quinta-feira, 26 de abril de 2012

Café, Gente e Papos Bacanas - Histórias

Ricardo Icassatti Hermano

Retomamos a antiga "editoria" Café, Gente e Papos Bacanas, que vai abrigar as histórias que nossos leitores nos contam toda sexta-feira na reunião de pauta do blog. Se você ainda não sabe, todo mundo está convidado a participar das nossas reuniões semanais, onde poderá desfrutar de café e água mineral por nossa conta. Mas, precisa nos contar uma história real. Pode ser sobre qualquer tema e se for realmente boa, será publicada aqui.

Hoje, trazemos a primeira história e como é a primeira, escolhemos logo uma de amor. Em homenagem às nossas leitoras de ambos os sexos, hahahahaha!!!. Os nomes reais dos protagonistas serão poupados a pedido. Vamos a ela então.

Lucas era um jovem jornalista em início de carreira e sonhava em, um dia, chegar a ser como um daqueles seus ídolos dos grandes jornais, lidos diariamente de cabo a rabo. Cheio de coragem e esperança, se despediu dos pais e deixou o interior de Minas Gerais com a sua matulinha para tentar a sorte em Brasília. Afinal, além de ser a capital do país, é onde a política acontece. E quem quer ser um repórter de política não tem outro lugar melhor no Brasil para trabalhar. 

Tempos depois, ainda não havia conseguido um emprego fixo e, por isso, vivia duro. Morava com amigos que lhe franqueavam um colchão aqui, um sofá ali. Às vezes, a fome incomodava e quase sempre a única refeição do dia se resumia a uma coxinha e um refrigerante. E assim ia levando. Lá no interior, ele não fazia ideia de como seria difícil abrir caminho na selva brasiliense e conseguir um lugar ao sol no serpentário jornalístico.

Uma noite de sábado, os amigos estavam pilhados para uma festança. Lucas estava especialmente mal humorado e recusava todos os convites para a tal festa. O mau humor chegava a escorrer na testa do coitado. Estava desanimado com a falta de grana e as dificuldades para conseguir o almejado emprego num grande jornal.

Mas, bons amigos também são insistentes. E tanto fizeram que conseguiram convencer Lucas a ir com eles. Muito a contragosto, diga-se. Chegando lá, o humor não havia melhorado. Ao contrário, a ele se juntou o arrependimento de ter aceito o insano convite. Preferia ter ficado em casa e ido dormir mais cedo. Assim, feito menino entojado, procurou um canto onde havia uma cadeira e lá sentou, com os braços cruzados, cara amarrada e uma tromba de elefante. 

Enquanto todos se divertiam, Lucas não quis nem beber. Apenas queria ficar amuado no seu canto, entoando seus resmungos incompreensíveis. Mas, o destino anda de braços dados com o imponderável e sempre nos reserva surpresas surpreendentes. Ele não havia notado que à sua esquerda havia uma porta, até que alguém a abriu e assim a deixou. 

Como todo bom repórter, Lucas possui curiosidade inquebrantável. Nem uma medonha crise de mau humor consegue impedir a curiosidade de saber as coisas. Assim, ele olhou para ver o que tinha além da porta. Viu um corredor não muito extenso, com as luzes apagadas. Ao final, um outro cômodo com as luzes acesas. Logo, a mente começou a formular perguntas. Mas, não deu tempo de responder nenhuma. Uma esguia e curvilínea figura feminina se postou na moldura iluminada no final do corredor escuro.

Lucas esqueceu de respirar. Seu semblante perdeu o ar grave de menino entojado, sua tromba se recolheu feito o pinto da gente, quando entramos em água gelada ou subimos escada, ensina o João Domingos. Seu olhar se fixou naquela mulher que, naquele momento, não passava de uma silhueta, uma sombra quase diáfana. E, do outro lado do corredor, ela também olhava para ele.

Com um sorriso meio abobalhado, Lucas se levantou assim que ela adentrou o corredor e veio caminhando em sua direção. Ao se encontrarem frente a frente, ele disse:

- Quer dançar comigo?

Ela aceitou. 

Nada mais falaram. Na segunda música já estavam se beijando e sabiam que haviam sido feitos um para o outro. A vida subitamente fazia sentido para Lucas. As dificuldades pareciam moscas que espantava com um abano de mão. Futuro? Estava com ele em seus braços. Emprego? Ah, emprego pinta. Grana? Dá-se um jeito.

Mas - e sempre tem um "mas" - a noite não acabou em paz. Embora os dois estivessem flutuando pela sala, uma pessoa não gostou nada daquele encontro. O namorado da moça ... o homem ficou valente, queria bater no Lucas, gritou, esperneou, xingou, mas teve que se conformar. Perdeu playboy! O amor é assim mesmo.

Desde então, 37 anos se passaram. Lucas e Júlia se casaram, tiveram duas filhas lindas e continuam tão apaixonados quanto naquele dia em que se conheceram. Lucas realizou seu desejo e se tornou um dos grandes jornalistas políticos do país. 

Vocês têm histórias boas como essa? Nossa reunião de pauta acontece toda sexta-feira em alguma cafeteria da cidade. A gente avisa onde será pelo Twitter @CafeConversa. Fique de olho. Os espressos e a água mineral são por nossa conta. 


Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, gostei muito das postagens feitas neste Blog, parabéns!!! Gostaria de convidá-los para conhecer o café orgânico da cidade de Taquaritinga do Norte - PE, exportado para vários países do mundo e com sabor inconfundível ... Se precisarem de mais informações ou mesmo quiserem conhecer a região e o café, entrem em contado com a Secretaria de Turismo através do e-mail: seturde-taq@hotmail.com, ou pelo telefone: (81) 3733-1156/37331247 - ramal 239.
Abraços.