sábado, 31 de março de 2012

Wolff Café, perseguir a perfeição compensa

Ricardo Icassatti Hermano

Já falamos aqui do Wolff Café e do seu proprietário Hugo Wolff, um perseguidor incansável da perfeição. Nessa busca, ele inventa, cria, monitora, fiscaliza, acompanha, mete a mão mesmo na terra dos cafezais que cultiva com sua família em duas fazendas, a Portal da Serra e a Guanabara. Ambas localizadas em Ibiraci, Minas Gerais, coladas na fronteira com São Paulo. Microrregião das boas para o plantio de café. 


Tá vendo Ibiraci ali?

E não é que uma noite dessas chego em casa depois da labuta na firma e encontro uma caixa de Sedex gentilmente enviada pelo Hugo. Feito menino na manhã do Natal, abri o meu presente e, eufórico, encontrei dois pacotes de grãos de café. Um deles endereçado a mim e o outro ao Romoaldo, que só foi conhecer essa maravilha no dia seguinte à tarde. O aroma forte de chocolate que se "alevantou" já me fez esquecer o cansaço de um dia de trabalho duro. 


Trio Ternura: French Press, Moedor e Wolff Café

Na manhã seguinte, corri para a cozinha, peguei minha French Press Bialetti e coloquei água mineral no fogo. Enquanto me preparava para abrir a embalagem, li que aqueles grãos eram da safra 2011/12, do tipo Arábica, da variedade Catuaí Vermelho, plantados a 1.255 metros de altitude na Fazenda Portal da Serra e vieram diretamente do Talhão Ametista. Foram secados naturalmente em terreiro suspenso.


Seguindo a tendência internacional: torra mais clara

Esse é um dos fatores que nos indicam estarmos lidando com um produtor sério e um café de qualidade especial. Informação abundante, que possibilita rastrear o café até os pés de onde foram colhidos os preciosos grãos. Quem busca a qualidade não tem medo de informação. Pelo contrário, valoriza e disponibiliza ao consumidor. Assim, avançamos lado a lado, produtor e consumidor, no conhecimento, nas exigências e na qualidade do produto. 


Esperando o banho quente

Grãos moídos, chaleira apitando. O aroma do café moído e depois encharcado com água quente, é simplesmente sensacional. O chocolate está presente no aroma e na cor. Café novo, recém torrado, a crema  é generosa e o pó incha bastante. O sabor tem o chocolate e a acidez de frutas vermelhas, formando uma bela e perfeita combinação. Corpo médio e a doçura vem suave no retrogosto. Um café especial.


Café novo e recém torrado faz um homem gemer sem sentir dor

Como sempre digo, é muito bom ter amigos. Não enumero qualidades pois para ser amigo é porque já reúne as qualidades necessárias. Desde que passei a me interessar pelo mundo do café, tenho feito boas amizades. O Hugo Wolff certamente é uma delas. Está nos nossos planos visitar as fazendas que produzem os grãos que nos proporcionam tanto prazer. Estamos nos organizando e, um dia, iremos conhecer a Portal da Serra e a Guanabara. Aguardem ...


Como diria o Michel Teló: Delícia/ Delícia/ Assim você me mata!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Café para emagrecer

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

Antes de serem torrados, os grãos de café são chamados de “café verde”. Pois não é que um estudo realizado pelo professor Joe Vinson, da Universidade de Scranton, na Pensilvânia, descobriu que os grãos de café verde combinados com uma alimentação saudável e exercícios, podem ajudar a emagrecer rapidamente?

Segundo o professor, o estudo reuniu 16 pessoas com sobrepeso e obesas, com idades entre 22 e 26 anos, que tomaram diariamente cápsulas do extrato de café verde e de placebo (sem efeito nenhum) durante seis meses. Com isso, cada integrante do grupo conseguiu perder em média 7,7 quilos, o que representa 10,5% do peso total e 16% de gordura corporal.

O professor Joe Vinson explicou que o efeito dos grãos de café verde se deve a uma substância chamada ácido clorogênico, mais presente nos grãos de café verde. O processo da torra quebra as moléculas na temperatura de 240 graus. Analistas alertam para a epidemia de obesidade em sociedades industrializadas e que os remédios para redução de peso têm baixa eficácia e efeitos colaterais perigosos. 

É onde o café leva vantagem, pois é natural, neutro, seguro, eficaz e de baixo custo

 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Bolo de chocolate e café

Ricardo Icassati Hermano e Romoaldo de Souza


Pelo que nós temos ouvido e lido, o café é uma das bebidas mais agregadoras, que mais representam união de amigos, de colegas de trabalho. E até o cafezinho para fechar negócio. Do outro lado, tem o chocolate tão desejado e tão cheio de mistério. Em barra ou líquido, brasileiro ou suíço, branco ou com recheio, o chocolate faz sucesso por onde passa, até com uvas passas. 

Mas hoje, nós fomos buscar uma receita que junta a preferência brasileira com o sabor inquestionável do cacau e temos um bolo de chocolate e café. É uma receita para ser feita logo, já, já, e depois de esfriar, é ideal para aquele cafezinho da tarde. 


Café bom já é gostoso. Chocolate bom sabe ser saboroso. Agora, bolo de chocolate com café... 
O que importa é que você esteja bem e em boa companhia.


Ingredientes
- 200 g manteiga sem sal, em temperatura ambiente
- 200 g de chocolate ao leite
- 1 xícara de açúcar
- 5 ovos médios em temperatura ambiente
- 1/2 xícara mais 1 colher de sopa de farinha de trigo peneirada
- 3 colheres de sopa de café instantâneo

Para a calda
- 100 g de chocolate meio amargo
- Algumas gotas de essência de menta
- 1 1/2 colher de manteiga sem sal
- 1/3 xícara de creme de leite
- 1/4 xícara de açúcar refinado
- 1 colher de sopa de café instantâneo

Preparo da massa
Derreta o chocolate e a manteiga no micro-ondas com potência média, por cerca de 2 minutos, até derreter, ou em banho-maria. Bata os ovos até ficarem espumantes. Adicione o açúcar, a mistura de chocolate e manteiga e misture bem. Por último, adicione a farinha de trigo e o café instantâneo. Coloque a massa em uma fôrma de fundo falso redonda com 22 cm de diâmetro, forrada com papel manteiga, untada e polvilhada. Leve ao forno preaquecido a 180º C por cerca de 40 minutos. Após formada a crosta em cima do bolo, apalpe delicadamente a superfície com a mão. Ela deve estar craquelada e bem molinha. Retire do forno e cubra com um pano. Desenforme morno ou frio. Cubra com a calda antes de servir.

Preparo da calda
Derreta o chocolate em pedaços e a manteiga no micro-ondas com potência média, por cerca de 1 minuto e meio. Após o derretimento, adicione açúcar, creme de leite e o café instantâneo. Misture bastante até que a calda esteja lisa, sem caroços e brilhosa.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Protegendo o Inimigo

Ricardo Icassatti Hermano

Juntei a filharada com mais a nora querida e fomos almoçar. Em seguida, pegamos um cineminha: Protegendo o Inimigo (Safe House). Um desses filmes que tem tudo para se transformar num blockbuster das locadoras de DVD. O que, devo dizer, é uma injustiça. Por que? Ora, porque é um bom e honesto filme de ação, entrega o que promete.

Cartaz do filme

Estrelado pelo indefectível Denzel Washington e pelo comediante Ryan Reynolds, subitamente famoso por ter dado um pé na ex-esposa mais cobiçada do planeta, Scarlett Johansson. Apesar das abundantes celulites. Que isso sirva de lição às mulheres que se preocupam demais com celulites, implantes de silicone, botox e outras aberrações. Nós, os homens de verdade, nem prestamos atenção nisso. Quer dizer, mais ou menos ... mais pra mais ... hehehe!!!

Ninguém nem sabia que Reynolds era casado com a Scarlett

Mas, retornando ao filme. Trata-se de uma estória envolvendo uma certa "casa de hóspede" ou "safe house" da CIA. Esses lugares estão espalhados pelo mundo, incluindo o Brasil, são secretos e servem para que a CIA possa atuar à margem de coisas inoportunas como a lei e a justiça. Essas "casas" tanto podem servir para vigilância, hospedar equipes em trânsito, manter presos longe das vistas ou como câmaras de tortura. Este é o caso do filme.

O ex-agente Tobin Frost na "casa de hóspede", cenas fortes

O cenário é a África do Sul. Um ex-agente da CIA, Tobin Frost (Denzel), que era procurado há anos, se entrega na embaixada americana e, antes de ser transferido para os EUA, é levado para esta "casa de hóspede", administrada pelo jovem agente Matt Weston (Reynolds). O trabalho dele é basicamente burocrático, ficar esperando algo acontecer e ele ser acionado. Seu maior sonho é se casar com a namorada francesa e ser transferido para o escritório da CIA em Paris. 

Nora Arnezeder, a namorada francesa

Mas, a chegada de Frost muda tudo e obriga o jovem agente a perder sua ingenuidade com um processo de amadurecimento a jato. Socos na cara parecem funcionar muito bem para despertar almas inocentes. Daí em diante o couro come e é ação quase ininterrupta. Aplausos para o diretor Daniel Espinosa que conseguiu o milagre de não deixar o Ryan Reynolds fazer piadas. Vejam a papagaiada que ele fez no filme Lanterna Verde ...

Para nooooossa alegria, Vera Farmiga também está no filme

Quando fazem muito sucesso, os atores cômicos passam a achar que podem fazer qualquer papel e atuar em qualquer gênero. Doce ilusão, porque eles não conseguem se conter e acabam fazendo piadinhas praticamente em cada fala. Exemplos não faltam: Adam Sandler, Jim Carrey, Will Ferrel e tantos outros. Eles têm uma compulsão para fazer papéis dramáticos e mostrar ao mundo o talento inesgotável que possuem, mas não tem jeito. É sempre um fiasco. 

É tanta ação que Reynolds não teve espaço para as gracinhas

Neste filme, Ryan Reynolds não tira um sorriso sequer da plateia.  Por aí já dá para ver que o filme é bom. Além disso, a película traz um elenco de peso, com gente do calibre de Liam Cunningham, Brendan Gleeson, Sam Shepard, Robert Patrick e as estonteantes Vera Farmiga e Nora Arnezeder. Só isso já vale o ingresso do cinema, porque é gente que sabe o que faz e faz muito bem. Denzel escorrega na canastrice aqui e ali, mas se salva pelo conjunto da obra. 

Vejam só o incrível talento - sem celulites - da
Nora Arnezeder nessa difícil cena

O Café & Conversa assistiu, gostou e recomenda. Perseguições, porrada, tiros, sangue, explosões, traições, assassinatos, crueldade, desonestidade, cinismo, o pacote completo para a diversão de toda a família. Encontrei três falhas grosseiras no enredo. Veja se você consegue indentificá-las também e até descobrir outras. Não perca e assista o trailer. 


Mulheres e Cafés

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza


Você sabia que a maior cooperativa de café do mundo, a Cooxupé, é brasileira e foi criada em 1932? Ela fica em Guaxupé, Sul de Minas Gerais, e na última segunda-feira realizou um evento pra lá de interessante, voltado exclusivamente para as mais de mil mulheres cooperadas e produtoras, que trabalham na cultura do café.


