sábado, 11 de fevereiro de 2012

Histórias Cruzadas

Ricardo Icassatti Hermano

Convidado pela mulherada - Clarita, Little Mary e Ruth -, fui assistir Histórias Cruzadas. O filme é baseado em uma história real, uma semi auto biografia belissimamente retratada pela escritora Kathryn Stocett em seu livro The Help. Ela inclusive faz uma figuração no filme.

Cartaz do filme

Antes, jantamos num dos piores estabelecimentos que já conheci. Nem me lembro o nome, mas fica no shopping Liberty Mall, onde era a loja Richards. Atendimento péssimo e comida ruim. Não recomendo aos amigos, só aos inimigos.

Mas, o filme é belíssimo, dirigido por Tate Taylor, que também assina o roteiro com a autora do livro. O elenco surpreende pela performance e só fui entender quando assisti a atriz Viola Davis receber o prêmio de melhor atriz do Critics' Choice Movie Awards, uma das prévias do Oscar, para o qual também está indicada.

Viola Davis recebendo o prêmio de melhor atriz
no Critics' Choice Movie Awards

Ao receber o prêmio ela lembrou, banhada por lágrimas, da escolha profissional que fez e dos sacrifícios enfrentados por seus pais e avós para que pudesse estar ali, naquele momento. Comovente. Vi que foi dali que ela tirou toda a profundidade dos sentimentos utilizados na composição da sua personagem no filme. O seu intenso e breve discurso mudou todos os que vieram em seguida. 

O filme nos conta uma história feminina. São mulheres atuando no restrito e misterioso universo feminino das relações entre patroas e empregadas domésticas, mas que traz nas suas entranhas o contexto social do mundo exterior: a segregação racial nos Estados Unidos. O ano era 1963. Parece um passado distante, mas não é. Eu era um garoto nessa época e as notícias me impressionavam. Estudantes negros eram enforcados em universidades. A população negra tinha lugares separados nos ônibus, assim como banheiros e até bebedouros próprios.

Relações de preconceito e segregação disfarçadas de convivência consensual 

Toda mudança exige sacrifícios. Aquele(a) que ousa quebrar o paradigma, sabe que pagará um preço alto para que as gerações seguintes possam desfrutar de algo que ele(a) mesmo talvez sequer chegue a conhecer. E os sacrifícios foram enormes. Desde a empregada doméstica que perdeu seu sustento, até o presidente americano John Kennedy e o pastor Martin Luther King, que perderam a vida em assassinatos covardes. Mas a mudança veio e ficou.

Kennedy e Luther King na Casa Branca

E o que mantém uma situação absurda como a que vemos no filme e que existiu por décadas em absoluto silêncio? Uma cidade inteira dividida entre as patroas brancas e as empregadas domésticas negras, que inclusive criavam as crianças rosadas daquelas patroas. Uma escravidão velada, onde o chicote e os grilhões foram substituídos pelo salário e o medo de não ter um emprego.

Muitas crianças brancas foram bem criadas por essas mulheres negras

É nesse cenário que uma garota branca, amorosamente criada por uma empregada negra, resolve escrever um livro sobre aquilo que viveu e conhece bem. Toda a rede de cumplicidade entre as patroas brancas e a rede de cumplicidade entre as empregadas negras. Todos os absurdos e abusos. Todo o medo e acomodação.

Felizmente, algumas mulheres querem mais da vida
do que um casamento (ruim) e jogar baralho com as amigas

Como qualquer coisa errada feita pelo ser humano nesse mundo, basta jogar uma luz para que o mal se desfaça. O ser humano é essencialmente covarde, se tem a certeza da impunidade e da não publicidade dos seus mal feitos, é capaz de tudo. Os Estados Unidos fervilham com a campanha pelos direitos civis dos negros. Os embates começam a ficar sangrentos. Embora o universo feminino pareça não se envolver na política, é justamente o acirramento das tensões no mundo exterior que leva ao rompimento do silêncio que encobre aquelas relações domésticas.

Elas resolvem falar e começam a mudar o futuro

A partir dos depoimentos das empregadas negras, a moça branca escreve um livro revelando histórias que se mantinham ocultas pelo medo e pelo comodismo. Algo que lembra muito o comportamento dos brasileiros diante de várias situações aviltantes, como a corrupção desvairada e o descaso do governo para com as necessidades básicas da população.

Pense numa convivência tensa ...

O filme é magnífico. O elenco arrasador. No início, cheguei a duvidar de algumas atrizes escolhidas. Pensei que não dariam conta do recado. A história é confinada ao universo feminino e, por isso mesmo, altamente complexa. Mas, as moças foram simplesmente espetaculares. Nota-se a mão firme do diretor, que não deixou a coisa desandar para o piegas.

As garotas se saíram muito bem

Saí do cinema completamente ensopado pelas lágrimas da Little Mary de um lado e da Ruth de outro. Clarita nos abandonou sem o menor pudor alegando ter esquecido de um jantar previamente agendado. Perdeu um filmão que o Café & Conversa recomenda sem pestanejar. Veja o trailer.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O Café na campanha eleitoral russa

Romoaldo de Souza

Latte art é a genial habilidade de fazer desenhos nas xícaras de cappuccino e que agora está chegando à campanha eleitoral da Rússia.  E eu pergunto: já pensou se a moda pega? Os candidatos que disputam a presidência da Rússia ganharam contornos do rosto na xícara de café servida pela rede de cafeteria Kofein, de Moscou.

Os baristas, aquele pessoal que prepara o café com arte, pergunta ao eleitor se prefere Vladimir Putin, