domingo, 28 de fevereiro de 2010

Música do Dia - Lenny Kravits - It Aint Over Till It's Over


Ricardo Icassatti Hermano

Como havia prometido ontem, hoje a Música do Dia também é do Lenny Kravitz. Junto vem a folha corrida do músico multi-instrumentista, compositor, cantor, produtor mais fashion e cool dos últimos tempos. Ele é o cara que o Carlinhos Brown queria ser, mas falhou miseravelmente na empreitada.

Também pudera. Olha quem o Kravitz pegava.

Filho de pai judeu-russo e mãe caribenha, Leonard Albert "Lenny" Kravitz nasceu em 1964, na cosmopolita cidade de New York. Talvez esteja aí a raiz da sua capacidade de adaptação camaleônica e sua personalidade multi-facetada. Nunca teve medo de buscar e misturar as boas referências nas suas músicas.

Aos três anos de idade tocava bateria. Aos cinco, decidiu que seria músico. Logo incorporou a guitarra. Aos sete, assistiu um show dos Jackson Five e ficou alucinado com o som deles. Seus pais gostavam da música negra americana e eram amigos dos grandes músicos de jazz da época. Em seu aniversário de cinco anos, Kravitz ouviu o "Parabéns pra Você" tocado por Duke Ellington ... é mole?

Em 1974, a família se mudou para Los Angeles. Kravitz então conheceu o rock. "Fui atraído pelo estilo cool, as garotas, o estilo de vida do rock'n roll", disse o músico. Outras influências foram sendo incorporadas ao seu repertório musical, vindas de músicos como John Lennon, Miles Davis, Bob Marley e Marvin Gaye.

Rock'n Roll Lifestyle

Aos 15 anos de idade, largou a escola e saiu de casa. Queria seguir a carreira de músico. Morou com amigos e dormiu no seu carro. Inspirado por David Bowie, alisou o cabelo, colocou lentes de contato azuis e criou uma nova "persona" com o nome de Romeo Blue. É o que sempre digo, a adolescência é uma merda ...

Foi na pasmaceira musical do final dos anos 80 e início dos 90, que ele teve seu estilo rotulado como "retrô", por incorporar elementos do rock, soul, funk, reggae, hard rock, psicodélico, folk e baladas. Até o seu vestuário remete aos tempos hippies do paz e amor.

Releitura do guarda-roupa Hippie

Após uma disputa entre gravadoras, Kravitz assinou seu primeiro contrato com a Virgin Records em 1989. Ele estava casado e tinha um filho com a atriz Lisa Bonet, que interpretava a filha mais velha de Bill Cosby no seriado The Cosby Show. Foi quando, pressionado pelo seu agente, trocou o nome Romeo Blue por Lenny Kravitz. Seu primeiro álbum chamava-se Let Love Rule, a música de ontem no Café & Conversa, e foi inteiramente inspirado em sua mulher e seu filho.

O disco fez um sucesso moderado nos Estados Unidos, mas explodiu no exterior, especialmente na Europa. De lá para cá foi um sucesso danado e a rotina de frequentar os primeiros lugares na lista da Billboard e no resto do mundo. Por cinco anos seguidos ganhou o Grammy de Melhor Cantor de Rock.

Pois é Carlinhos Brown ...

Mas, hoje trazemos até você a belíssima música que marcou a separação entre Kravitz e Lisa Bonet. Ele não queira se divorciar, mas ela sim, devido a estrepolias dele ... A música faz parte do disco Vanessa Paradis e chama-se It Aint Over Till It's Over (Não Terminou Até Que Tenha Acabado). Essa música e a Always on the Run retratam a depressão em que Kravitz mergulhou com o divórcio e a morte da mãe. Nada como uma boa dor de cotovelo para soltar a criatividade.


