional e nos deixa com sabor de "quero mais". Por isso, não levante da sua cadeira enquanto não ver as cenas do que ainda vem por aí ... Os amadores ou quem nunca leu um gibi, saem da sala assim que os créditos aparecem na tela e perdem o teaser surpresa que já se tornou um padrão nos filmes da Marvel. Mas, até para essas pessoas, o filme é uma grande diversão. Assista o trailer:


Café com alho. Pode?

Romoaldo de Souza

Tem uma palavra no cotidiano do interior de Pernambuco, recordo bem, no sertão do Pajeú, que é  apropriada para a história contada pela ouvinte Marcos Rogério, operador de áudio da rádio Difusora de Goiânia, capital de Goiás.

Marcão, como é conhecido por lá, contou que estava com um pequeno incômodo na boca e foi fazer uma pesquisa na internet. Uma das "meisinhas", um remédio recomendado pelo pessoal que costuma se tratar com plantas medicinais, era usar alho. Foi aí que Marcão cortou um dente de alho e começou a passar nos lábios.

Pense num profissional competente? 

- Ainda com o sabor do alho na boca, preparei um café bem forte, sem açúcar, sem adoçante e não é que senti um sabor maravilhoso? - lembra. Curioso, Marcão cortou mais um dente de alho, socou bem, e colocou no café.

- O resultado foi um sabor bastante diferente, aromático, e fiquei com uma disposição fantástica - salienta!

Está aí o experimento de nosso ouvinte Marcos Rogério, que a pretexto de encontrar uma "meisinha", acabou descobrindo que café com alho fica agradável.

Quer experimentar? 


Um abraço, bom café!

Por que nas cafeterias o atendimento nem sempre é bom?

Romoaldo de Souza


Está chegando o feriado para homenagear o Dia do Trabalho, mas é bom destacar que nem sempre o trabalhador dá importância àquilo que faz. Seja porque ganha mal, seja pelo desleixo ou motivos mais subjetivos como a falta de atenção mesmo. Foi por assim pensar, que dediquei este quadro à mão-de-obra que em muitos casos – e em muitas cafeterias – não está preparada para receber o cliente.


O cientista político Alessandro Alves conta que foi a uma cafeteria, num shopping center, da cidade de Recife, pediu um espresso e sentiu nojo do produto que recebeu. 


O café tinha entornado, sujou a xícara e o pires parecia que tinha sido alagado - ressaltou. Paciente, Alessandro pediu para trocar o café. 


- Voltei a reforçar que queria um espresso  curto e novamente fui tratado com desprezo pela atendente - destaca. 


Ainda bem, que em Recife não está em vigor essa, por assim dizer, feminilização da língua portuguesa, e a atendente é atendente mesmo e não "atendenta". E quero ressaltar que não tenho nada contra a feminilização do planeta. Mas, idioma correto não é para quem tem a caneta. É para quem estuda diariamente.


Voltando à atendente e à cafeteria, é claro que numa relação comercial o cliente vai ter sempre razão, mas não é somente por isso que o consumidor precisa ser bem tratado, não. Por uma questão de gentileza e, claro, pela sofisticação do produto que está sendo vendido.


Donos de cafeteria precisam treinar melhor seus auxiliares e levar em consideração que quem entra num estabelecimento pede um café e deixa o café praticamente intacto, intocado, é porque alguma coisa está acontecendo, que precisa ser descoberta.

Em muitas ocasiões, eu costumo levar meu café e minha cafeteira
 para fugir das pegadinhas do atendimento desleixado 

Uma boa alternativa, para "medir" como está se dando o atendimento, é a tática do cliente oculto. Donos de cafeterias poderiam muito bem pedir a amigos e parentes para se fazerem passar por clientes e verificar como o atendimento está sendo feito.

Com todo respeito  aos vícios alheios, mas quem sai de casa ou do trabalho para tomar um café não é um pé-inchado que vai ao boteco, tomar uma lapada e fica azucrinando a vida do garçom.

Escute o podcast e diga se nós não temos razão? 

Por isso, o profissionalismo do pessoal que serve nas cafeterias é tão importante como é importante o grão que está sendo servido. O que adianta, por exemplo, importar café de outras regiões do país, comprar máquinas sofisticadas, montar uma loja, uma cafeteria, e o atendimento ser meia-boca?

