Romoaldo de Souza
Dia desses, eu estava conversando com uma amiga sobre mulheres. Ah, as mulheres! Todas elas. As índias, com seus trajes sumários; as iranianas e os belos coadores. As mulheres-girafas tailandesas. Enfim, as mulheres nos supermercados no Brasil. Isso. Adoro mulher em supermercado. Mesmo as mais estressadas. São mais reais. Mais elas. Mais senhoras de si. Estão entre aquelas "emperequetadas", superarrumadas que vão às festas, sem serem elas, e as desalinhadas donas de casa. O meio termo é o mais real.
Oi amor, não esqueci sua cervejinha, viu?
Nem o meus cremes, tolinho!
Só as feministas pensam que são felizes!
Elas desconhecem a sensualidade desses colares
As que escrevem, aquelas que lêem. Que meditam, que mandam. As que obedecem. As balzaquianas, como a moça desse clipe, bem dirigido por Lais Bodanzki. Ou aquelas que estão estudando. Atoladas em livros para terminar o TCC. Isso, porque quando um amigo vem reclamar da TPM da mulher dele, eu devolvo perguntando se ele já conviveu com uma que estiver "terminando" o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Tanto faz se for de graduação, ou pós. E esse terminando está assim, mesmo, entre aspas. Elas nunca terminam.
A tensão quase elétrica é a mesma. Somente comparada as mulheres jornalistas em fechamento de pauta. Não passe perto. Não ofereça um sequilho, um sorvete, um convite. Nada. Absolutamente nada. Elas têm o tempo delas. E haja tempo. Sim, porque só pode ser da alma feminina, você fazer um convite e ela não dizer nem sim nem não. E, depois ainda vem perguntar, "por que não fomos?".
Ah, antes que eu esqueça, preste atenção no sax barítono, de Zé Canuto. É a única presença masculina nessa música.
Essa Mulher
Arnaldo Antunes