It Aint Over Till It's Over
Lenny Kravitz

Here we are, still together
We are one...
So much time, wasted,
Playing games with love

So many tears I've cried
So much pain inside
But baby it ain't over 'til it's over
So many years we've tried
To keep our love alive
But baby it ain't over 'til it's over

How many times
Did we give up
But we always worked things out
And all my doubts and fears
Kept me wondering, yeahhh
If I'd always, always be in love

So many tears I've cried
So much pain inside
But baby it ain't over 'til it's over

So many years we've tried
And kept our love alive
'Cause baby it ain't over 'til it's over

So many tears I've cried
So much pain inside
Baby it ain't over 'til it's over

So many years we've tried
And kept our love alive
'Cause baby it ain't over 'til it's over

So many tears I've cried
So much pain inside
Baby it ain't over 'til it's over

So many years we've tried
to kept our love alive
'Cause baby it ain't over 'til it's over (over, over)

So many tears I've cried
So much pain inside
Baby it ain't over 'til it's over

So many years we've tried
And kept our love alive
'Cause baby it ain't over 'til it's over (over, over, over)

So many tears I've cried
So much pain inside
Baby it ain't over 'til it's over (over...fade out)



sábado, 27 de fevereiro de 2010

Música do Dia - Lenny Kravitz - Let Love Rule


Ricardo Icassatti Hermano

Years ago, um amigo me procurou querendo conselhos para os problemas que estava enfrentando no seu namoro com uma moça. Não sou conselheiro sentimental, alertei. Ele insistiu. Achava que, por ter casado quatro vezes, eu tinha experiência suficiente para aconselhar. É um engano, voltei a alertar.

Ele continuou insistindo até que concordei em ouvir o problema. Se pudesse ajudar, daria os meus pitacos. Caso contrário, me reservaria o direito de permanecer calado e ter a presença de um advogado.

O problema era a tal da Tensão Pré-Mentrual, ou TPM para os íntimos. O meu amigo não conhecia aquilo e estava pirando o cabeção com as "mudanças demoníacas" da namorada. O coitado já havia procurado até centro espírita achando que a sua cara metade estava com algum "encosto".

Expliquei a ele que pouco conselho existe para dar nessa situação e que a voz grossa dela não era o demônio encarnado. Disse, inclusive, que TPM é, talvez, a única coisa nesse mundo que me dá medo. Medo não, pavor.

Relatei a minha experiência com a TPM das quatro esposas. Confesso que não foi de muita ajuda. Meu amigo ficou mais apavorado ainda. Passei então direto para a solução que encontrei. Mas, advirto os incautos que uma solução não se aplica a todos os casos. TPM é TPM e cada caso é um caso. Depende muito do que você tem feito ultimamente ...

Eu sei, vocês já estão nervosos para saber qual foi a solução que encontrei. Eu disse ao meu amigo:

- Assim que surgirem os primeiros sinais da possessão demoníaca, digo, TPM, corra até uma loja Kopenhagen, compre um ramo de rosas de chocolate. Tome um banho, mas não use perfume, pode ser perigoso. Nunca sabemos o que faz piorar uma TPM. Faça a barba, penteie o cabelo, vista-se melhor e entregue as rosas de chocolate pessoalmente à sua namorada.

- Não se espante. Ela vai chorar muito enquanto devora o chocolate. Aguente firme. Quando ela resolver falar algo além de grunhidos e a voz afinar novamente, chame-a para se acomodar no seu colo. Abrace-a, olhe bem nos olhos dela e pergunte meigamente: "Quequi foi amor?". Se a voz dela voltar a engrossar, espere o chocolate fazer efeito e torne a perguntar.

- Entre lágrimas e soluços, ela dirá coisas incompreensíveis. Relaxe. Não é um espírito incorporado falando aramaico. O importante é que você permaneça calado, olhando atentamente para ela, sem sorrir e concordando de vez em quando com a cabeça. Quando ela finalmente terminar, vai lhe perguntar o que acha. Diga apenas que vai ficar tudo bem.

Meu amigo casou-se com a namorada e tem dois filhos lindos. Aquele problema foi exorcizado de vez. Vão viver felizes para sempre.

Mas, aí você me pergunta: che catzo isso tem a ver com a Música do Dia??? Ora, tudo, meu caro. A música do fenomenal Lenny Kravitz fala de amor. Sem amor, estamos fu e mal pagos. E amor tem que ter suingue, balanço, levada, cadência, respiração, um saxofone ... e a música negra americana faz isso como ninguém.