Um abraço, bom atendimento, bom café! 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Apertem os cintos! A embalagem sumiu!

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

Ecologia está mesmo na boca do povo e chegou com tudo aos cafezais. Os cafés orgânicos, plantados sem agrotóxicos e adubos químicos, são cada vez mais procurados pelos consumidores. Além de mais saudáveis, os cafés orgânicos têm muito mais sabor e aroma. Mas, a onda verde não parou por aí. Agora, chegou a vez das embalagens.

Uma empresa norte americana acaba de lançar um filme comestível que pode ser usado em embalagens solúveis para produtos instantâneos como  café, chá e sopas. Segundo a empresa, apesar da aparência de plástico comum, o tal filme é seguro para o consumo, é biodegradável, não deixa resíduos e pode até receber aditivos de sabor.

Para tomar o seu café instantâneo, basta colocar a embalagem numa xícara e despejar água quente. Em instantes, a embalagem se dissolve liberando café, que se mistura na água. Claro que essa novidade é para quem tem pressa e gosta de praticidade, pois não precisa nem abrir a embalagem. Obviamente, também não funciona com produtos líquidos. Só falta inventarem a água que esquenta sozinha ...



Veja neste vídeo como funciona essa embalagem solúvel com o café instantâneo:


Um abraço e bom café!

Café, Gente e Papos Bacanas - Histórias

Ricardo Icassatti Hermano

Retomamos a antiga "editoria" Café, Gente e Papos Bacanas, que vai abrigar as histórias que nossos leitores nos contam toda sexta-feira na reunião de pauta do blog. Se você ainda não sabe, todo mundo está convidado a participar das nossas reuniões semanais, onde poderá desfrutar de café e água mineral por nossa conta. Mas, precisa nos contar uma história real. Pode ser sobre qualquer tema e se for realmente boa, será publicada aqui.

Hoje, trazemos a primeira história e como é a primeira, escolhemos logo uma de amor. Em homenagem às nossas leitoras de ambos os sexos, hahahahaha!!!. Os nomes reais dos protagonistas serão poupados a pedido. Vamos a ela então.

Lucas era um jovem jornalista em início de carreira e sonhava em, um dia, chegar a ser como um daqueles seus ídolos dos grandes jornais, lidos diariamente de cabo a rabo. Cheio de coragem e esperança, se despediu dos pais e deixou o interior de Minas Gerais com a sua matulinha para tentar a sorte em Brasília. Afinal, além de ser a capital do país, é onde a política acontece. E quem quer ser um repórter de política não tem outro lugar melhor no Brasil para trabalhar. 

Tempos depois, ainda não havia conseguido um emprego fixo e, por isso, vivia duro. Morava com amigos que lhe franqueavam um colchão aqui, um sofá ali. Às vezes, a fome incomodava e quase sempre a única refeição do dia se resumia a uma coxinha e um refrigerante. E assim ia levando. Lá no interior, ele não fazia ideia de como seria difícil abrir caminho na selva brasiliense e conseguir um lugar ao sol no serpentário jornalístico.

Uma noite de sábado, os amigos estavam pilhados para uma festança. Lucas estava especialmente mal humorado e recusava todos os convites para a tal festa. O mau humor chegava a escorrer na testa do coitado. Estava desanimado com a falta de grana e as dificuldades para conseguir o almejado emprego num grande jornal.

Mas, bons amigos também são insistentes. E tanto fizeram que conseguiram convencer Lucas a ir com eles. Muito a contragosto, diga-se. Chegando lá, o humor não havia melhorado. Ao contrário, a ele se juntou o arrependimento de ter aceito o insano convite. Preferia ter ficado em casa e ido dormir mais cedo. Assim, feito menino entojado, procurou um canto onde havia uma cadeira e lá sentou, com os braços cruzados, cara amarrada e uma tromba de elefante. 

Enquanto todos se divertiam, Lucas não quis nem beber. Apenas queria ficar amuado no seu canto, entoando seus resmungos incompreensíveis. Mas, o destino anda de braços dados com o imponderável e sempre nos reserva surpresas surpreendentes. Ele não havia notado que à sua esquerda havia uma porta, até que alguém a abriu e assim a deixou. 