Neste encontro, as mulheres assistiram palestra da presidente da IWCA (International Women Coffee Association ou Aliança Internacional das Mulheres do Café), Josiane Cotrim, que também é Consulesa do Brasil na Nicarágua, jornalista e cafeicultora na região das Matas de Minas. A IWCA tem o objetivo de valorizar a participação das mulheres na cadeia global do café.

A participação das mulheres em todo o processo de preparo do café é cada vez mais constante
O evento é o reconhecimento da atuação das mulheres no campo e a participação delas como tomadoras de decisão é cada vez maior. De acordo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, 23% das famílias ligadas a alguma atividade no agronegócio são lideradas por elas.


O presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa disse que cerca de 80% dos associados são pequenos produtores que contam com a ajuda de suas famílias na produção do café e a atuação feminina tem sido cada vez mais forte, inclusive na participação de eventos da cooperativa.


A programação do encontro teve a participação da economista do Bradesco, Ellen Regina Steter, e agrônomas da Cooxupé, que ministraram uma palestra sobre o tema “Adequação de Propriedades à Produção da Cafeicultura Sustentável”.






Bom, agora que você escutou o podcast acima...


A jornalista Kelly Matos nossa garota propaganda, degustando um café especial, na caneca do Café & Conversa
... Tenha um bom dia, bom café!

terça-feira, 27 de março de 2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Cafés especiais

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

Não é novidade que o agreste pernambucano produz café. Na região de Garanhuns, os cafezais são parte da paisagem há 80 anos. O problema é que por ali não se produzia um café de qualidade devido ao manejo tradicional dos grãos, à falta de uniformidade e à baixa produtividade, cerca de nove sacas por hectare. Só para ter uma ideia, em estados como Paraná, São Paulo e Minas Gerais, os cafeicultores estão colhendo 20 sacas por hectare. Como resolver isso para entrar no mercado de cafés de especiais? 

A solução veio com a parceria entre o Sebrae e os cafeicultores de Garanhuns para modernizar e profissionalizar a produção de cabo a rabo. Os cafeicultores estão aprendendo a melhorar a gestão do negócio e já criaram uma associação para comercializar em conjunto a produção. Eles também aprenderam sobre o valor de estarem plantando boa parte do café de maneira orgânica, sob as árvores das matas e sem agrotóxicos. O resultado foi que em pouco mais de um ano a remuneração dos cafeicultores aumentou até 100%. 


Além disso, estão fornecendo cafés especiais diretamente para cafeterias e para o programa de merenda escolar. O próximo passo a ser dado pela Associação dos Produtores Orgânicos de Taquaritinga do Norte (Aprotaq) será a instalação de uma torrefadora própria. Com isso, pretendem baixar o custo e beneficiar os produtores que não dispõem de condição financeira para investir um volume maior de recursos. O Sebrae também ajudou a criar a marca "Cafés Especiais de Pernambuco".

Escute o podcast 

O café Yaguara, que em tupi-guarani significa onça, produzido em Taquaritinga do Norte, está sendo torrado de duas formas. Torra média: "muito vivo, com acentos e tons de ameixa e mel". Já a torra escura, apresenta "uma doçura natural, com acentos de cacau e frutas secas".

Um abraço e bom café!

sexta-feira, 23 de março de 2012

A água do café

Romoaldo de Souza 

Pensando no Dia Mundial da Água, eu recordei que um ano atrás, quando estava montando o projeto deste quadro, veiculado diariamente na CBNRecife, um dos primeiros assuntos que estava previsto tratar, foi quando eu falei da importância da água na hora de preparar um bom café.

Independente do modo como você faz o seu café, seja numa cafeteira italiana, numa french press ou mesmo coando direto com coador de pano, o importante é que nunca deve deixar ferver a água. Quando a chaleira começar a chiar, desligue o fogo e faça seu café.

Da mesma forma que a água para fazer o café não pode ter cloro. Logo, a água ideal é aquela que é filtrada ou mesmo mineral, nunca a chamada "torneral", a da torneira, por causa do cloro.