Como a história do aconselhamento sentimental ficou comprida, amanhã coloco outra música e a folha corrida do Lenny Kravitz, o cara que o Carlinhos Brown queria ser e não conseguiu. Por enquanto, fiquem com Let Love Rule (Deixe o Amor Mandar), um libelo pacifista moderno que é ótimo para namorar ...


Let Love Rule
Lenny Kravitz

Love is gentle as a rose
And love can conquer any war
It's time to take a stand
Brothers and sisters join hands

We got to let love rule
Let love rule

We got to let love rule
Let love rule

Love transcends all space and time
And love can make a little child smile
Can't you see this won't go wrong
But we got to be strong
We can't do it alone

We got to let love rule
Let love rule

We got to let love rule
Let love rule



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Café Frevo, mais um micro lote de um café extraordinário


Ricardo Icassatti Hermano

Por indicação do amigo e jornalista Eli Teixeira, descobri que no último dia 14, o Globo Rural (um programa de TV que eu gosto e respeito muito) levou ao ar uma reportagem sobre a mais recente vedete do mundo cafeeiro, um grão que está sendo produzido em Pernambuco, no município de Taquaritinga do Norte, região de serra. Esse grão da espécie Arábica Típica já foi batizado por uma cafeteria carioca como Café Frevo e, além de especial, é uma raridade, pois é descendente direto da primeira remessa de café que chegou ao Brasil em 1727!!!

Trata-se do que é chamado de "micro lote", pois a produção é pequena (10 sacas por hectare contra 40 sacas na média nacional) e restrita a uma região específica. O café é cultivado à sombra e apenas 5% dos produtores conseguiram a certificação orgânica. Mesmo assim, há cinco anos tem sido exportado para Noruega, Japão e Estados Unidos, graças à qualidade diferenciada. Assistam à reportagem e conheçam essa maravilha da natureza.

Infelizmente, o site Globo.com retirou o vídeo ...



Música do Dia - Sheryl Crow - All I Wanna Do


Ricardo Icassatti Hermano

Além de gata, Sheryl Crow é uma roqueira de primeira linha. O estilo dela é uma mistura muito legal de rock, country e pop, que ela domina como poucos. A moça toca, canta e compõe, além de ser ativista política. Mas, ralou muito antes de emplacar seu primeiro sucesso internacional, All I Wanna Do. Ela foi até backing vocal da Tina Turner.

É gata ou não é? Fala sério ...

Essa baladinha despretenciosa animou pistas de dança mundo afora. Talvez porque logo no início da canção, ela diga que quer apenas um pouco de diversão antes de morrer ... Foi essa música que lançou Sheryl Crow para o estrelato num caminho sem volta. Desde então, ela já ganhou nove Grammy para enfeitar a sua lareira.

Sheryl Suzanne Crow nasceu no Missouri em ... (deixa pra lá senão ela me mata). Isso explica seu lado country. O pai era advogado e trumpetista, a mãe professora de piano. Ela, a terceira filha de quatro. Na adolescência foi uma excelente atleta e chegou a ganhar medalhas nos 75 metros com barreira. Quase virou fazendeira, mas foi salva pela Universidade de Columbia, onde se formou em Artes (composição musical, performance e educação).

É o que eu sempre digo: Rock é uma questão de atitude!

Terminado o curso, Sheryl Crow deu aulas de música numa escola enquanto cantava em bandas locais nos finais de semana. Dali pulou para o mundo da publicidade gravando jingles, onde fez um belo pé de meia. Só num comercial do McDonalds embolsou US$ 40 mil. Começou no show business como backing vocal de ninguém menos que Michael Jackson, durante a Bad World Tour.

Ah, não faz cara de bad ...

Os três primeiros Grammy vieram em 1995, com o álbum Tuesday Night Music Club, que vendeu sete milhões de cópias nos Estados Unidos e Inglaterra. Sheryl ganhou nas categorias Disco do Ano, Melhor Revelação e Melhor Cantora.