Como todo bom repórter, Lucas possui curiosidade inquebrantável. Nem uma medonha crise de mau humor consegue impedir a curiosidade de saber as coisas. Assim, ele olhou para ver o que tinha além da porta. Viu um corredor não muito extenso, com as luzes apagadas. Ao final, um outro cômodo com as luzes acesas. Logo, a mente começou a formular perguntas. Mas, não deu tempo de responder nenhuma. Uma esguia e curvilínea figura feminina se postou na moldura iluminada no final do corredor escuro.

Lucas esqueceu de respirar. Seu semblante perdeu o ar grave de menino entojado, sua tromba se recolheu feito o pinto da gente, quando entramos em água gelada ou subimos escada, ensina o João Domingos. Seu olhar se fixou naquela mulher que, naquele momento, não passava de uma silhueta, uma sombra quase diáfana. E, do outro lado do corredor, ela também olhava para ele.

Com um sorriso meio abobalhado, Lucas se levantou assim que ela adentrou o corredor e veio caminhando em sua direção. Ao se encontrarem frente a frente, ele disse:

- Quer dançar comigo?

Ela aceitou. 

Nada mais falaram. Na segunda música já estavam se beijando e sabiam que haviam sido feitos um para o outro. A vida subitamente fazia sentido para Lucas. As dificuldades pareciam moscas que espantava com um abano de mão. Futuro? Estava com ele em seus braços. Emprego? Ah, emprego pinta. Grana? Dá-se um jeito.

Mas - e sempre tem um "mas" - a noite não acabou em paz. Embora os dois estivessem flutuando pela sala, uma pessoa não gostou nada daquele encontro. O namorado da moça ... o homem ficou valente, queria bater no Lucas, gritou, esperneou, xingou, mas teve que se conformar. Perdeu playboy! O amor é assim mesmo.

Desde então, 37 anos se passaram. Lucas e Júlia se casaram, tiveram duas filhas lindas e continuam tão apaixonados quanto naquele dia em que se conheceram. Lucas realizou seu desejo e se tornou um dos grandes jornalistas políticos do país. 

Vocês têm histórias boas como essa? Nossa reunião de pauta acontece toda sexta-feira em alguma cafeteria da cidade. A gente avisa onde será pelo Twitter @CafeConversa. Fique de olho. Os espressos e a água mineral são por nossa conta. 


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Toró de lágrimas, café ajuda a chorar

Ricardo I. Hermano e Romoaldo de Souza

Você já sentiu uma vontade incontrolável de chorar assistindo sua novela predileta ou um drama no cinema, mas não brotaram lágrimas dos seus olhos? Você pode ter a síndrome do olho seco. Calma ... você ainda não está correndo o risco de virar um Virgolino Lampião, mas deve procurar logo um oftalmologista e tomar café.

A síndrome do olho seco envolve o mau funcionamento da glândula que produz lágrimas e a sua qualidade, além da taxa de evaporação a partir da superfície do olho. Qualquer pessoa pode desenvolver a doença, mas ela é mais comum entre mulheres. Os sintomas podem incluir sensação de areia nos olhos, ardor, produção excessiva de lágrimas e produção de muco pegajoso.

Liderado pelo cientista Reiko Arita, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio partiu de pesquisa anterior e encontrou evidências de que a ingestão de cafeína aumenta de forma significativa a capacidade do olho de produzir lágrimas. Os 78 voluntários que participaram do estudo produziram mais lágrimas após consumir cafeína do que depois de tomar um placebo.



A equipe sabia que a cafeína poderia estimular as glândulas lacrimais, uma vez que é conhecida por aumentar outras secreções, tais como saliva e sucos digestivos. Os pesquisadores também sabiam que as pessoas respondem diferentemente à cafeína, então eles analisaram amostras de DNA dos voluntários. A produção de lágrimas foi maior naqueles que possuíam duas variações genéticas que desempenham papeis importantes no metabolismo da cafeína.