Escute o podcast e diga como ficou


Raquel Ribeiro disse que já sabia que água fervendo queima o café e tira as propriedades de sabor e de aroma, mas ela levanta uma boa questão. 

- Por que não pode ser água da torneira?  

Por um simples motivo. A água quando sai da torneira, antes teve de passar por um processo, que lhe adicionou cloro. Água da torneira tem cloro; cloro interfere no sabor do seu café, por isso, água para fazer café tem de ser mineral ou filtrada.

Mostrando ao senador Humberto Costa (PT-PE) as qualidades de um bom café, feito com água mineral
Tem dicas e sugestões, dê um alô no twitter com Café & Conversa 



quinta-feira, 22 de março de 2012

Café, mil e uma utilidades

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

O mundo do café é cheio de novidades. Deve ser porque essa bebida costuma atrair gente criativa. Sempre gostamos de lembrar a nossa definição para uma boa cafeteria: é o local onde você desacelera o corpo e acelera a mente. Vejam só o que os amantes de café andam aprontando mundo afora.

Na China, uma artista plástica chamada Jay Chou está criando pinturas fantásticas com café. E não usa pincel. Ela utiliza o fundo da xícara como instrumento de trabalho, sobrepondo as marcas redondas até formar um retrato. Do outro lado do mundo, na Califórnia, a fabricante de artigos esportivos StayWarm (mantenha-se quente, em português) lançou uma linha de roupas para esportes de neve feitas a partir de grãos de café. O processo converte resíduos de plantações de café em um tecido expansível que aumenta a temperatura do corpo.

Mas, o que nos chamou a atenção mesmo foi o conceito de uma cafeteria russa, a Babochki Anticafé. Nesta cafeteria, o cliente pode beber quantos cafés quiser e se servir de diversas sobremesas sem pagar pelos produtos. Mas, não tem nada de graça. O cliente paga por cada minuto que ficar na cafeteria, mais precisamente o equivalente a 9 centavos de real. Caso queira, o cliente também pode levar comida da sua preferência, assistir filmes, trabalhar ou se divertir com jogos de tabuleiro. Segundo os proprietários, a intenção é disponibilizar o espaço para reuniões e encontros criativos. Como vocês podem ver, o café dá pano pra manga.


Um abraço e bom café!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Café e insônia

Ricardo Icassati Hermano e Romoaldo de Souza

O ouvinte Willian Perroni conta que tem sofrido de insônia e ansiedade, foi fazer uma consulta e o médico recomendou que cortasse o café. O problema é que ele adora café e está pedindo alguma dica para diminuir o consumo sem sofrer muito com dores de cabeça ou falta de atenção.

Olha Willian, temos várias dicas e podemos começar recomendando reduzir, gradualmente, o consumo para que o seu organismo vá se adaptando. Engane o seu cérebro substituindo o café por outra bebida, como o café descafeinado, chá ou até mesmo água quente.

Dor de cabeça deve ser combatida com analgésico, mas consulte o seu médico sobre qual é o mais adequado para você. Malhação é uma boa alternativa à cafeína como estimulante. Tenha uma alimentação mais saudável, até porque refeições pesadas dão sonolência e azia. Evite açúcar e gordura.

Afaste o cansaço com sono e não com café, durma melhor evitando cochilos durante o dia. Pratique técnicas de relaxamento, como ioga, massagem e meditação para se livrar do estresse.

Assim, Wilian, você conseguirá cortar o café aos poucos e até estabelecer um limite de consumo ideal para o seu organismo após resolvido o problema da insônia e da ansiedade.

Yaguara, orgânico de Pernambuco, servido no Coffee Center, numa degustação história em Recife


Escute o podcast e diga como ficou.