Nesse álbum estava All I Wanna Do. Numa entrevista à revista People, Sheryl contou que o álbum demorou a decolar e a balada só estourou, inesperadamente, na Primavera de 1994. Ela revelou que parte da letra da música foi retirada de um velho livro de poesias que comprou num sebo de Los Angeles. Ela também não desperdiçou o aprendizado com a música negra e colocou um baixo totalmente R&B na música.

Não é uma coincidência maravilhosa ela e eu
gostarmos da mesma raça de cachorro?

Mas, essa história já está comprida demais e tudo o que eu quero fazer é descolar alguma diversão antes de morrer. Por isso, Café & Conversa procurou o videoclipe original e trouxe até vocês. Pule, cante, dance, bata palmas, estale os dedos, divirta-se! A vida é apenas um sonho ...


All I Wanna Do
Sheryl Crow

Hit it!
This ain't no disco
It ain't no country club either
This is LA!

"All I wanna do is have a little fun before I die,"
Says the man next to me out of nowhere
It's apropos
Of nothing
He says his name's William but I'm sure,
He's Bill or Billy or Mac or Buddy
And he's plain ugly to me
And I wonder if he's ever had a day of fun in his whole
life
We are drinking beer at noon on Tuesday
In a bar that faces a giant car wash
The good people of the world are washing their cars
On their lunch break, hosing and scrubbing
As best they can in skirts in suits

They drive their shiny Datsuns and Buicks
Back to the phone company, the record store too
Well, they're nothing like Billy and me, cause

[Chorus]
All I wanna do is have some fun
I got a feeling I'm not the only one
All I wanna do is have some fun
I got a feeling I'm not the only one
All I wanna do is have some fun
Until the sun comes up over Santa Monica Boulevard

I like a good beer buzz early in the morning
And Billy likes to peel the labels
From his bottles of Bud
He shreds them on the bar
Then he lights every match in an oversized pack
Letting each one burn down to his thick fingers
before blowing and cursing them out
And he's watching the bottles of Bud as they spin on
the floor

And a happy couple enters the bar
Dangerously close to one another
The bartender looks up from his want ads

Chorus

Otherwise the bar is ours,
The day and the night and the car wash too
The matches and the Buds and the clean and dirty
cars
The sun and the moon but

Chorus



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Música do Dia - Sam Moore and Blues Brothers Band - I've Been Loving You


Romoaldo foi para o Haiti para cobrir a visita do presidente Lula. É claro que não foi no Aerolula. Jornalista viaja em avião militar. Lá, o intrépido repórter também vai tentar obter notícias sobre o café haitiano. Quem sabe até traz um quilo para provarmos. Vamos aguardar.

Mas, enquanto o Lula viaja e faz discurso sobre como ele é bacana, os haitianos esperam as milhares de doações dos brasileiros que estão amontoadas por aqui aguardando uma providência ...

Dito isso, fiquei incumbido de providenciar a Música do Dia. E vamos começar retomando o legado fantástico da música negra norte-americana que encantou os americanos e o mundo, dando um novo sentido à dança, às festas, aos romances, aos filmes e a tudo o mais.

Quem nunca namorou ao som de Earth, Wind and Fire, Isley Brothers, Doobie Brothers, Marvin Gaye, Chaka Kan e tantos outros, não sabe o que está perdendo.

Hoje, o Café & Conversa apresenta uma dessas lendas que, aqui no Brasil, a gente só sonha em assistir ao vivo. Como esse show que promoveu o encontro da Blues Brothers Band e Sam Moore, cantando I've Been Loving You. O show realizado pela Atlantic Records é de 1988, produzido para comemorar os 40 anos da banda.

O elegante Sam Moore

Sam Moore, nascido em Miami em 1935 como Samuel David Moore, é um cantor na sua mais pura essência. Voz de tenor. Não toca qualquer instrumento, mas compõe músicas. Sua área é a Soul Music e o R&B (Rhythm and Blues).