Um abraço e bom café!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Macchiato caseiro

Romoaldo de Souza


Betina Riffel mora em Bonn, na Alemanha, e nem sempre tem tempo de passar em uma das encantadoras cafeterias na cidade onde mora. Nossa leitora comprou uma cafeteira caseira, mas sente muita vontade de tomar um Macchiato e nos pergunta como deve fazer o café em casa.

É bom dizer que o Macchiato é feito com 50% de café e a outra metade  é de espuma de leite. Então você vai coar uma xícara grande, 150ml de café forte. Enquanto está coando o café, o leite já deve estar bem aquecido.

Na foto do pessoal do Blog O Gourmet, retratamos um macchiato profissional.
O caseiro requer um certo cuidado. Escute o podcast e aprenda como se faz

Como você está em casa, não tem maquina própria para fazer vapor do leite, você pode bater, no liquidificado ou no nultiprocessador. Ou ainda, com aquele batedor de ovos, em espiral, sabe qual é?


Um abraço, bom café! 

domingo, 22 de abril de 2012

O Diário de um Jornalista Bêbado

Ricardo Icassatti Hermano

Meu colega jornalista Maurício de Santi assistiu o filme O Diário de um Jornalista Bêbado (The Rum Diary) e postou no Facebook que riu muito, mas achou a história surreal. Eu já estava a fim de ver o filme e depois que li o post do Maurício fiquei mais curioso ainda. Hoje assisti e gostei muito, ri muito, mas não vi nada surreal lá. 


Cartaz do filme

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que o Maurício é bem mais novo que eu e entrou no jornalismo numa época bem diferente da mostrada no filme. Talvez resida aí a sua descrença na história. Eu ainda peguei o final dessa era pré-computador e internet. Escrevi em máquinas manuais, a edição era feita com cola e estilete, as matérias eram enviadas e recebidas por aparelhos de telex. Posso dizer que o filme retrata muito bem o que foram aqueles anos, pelo menos para uma parte dos jornalistas de então. 


Esse é o autor do livro, Hunter S. Thompson

No final é mostrada uma foto do autor do livro em que o filme é baseado, Hunter S. Thompson (1937-2005). Em seus livros, ele relata experiências pessoais e ficou tão famoso por isso que acabou servindo de inspiração para personagens de uma história em quadrinhos underground chamada Doonesbury.


Esse é o personagem das histórias em quadrinhos

Era um grande fã de Ernest Hemingway e escreveu um artigo quando o escritor morreu. Nele, Thompson disse que Hemingway se matou porque estava deprimido e não tinha mais motivo para viver, pois seus amigos ou já estavam mortos ou haviam mudado. Thompson também se matou com um tiro na cabeça.


Naquela época, muitos escritores atuaram no jornalismo

Claro que o filme carrega na tinta aqui e ali, especialmente nas cenas engraçadas. Mas, isso faz parte do arsenal de recursos empregados pela linguagem audiovisual. Era um outro tempo e quem não o viveu sempre achará improvável. Mas, basta ler On The Road, de Jack Kerouac para entender como e porquê se vivia daquele jeito.


Junto com o amigo Neal Cassady, Kerouac viajou por sete anos
na Rota 66, de onde tirou a inspiração para escrever On The Road

Sob certos aspectos, o final dos anos 50 e a década de 60 se assemelham muito com a chamada Era de Ouro, na década de 20. Muita coisa para descobrir, muita criatividade à solta, viagens em todos os sentidos e uma explosão de arte por toda parte. Como a vida é um pêndulo, o outro lado obscurantista também teve muita atividade, com golpes de estado, ditaduras (tanto faz se de esquerda ou de direita, são a mesma merda), guerras, crime organizado, tráfico de drogas etc.


O triângulo amoroso da história

O filme é estrelado por Johnny Depp na pele do jornalista Kemp, que tem sérios problemas com a bebida e vai parar num jornal em Porto Rico, que é controlado por um banco e mais um monte de escroques com interesses imobiliários na ilha. Em determinado momento, o grupo vê em Kemp o jornalista ideal para  transportar para a mídia e para os leitores uma imagem positiva da sacanagem que estão prestes a realizar. Essa é a linha dramática da trama. 