Um abraço e bom café!

segunda-feira, 19 de março de 2012

John Carter, um filme de aventura como deve ser

Ricardo Icassatti Hermano

Lembra quando Marte tinha marcianos? Eu lembro. Era um menino de calças curtas e sonhava com as aventuras dos gibis que o meu pai comprava nos finais de semana. Depois passei para o cinema e os livros. Sempre aventuras. Quando me tornei adulto, tratei de vivê-las, o que faço até hoje e, se tudo der certo, devo partir feliz no meio de uma delas : ) 

Marvel Comics, atiçando imaginações há décadas

Lembro de acordar cedo no quarto em que dormíamos meu irmão, Bily, e eu. Usávamos os cobertores, lençóis e travesseiros para construir cenários com elaboradas topografias. Montanhas gigantescas, vales profundos, estradas perigosas, planaltos a perder de vista, cavernas misteriosas, florestas inexpugnáveis e desertos escaldantes. O limite desse mundo eram as beiradas das camas. Com pequenos bonecos e outros cacarecos simulávamos guerras, corridas, expedições a todos os lugares da Terra e a outros planetas.

Como a nossa imaginação voava ...

Os gibis que misturavam aventureiros com ficção científica eram os meus prediletos. Sei não, mas os gibis do meu tempo eram muito mais criativos que os atuais. Não havia tantos super poderes. Nossos herois eram falíveis, mortais, vulneráveis. Seu esforço para vencer obstáculos era reconhecível porque era igual ao nosso. Podíamos até reproduzir algumas proezas, como galopar em cavalos sem sela, no melhor estilo Apache, armados até os dentes com nossos estilingues; ou escalar armários, subir em árvores e explorar os quintais e as redondezas da nossa casa, das tias e da avó.

Os super poderes nos transformaram, os humanos sem poder nenhum, em meros figurantes. Saímos da arena de luta. Por isso prefiro os heróis que se machucam e que sempre arriscam suas vidas, no lugar de super heróis que são invulneráveis, fortes como dinossauros, disparam raios e se auto curam. São tantas vantagens que eles só podem enfrentar super vilões cujos poderes se igualem. Qual é a graça? Os heróis também precisam contar com a própria inteligência e com o que a ciência pode fornecer, como o Batman por exemplo. 

Outra pequena amostra

Certa vez fui a São Paulo para fazer um curso de edição de vídeo digital e fiquei hospedado no apartamento da minha grande amiga Catita. Da varanda podia ver outros prédios que tinham pequenos espaços no térreo para as crianças brincarem. Nenhuma árvore, nenhum bicho, nada para explorar. Resultado: elas ficavam em casa com seus televisores e video games. Tenho pena dessas crianças. Felizmente meus filhos escaparam disso. 

Mas, eu falava dos gibis que alucinavam minha imaginação. Um deles era a "coleção" de John Carter, um veterano da Guerra Civil americana que é acidentalmente transportado para Marte. Vocês fazem ideia da sofisticação científica contida neste simples gibi? Ele não é abduzido por E.T.s num OVNI. Carter é transportado instantaneamente através de um buraco de minhoca! Uma das teorias mais avançadas em matéria de viagem espacial e ainda desconhecida na época.

Primeiro volume, capa dura, 1917

John Carter é uma criação do genial Edgar Rice Burroughs numa série chamada "Barsoom Novels". A primeira novela foi publicada em capítulos de fevereiro a julho de 1912 na revista "The All-Story" com o título "Under the Moons of Mars". Desde então, os gibis são baseados nessas novelas e o filme lançado pela Disney comemora o centenário do personagem. Claro que levei meus filhos para assistir comigo.

Cartaz do filme

Após o sucesso de Tarzan, outra criação fantástica de Burroughs,  a saga de John Carter foi reeditada em 1917 com novo nome no primeiro volume: "The Princess of Mars". Os volumes seguintes foram "The Gods of Mars" (1918); "The Warlord of Mars" (1919); "Thuvia, Maid of Mars" (1920); até o último "John Carter of Mars", publicado postumamente em 1964.