O homem é membro do Rock and Roll Hall of Fame, coleciona Grammys e discos de ouro. Numa pesquisa recente, a revista Rolling Stone o elegeu um dos 100 maiores cantores da era do rock (1950 a 2008). Está com 74 anos de idade e continua se apresentando normalmente.

Éééé .. fazendo dupla com Mr. Isaac Hayes

Mas chega de firulas. Tome uma providência rapaz. Pegue a sua gata, abrace-a com força, descasque um inglês em seu ouvido, tipo I love you, She's my girl, I want you, convide-a para dançar e coloque para tocar Sam Moore cantando I've Been Loving You.

Ricardo Icassatti Hermano



Antídoto para o Calorão


Ricardo Icassatti Hermano

O tempo esquentou em Brasília. E não foi só na política não. O clima também esquentou e a incompetência dos barnabés ainda deixou sem ar-condicionado algumas repartições públicas localizadas na Esplanada dos Ministérios. Estamos na ante-sala do Inferno.

Mas, para tudo tem solução e o Café & Conversa é um poço de otimismo e esperança de dias melhores. Embora não tenhamos a "sorte" de comprar algo por R$ 1 e vender por R$ 200 milhões, trazemos hoje a receita de um antídoto para qualquer calor. Trata-se da Granita de Melão com Creme Chantily. As eternamente em regime que nos perdoem, mas guloseimas são essenciais.

Granita é a sobremesa mais simples e mais gostosa que existe. Não é atoa que é uma criação italiana, sendo conhecida também como Granita Siciliana. Em sua elaboração básica, utiliza apenas três ingredientes: água, frutas e açúcar. Apesar disso, não é um sorvete. É aparentada apenas, com textura de cristais de gelo. Os sabores mais tradicionais são limão siciliano, tangerina, jasmim, café, amêndoa, hortelã, morango selvagem e amora.

Na Sicília, essa granita de amêndoas é servida com brioche no café da manhã

A nossa receita leva melão e raspa da casca da laranja, mas a criatividade manda. A Granita é tradicionalmente servida em taça ou pote e é consumida com uma colher. Vamos à receita ...

Granita de Melão com Creme Chantily

Ingredientes

- 1/2 xícara de açúcar
- 1/2 xícara de água
- 1 1/2 colheres de sopa de raspas da casca da laranja
- 3 xícaras de melão cortado em cubos pequenos
- Folhas de hortelã frescas (opcional)
- Creme Chantily (melhor se feito em casa)


Preparo

Numa panela pequena, coloque o açúcar, a água e as raspas de laranja. Leve ao fogo alto, mexendo até dissolver completamente o açúcar. Reduza para fogo médio e deixe cozinhar por um minuto. Retire, passe a calda para uma panela maior e deixe esfriar.

Em um processador, transforme o melão em purê com alguma textura ainda (não completamente cremoso ou líquido). Meça duas xícaras desse purê e misture à calda de açúcar. Mexa até homogeneizar a mistura. Leve ao freezer e deixe congelar completamente, cerca de 4 horas, mexendo com um garfo a cada 1 1/2 hora. Cubra e deixe congelar.

Para servir, triture o melão congelado e alterne uma camada de melão e outra de chantily na taça ou pote até encher. No meu balde de 20 litros, deu umas 40 camadas. Em copos, a Granita fica mais ou menos assim:

Para quem gosta de comer pouco ...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Novidades no Cafezal


Notícias da cena cafeeira em Brasília.

- O restaurante Dona Lenha do Deck Brasil, na QI 11 do Lago Sul, trocou o café ruim que servia pelo Café Arte. Finalmente os restaurantes começam a se dar conta de que o último sabor que vai na boca do cliente é o do café. Agora só falta trocar a cafeteira por um modelo decente.

- A Cornhills Coffee criou algo realmente interessante. Especialmente para estudantes de inglês, estrangeiros ou quem quer apenas praticar. É a English Night, que acontecerá na próxima quinta-feira (25). Todo mundo que estiver lá só vai conversar em inglês. A Cornhills fica na CLS 201.