Na terceira vez em que acordei assim,
meu fígado mandou parar tudo ... (rs)

Mas, o filme traz surpresas hilariantes em seu elenco. Como o fotógrafo Sala, interpretado por Michael Rispoli, e o tresloucado, alucinado Moberg, vivido por Giovanni Ribisi. Os dois estão sensacionais e me fizeram lembrar meu início de carreira. Aprendi e me diverti muito com fotógrafos como Roosevelt Pinheiro, Ivaldo CavalcanteGeraldo Magela, Rodolfo Stuckert, André Dusek, Zuleika Souza e tantos outros. 


Los tres amigos

A supresa boa mesmo é uma nova atriz que, coincidentemente, havia visto ontem num outro filme menos elaborado e onde sua beleza chama a atenção. O nome dela é Amber Heard e é absolutamente linda. Daí me lembrei que ela já havia feito uma pequena aparição em Zombieland e havia causado furor com um shortinho minúsculo em Fúria sobre Rodas. Aqui, ela faz o papel da namorada carreirista do pilantra empreendedor Sanderson, interpretado por Aaron Eckhart. Claro, ela acaba se envolvendo com o jornalista.


Diz aí, ela é ou não é deslumbrante?

Pois é Maurício, aqueles eram outros tempos. Hoje é diferente. O jornalismo se tornou mais, digamos, "profissional". Os jornalistas daquele tempo só precisavam saber escrever e ter faro para a notícia. O início de carreira invariavelmente começava pelas editorias de cidade e polícia. Hoje, saem das faculdades e já vão "cobrir" áreas complexas como política e economia. Alguns se tornam "chefes" sem nunca ter pisado numa redação. Tudo muito "profissional", muito certinho. Até as "denúncias" são combinadas. Não há espaço para a aventura, o contraditório. 


Amber, sua Linda!!!

O Diário de um Jornalista Bêbado, além de ser produzido por Johnny Depp, é também o segundo filme baseado na obra literária de Thompson em que Depp atua. O filme é excelente e me trouxe boas recordações de um tempo em que o jornalismo foi divertido para mim. O Café & Conversa assistiu e recomenda. Veja o trailer:


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Café com rum

Romoaldo de Souza

Tudo bem, você vai dizer que a semana foi puxada, que está pensando em aproveitar o feriado para colocar o corpo para descansar... Nesse projeto de relaxar, mas relaxar mesmo, nós queremos contribuir com um drink que é uma mistura do café brasileiro, um dos melhores produtos que temos para exportar, com uma das mais tradicionais bebidas do caribe, o rum. Café com rum é perfeito para tomar um gole e puxar um sono daqueles de sonhar com os(as) anjos(as).

Claro, a foto é meramente ilustrativa, mas nossa ideia é levar nossos ouvintes
 a sentirem vontade de preparar o drink de hoje


Outros detalhes, bem! Escute o podcast! 



Um abraço, bom café!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Qual a melhor cafeteira? A sua

Romoaldo de Souza

O jornalista Victor Boyadjian, amigo nosso, aqui em Brasília, que está indo visitar a mãe dele em São Paulo, perguntou se valeria a pena dar de presente uma dessas sofisticadas cafeteiras que estão na moda. 


Boyajim, com a disposição de quem enfrenta senador bravo,
o jornalista está vivendo um dilema: comprar uma cafeteira ou  cortar o cabelo


Tem seus prós e os contras. A favor, é uma linda peça de decoração, serve um café honesto e você ainda causa boa impressão. Agora, gostaria de ponderar que quando você adquire uma dessas cafeteiras, vai ter de ficar a vida toda comprando o produto que a marca da cafeteira vende.





Um abraço, bom café!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Espresso Martini

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

Sábado passado foi comemorado o Dia Internacional do Café. No próximo sábado, dia 21, começa a Semana Internacional do Café. Entre uma e outra celebração, nós procuramos uma receita de drink para comemorar com muita classe esse grão que leva alegria a todos os cantos do mundo. Encontramos o drink ideal, fino, elegante, classudo: o Espresso Martini. Bebida para tomar vestindo Black Tie. Tome nota aí.