Efeitos e animação digitais são perfeitos

Hollywood estava nos devendo um bom filme de aventura desde o primeiro Indiana Jones. Os outros da série são uma porcaria porque passaram a ser feitos para crianças e para divulgar parques em Orlando. A dívida foi paga. John Carter é um excelente filme de aventura, baseado numa obra incrível. "Coisa phina", como diria a Gioconda. Muita luta, humor e o John Carter ainda pega a princesa - gatíssima - marciana. Aliás, um belo toque da maquiagem ao avermelhar a pele dos marcianos com aparência humana e as tatuagens vermelhas também são bem legais. O filme me teletransportou diretamente à minha infância e aos sentimentos que me dominavam quando lia aqueles gibis. 

Viu as tatuagens vermelhas da princesa marciana?

Não posso contar mais porque senão perde a graça. Vá assistir e se tiver filhos pequenos leve-os também. Dê este presente aos pequenos, atice suas imaginações com mundos fabulosos. Ele vão adorar. Ah! E tem um animal em Marte que é a cara do Zeca. Veja o trailer:


sexta-feira, 16 de março de 2012

A bibliografia do café

Romoaldo de Souza e Ricardo Icassatti Hermano

Que livros você anda lendo para entender melhor o café? O leitor/ouvinte Flávio Duarte nos disse que passou a se interessar pelos bons cafés após ouvir o Café & Conversa na CBN Recife e ler o blog. Se interessou tanto que resolveu fazer um curso de Barista. Torcemos para que ele cresça nessa área e um dia abra a sua própria cafeteria em Recife.

Flávio também nos pede indicação para um bom livro de receitas que tenham o café como ingrediente. Pois é Flávio, o mercado editorial brasileiro ainda não despertou para o enorme crescimento do mercado de café e as opções de livros são poucas, mas são boas.

Sempre que buscamos uma receita, recorremos ao livro "Eu Amo Café", da Susan Zimmer. Este livro tem excelentes receitas focadas no café e pode ser facilmente encontrado nas grandes livrarias. Ouça o nosso podcast clicando aí embaixo:


Um abraço e bom café!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Café esperança, no Japão

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

O Japão é mesmo um país surpreendente. Agora, por ocasião do primeiro ano depois do tsunami que arrasou boa parte do país, eis que vejo a história do professor Yoshi Masuda.

Ele criou uma maneira diferente de prestar homenagem às vítimas do terremoto seguido de um tsunami ocorrido há um ano e que levou 15 mil vidas. Conhecedor e amante de café, o professor criou o projeto Café Esperança, que se resume a viajar até as áreas afetadas pelo desastre, oferecer cafezinho aos conterrâneos que precisam de apoio ao som de música e bater um papo. Em alguns momentos parece até o pessoal do Café & Conversa : )

Ilustradores franceses usando a arte para apoiar vítimas da tragédia japonesa. Já o professor Masuda usa café e conversa como ingredientes de solidariedade aos conterrâneos que estão se recuperando do tsunami

Para saber mais sobre a história do processo Masuda, faça um clique aqui no podcast 


quarta-feira, 14 de março de 2012

Café com cheiro de café

Romoaldo de Souza 

A leitora Ana Ferraz de Lima quer saber o truque para descobrir se o café tem ou não misturas e que cheiro tem de ter. Faça um clique no podcast




Café tem de ter cheiro de café, aroma de café e sabor de café

terça-feira, 13 de março de 2012

Café com milho, nunca mais

Romoaldo de Souza

Você tomaria um café se soubesse que estavam sendo misturados milho, pau, pedra e açaí? 



segunda-feira, 12 de março de 2012

Grenat Cafés Especiais e Indústria

Ricardo Icassatti Hermano

O tempo passa ... Lembro da Grenat Cafés Especiais quando ainda era um bebê. Pois é, esse bebê cresceu, se tornou uma mocinha linda, mulher e agora recebeu a chave de casa após o início das operações de torra de café. Sim! A Grenat,  eleita pelo blog a Cafeteria do Ano - 2011, agora torra seu próprio café. A mocinha se tornou independente e essa é a melhor de todas as notícias que o Café & Conversa deu até o momento, porque coloca a cena cafeeira de Brasília em outro patamar. 