- A rede Embracine de cinemas, que fica no shopping CasaPark, tem as melhores salas da cidade, mas pecava no café. O café servido na praça dos cinemas era terceirizado pela cafeteria Rayuela e não era bom. Agora a Embracine decidiu assumir o local e mudou as pipoqueiras para a praça, onde também passou a servir café.

Mas, a marca ... Meu Deus, perdoai-os ... eles não sabem o que fazem. Estão servindo o Café América, uma espécie de água suja de pano de chão. No entanto, é preciso reconhecer que estão se esforçando. As atendentes me contaram que todas estão agendadas para "cursos" de Barismo, que serão ministrados pelo fornecedor do equipamento e do café. Elas dizem que vão receber até certificado. Hummmmmmm ... Acho que vem mais um "treinamento" por aí.

A cafeteria até recebeu atenção especial, com entrada, caixa e balcão exclusivos. Tudo muito chique. O negócio é a clientela fazer pressão, reclamar bastante, que a Embracine acaba trocando pelo menos a marca do café.

Café agora tem exclusividade, separado da pipoca

- O shopping Liberty Mall tem duas cafeterias. As duas servem o café da marca Qualycream. Evite.


Ricardo Icassatti Hermano

A Música do Dia - Emilie Simon - Dame de Lotus


Ganhadora do prêmio César de melhor trilha sonora original, em 2006, com a Marcha dos Pingüins, a cantora e compositora francesa, Émilie Simon, chega ao Café & Conversa por recomendação da jornalista Jamila Gontijo.

A francesinha de 32 anos, natural de com
Montpellier, canta essa inebriante
Dame de Lotus que fala de uma mulher em altíssimo astral, satisfeita consigo mesma, diz um trecho da canção.

Romoaldo de Souza

Dame de Lotus
(Emilie Simon)

Je suis enterée vivante
Contente de moi
Au dessus des obstacles lentes
Contemple, contemple moi là

Dame Dame, Dame de Lotus

Dame Dame, Dame de Lotus
Dame Dame, ahaah

Je suis enterée vivante

Contente de moi
Entre deux ressauts tu penches
Etenche, regarde moi là

(Qu'importe les)

Dames de Lotus
(J'ai feuillé)
Dame de Lotus
(Qu'importe les)
Dames, Dames
Ahaah

Ni moins, ni plus

Qu'une Dame de Lotus
(4x)
Dame, Dame de Lotus

Je suis enterée vivante

Contente de moi
Au dessus des obstacles lentes
Contemple, contemple moi là

(Aaahaha Dame de Lotus

Aaahaha Dame Dame
Dame de Lotus, sur les Roses
Dame de Lotus, penche sur ma Rose)

Ni moins, ni plus

Qu'une Dame de Lotus
(2x)

Dame de Lotus, Dame de Lotus

Dame, Dame de Lotus



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Mensageiro - As Várias Facetas da Guerra


Ricardo Icassatti Hermano

Acredito que quase todos concordam que a guerra - qualquer guerra - é uma merda. Mas, os povos que não conhecem ou não passaram por uma guerra de verdade nos últimos 50 anos, simplesmente não têm como medir seus horrores e suas consequências.

É assim conosco, os brasileiros. Conhecemos guerra de notícias, fotos, televisão, video games e cinema. Esse último a melhor e mais contundente fonte de informação. Porque, numa sociedade organizada, os artistas são os que mais sofrem quando a guerra se instala, mas são eles que vão contar as histórias sobre o que aconteceu e o que sobrou depois que a guerra acaba. Ao contarem essas histórias, utilizarão a mais eficiente ferramenta de comunicação: a emoção.

Abro aqui um parêntese para um alerta importante. É preciso ter muito cuidado nos períodos eleitorais. Os políticos também usam a emoção para ludibriar o eleitor sobre as reais motivações da sua incansável busca pelo poder. Através de publicidade emocionante, mentirão descaradamente sobre o que já fizeram, fazem e o que farão. Basta olhar a cara do seu atual governante e de quem ele quer que o suceda. Você saberá instantaneamente sobre o que estou falando.