Espresso Martini


Ingredientes


- 4 colheres de sopa (60 ml) de vodka
- 1/2 colher de sopa de licor de café
- 1 xícara pequena (30 ml), ou 2 colheres de sopa, de café espresso


Preparo


Coloque todos os ingredientes numa coqueteleira com alguns cubos de gelo. Com um ritmo cadenciado, sacuda até que o lado de fora da coqueteleira esteja gelado. Passe a mistura por um coador diretamente sobre a taça de Martini. Sirva imediatamente.




Um abraço e bom café!

domingo, 15 de abril de 2012

À Toda Prova, cerveja, tattoo, bote, Shame e cochilo

Ricardo Icassatti Hermano

Eu sempre alerto a Little Mary para os perigos do excesso no consumo de cerveja. Ela nunca me escuta. Fomos ao cinema na última sexta-feira porque não tínhamos nada para fazer e incorporamos ao grupo a sempre disposta Clarita Little Enterprises, que nos poupa um tempão na fila para compra de ingressos com o golpe da carteira de identidade falsa na fila para idosos.

Little Mary foi quem escolheu o filme À Toda Prova. Nenhuma das duas sabia do que se tratava. Acredito que, por ter Antonio Banderas e Michael Fassbender, Michael Douglas, Ewam McGregor e Channing Tatum, elas acharam que o filme poderia ser uma comédia romântica ou um pornô light. Mal sabiam elas que é um filme de ação com muita porrada distribuída pela belíssima Gina Carano, lutadora de Mixed Martial Arts (MMA) que migrou dos ringues para o cinema e é a estrela do filme.

Cartaz do filme

Antes paramos para comer alguma coisa. E era alguma coisa mesmo. Não consegui distinguir o que era aquilo, uma bola de batata com um recheio. Mas, Little Mary é mais chegada aos líquidos que aos sólidos e danou a beber cerveja como se água fosse. Cumprindo o dever que nossa amizade exige, alertei para a possibilidade do álcool afetar negativamente a prazerosa experiência cinematográfica. Ela apenas riu e pediu outra garrafa. "Tô cuxtumada", emendou. "Seja o que Deus quiser", pensei.

Meu limite é duas dessas, garante Little Mary ...

Assim que o álcool chega ao cérebro de Little Mary, começam as revelações reveladoras. Seu sóbrio vestidinho de piriguete da terceira idade deixava à mostra a tatuagem que traz na perna. Questionada sobre os motivos da arte, ela nos revelou em primeiríssima mão que trata-se de um ardil, uma isca, um chamariz para surfistas desavisados ... Copacabana me engana (filme de 1968).

Ainda bem que a Little decidiu fazer a tattoo na perna

Antes de entrarmos na sala de cinema, comprei algumas amêndoas açucaradas e recomendei a Little Mary que comprasse pipocas doces para colocar alguma glicose em sua corrente alcoólica, digo, sanguínea. Clarita Little Enterprises ficou só filando de nós dois. Já instalados na sala de cinema, ela continuava filando sem parar. Naquele ritmo, comeria mais do que nós. Assim, fechei meu pacote e o coloquei entre as pernas enquanto desligava meu celular. É, eu sou educado ao ponto de respeitar o divertimento alheio. Clarita viu o pacote fechado e fez muchocho.

Clarita estava de olho nas minhas amêndoas

Assim que a luz se apagou, senti uns dedinhos percorrerem a extensão da minha coxa, do joelho em direção à virilha, como se um pequeno animal estivesse correndo sobre ela.  Em seguida, o bote inevitável, que passou longe do meu pacote de amêndoas açucaradas. A mão de Clarita agarrou outra coisa e continuou agarrada até que eu soltasse um grito de socorro. Comoção geral no cinema, mas todo mundo fingiu que não viu nada. A impossível Clarita ficou impassível.

Pô Clarita, também não precisa me esculhambar ...