Essa menina cresceu

Já falei aqui sobre a coragem da família Sturba, o pai Marco, a mãe Luciana e a filha Gabriela. Tivemos a sorte de acompanhar a história da Grenat desde o início e somos testemunhas do esforço, dos sacrifícios pessoais, dos sapos que tiveram de engolir, das chatices que tiveram de aguentar. Enfim, pouca gente tem a coragem e a competência para investir como essa família tem. Mas, assim como na transição da infância para a adolescência e daí para a fase adulta, novos universos se abriram. 

Tesouro agora em Brasília para nosso deleite

Nas Artes Marciais aprendemos sobre o momento em que o discípulo suplanta o Mestre. As guerreiras Luciana e Gabriela estão quase lá. Em três meses não dependerão de mais ninguém para produzir o café que servem na Grenat. Vamos comemorar muito! Com um novíssimo forno americano de torra da marca Diedrich, as meninas ganharam asas e poderão explorar novas possibilidades para o nosso prazer, porque a torra de grãos permite um número enorme de variações e de resultados.

Luciana posando de Menina Super Poderosa ao lado da máquina

Com uma ponta de saudade, estivemos lá na loja que abrigou a cafeteria no início e hoje abriga a parte industrial com o forno e o depósito climatizado dos grãos. Luciana Sturba gentilmente nos mostrou como são as operações da parte industrial-artesanal. A torra de grãos de café obedece a parâmetros ditados pelo o que se chama "perfil de torra", que nada mais é que uma combinação de fatores. 

O cofre forte onde ficam os grãos que um dia nos farão sorrir

No caso, esses fatores, ou variáveis, são a temperatura monitorada minuto a minuto, o fluxo de ar, a potência da chama e o tempo total da torra. Claro que outras variáveis são levadas em conta pois podem influir no perfil de torra, como a temperatura ambiente e dos grãos frios, umidade relativa, o tamanho e a variedade dos grãos, o humor de quem estiver operando o forno etc. 

Eu só conseguiria ver esse perfil de torra num monitor de 27",
mas a Luciana é pequenininha

Para vocês terem ideia, basta uma pequena vacilada e aquela nota de "azeitonas gregas" vira carvão queimado, ou pior, um sabor pronunciado de "azeitonas espanholas". Um desastre ... (rs) E o pior é que tem cafeteria em Brasília servindo esse desastre.

Por isso, apesar da torra ser uma atividade que trabalha com parâmetros rígidos, também é artesanal porque depende igualmente da sensibilidade e atenção aos detalhes de quem opera o forno. Tem uma mágica qualquer ali que se entrelaça com os gráficos do computador para libertar todo o potencial de aroma e sabor de um café. Além de termos a garantia científica da matemática, a precisão cirúrgica do cronômetro, levamos de lambuja um pouco da alma da Luciana. Neste caso, é um privilégio : )

Luciana garimpando mais um lote de alegria

A outra grande notícia é que assim que estiver estabilizada na produção para consumo próprio, a Torra Grenat (nome que sugerimos) passará a produzir blends para terceiros. Agora, nenhuma cafeteria e restaurante da cidade terá desculpa para servir um café que não seja excelente. E, se desejar, com marca própria. Assista o vídeo abaixo:

Pena que não deu para gravar o aroma ...

Esperamos pacientemente pelo momento em que a Grenat daria o seu grito de independência. Incentivamos cada passo nessa direção. Claro que visamos o nosso lado egoísta de consumidor, mas demos força à família Sturba principalmente porque merece. Aprendemos grandes e valiosas lições nesse tempo em que acompanhamos a Grenat. Desejamos sucesso e vida longa ao Marco, à Luciana e à Gabriela.