Mas, retornemos à boa emoção. Ontem assisti o filme O Mensageiro, estrelado por Woody Harrelson, no papel do Capitão Tony Stone, Ben Foster como o Sargento e herói ferido em combate Will Montgomery, e Samantha Morton fazendo a viúva de um combatente morto no Iraque. Aliás, ela está quase irreconhecível por ter precisado engordar um bocado para compor a personagem. Em participações menores aparecem Steve Buscemi e Jena Malone. O filme é muito bem dirigido por Oren Moverman, que também escreveu o roteiro a quatro mãos com Alessandro Carmon.

Cartaz do filme

O filme conta a história da relação entre o Capitão Stone e o Sargento Will em sua difícil missão de comunicar, antes de qualquer outro, ao parente mais próximo a morte do familiar militar na guerra. Anunciar e aguentar o tranco físico, psicológico e emocional das reações. O Sargento está saindo da recuperação de ferimentos de combate. Faltam apenas três meses para dar baixa no Exército, quando é designado para fazer dupla com o Capitão.

A dupla tem a dura missão de anunciar a morte

Esse filme me trouxe a lembrança de outros dois filmes sobre o mesmo tema, a morte de militares americanos em guerras e como tratá-las com o respeito e a dignidade que merecem. O primeiro é estrelado por James Caan. Acho que o nome era Gardens of Stone (1987) e ele interpretava o oficial que comandou a primeira companhia dedicada exclusivamente aos serviços funerários dos combatentes mortos. São aqueles soldados em uniforme de gala que carregam os caixões nos cemitérios, dão a salva de 21 tiros e dobram a bandeira que é entregue à família.

Foi somente na Guerra do Vietnã que o tratamento dado aos mortos e seus familiares mudou. Até então, a família recebia apenas um telegrama. O segundo filme é mais recente, 2009, e chama-se Taking Chance, uma produção do canal HBO estrelada por Kevin Bacon, trabalho que lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor ator de filmes para TV.

Neste filme, Bacon interpreta o Tenente Coronel Mike Strobl, que se oferece como voluntário para acompanhar o traslado do corpo do soldado Chance Phelps - morto em combate no Iraque aos 19 anos de idade - desde a sua chegada em solo americano até a sua cidade natal, onde será enterrado. O filme é baseado num caso real. Ao longo da jornada de alguns dias, os dois recebem diversas homenagens de pessoas anônimas e o Tenente Coronel descobre muito a respeito de Chance, do país e de si próprio.

O povo americano está acostumado com a presença da guerra em suas vidas, mas como todos nós, jamais estará preparado para encarar a dureza da notícia que um ente querido está voltando para casa em um caixão, que nem sempre pode sequer ser aberto. As forças armadas americanas criaram rituais belíssimos para esse momento. São várias etapas, desde a visita com a notícia da morte, o suporte aos familiares, a preparação do corpo, o traslado até o enterro com as homenagens. Todas elas são acompanhadas de perto por oficiais dedicados unicamente a esse serviço.

É claro que isso tem implicações profundas em todos os envolvidos. É justamente disso que esses filmes tratam. Cada um deles tem como cenário uma ou várias dessas etapas. As marcas que ficam são para sempre. Nós nem temos imaginação suficiente para tentar entender o que acontece com essas pessoas. Mas, temos os filmes, os relatos que nos dão a visão de um quadro. O bastante para nos emocionar também.

Woody Harrelson concorre ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante com esse papel. Não sei se vai ganhar porque está concorrendo com outros atores talentosos e com performances fantásticas. Mas, a indicação foi merecida. Harrelson mostra a cada filme que é um ator tremendamente versátil e que pode desempenhar muito bem em qualquer gênero.

Harrelson, um ator versátil que só melhora a cada filme

Uma nova geração de cineastas está mudando o enfoque que os filmes usam para abordar a guerra. Saem os julgamentos, as ideologias e os panfletos e entram as análises dos desdobramentos, a feridas e a busca da esperança. O Café & Conversa assistiu O Mensageiro e recomenda. Nota 10. Veja o trailer.