Mas, vamos ao filme. É a manjada história de uma agente que resgata um jornalista chinês sequestrado e o entrega são e salvo às autoridades. Ele estava incomodando alguém poderoso e aparece morto logo após o resgate. Tentam incriminar a agente que o resgatou e matá-la, mas ela consegue escapar. Descoberta a trama, ela parte para a vingança e daí em diante o filme fica bom. Por que? Ora porque a agente é interpretada pela Gina Carano, que é uma lutadora de verdade e as cenas de luta são bem coreografadas. Num filme de ação, isso é tudo o que realmente importa. Além, é claro, da Gina ser uma gata : )

Eu lutaria uns rounds com ela, fácil : )

Para deleite de Little Mary e Clarita Little Enterprises, Fassbender e Banderas aparecem sem camisa. Mas, a alcoolizada Little Mary cochilou, se babou toda e perdeu as cenas em que Banderas dá uns amassos numa gostosa de biquini e desfila no modelito amante latino.  Quando acordou, nem sabia que estava num cinema. Clarita teve até taquicardia. Ainda bem que não fui o responsável pela escolha do filme, senão teriam enchido meu ouvido com reclamações sobre violência excessiva, blá, blá, blá ...

Banderas no estilo amante latino que Little não viu

Minha salvação foi o Fassbender. Uma semana antes, Little Mary e Catita de Mônaco também me convidaram para assistir o filme que, segundo elas, está causando furor, o tal do Shame, que tem o Fassbender como protagonista. Ô filminho chato! Existem três tipos básicos de drama: o que envolve as agruras da pobreza; o que envolve os dilemas babacas da classe média; e o que envolve as crises existenciais dos ricos.

Tá em crise? Chama a Gina. Ela atira e faz biquinho ao mesmo tempo

Esse filme chato trata da crise existencial de um sujeito classe média altíssima que comeu a irmã na juventude. Parece que a irmã gostou e quer, digamos, aprofundar a relação. Ele pira e transforma o sexo numa espécie de terapia alternativa e sai transando com tudo o que aparece pela frente, inclusive um barbado. Ela tenta se matar. Parece também que esse tipo de drama boboca de gente endinheirada é uma tendência em Hollywood. Drama-tédio com sexo de quinta.

Irmão e irmã incestuosos trocando uma ideia no filme Shame

Ressalte-se que o filme foi uma escolha de Little Mary, que adora filmes chatos e com viadagem. Se for francês e em preto e branco então, ela pira. Devido à "performance" de Fassbender, talvez ela tenha pensado que o À Toda Prova seguiria a mesma linha. Para noooooooooossa alegria, ela não pesquisou direito : ) Clarita chegou a me perguntar que tipo de filme era aquele. Respondi que por ter sido uma escolha da Little Mary, provavelmente se tratava de uma comédia romântica ... Hahahahahahahaha!!!

Após o filme Shame, fomos tomar um café e seguiu-se intenso debate em que as meninas se compadeceram do dilema de Fassbender e eu agradeci a Deus por termos chegado uns minutos atrasados e perdido a cena de nu frontal do ator. Ao saber disso, as meninas ficaram inconsoláveis ... Por isso, garimpei essa música para elas se lembrarem do tempo em que usavam penteado da Farrah Fawcett e queimavam as pistas de dança:


Mas, À Toda Prova é um bom filme de ação. Tem tudo que a gente gosta, mulher bonita, porrada, perseguição, tiros, assassinatos, explosões etc. O Café & Conversa foi, assistiu e gostou. Diversão para toda a família. Veja o trailer:


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Mandarin Coffee

Romoaldo de Souza
A nossa seguidora Patrícia Gripp disse que nós temos insistido muito em café disso, café daquilo, e cobrou um drink, segundo ela, "mais excitante".
- Ah, eu queria um drink com café, mas que desse uma levantada no astral. Um drink inesquecível - desafiou.
E lá fomos nós - esse plural de modéstia me mata. E lá fomos nós na cafeteria Grenat.
O pessoal da Grenat usa doses diferentes, mas o nome do drink é deles.
Mandarin Coffee para deixar a vida mais excitante. A de Patrícia ficou ...

Para saber mais sobre o drink e como foi a degustação, escute o podcast:



Ingredientes
- 1 colher de sopa de leite condensado
- 1/2 copo de suco de tangerina
- 1 dose, pequena, de vodka
- 1 dose, curta, de café forte.
Acrescente, se quiser, uma pedra de gelo e bata no liquidificador ou, se achar mais conveniente, misture tudo na coqueteleira e sacuda bem.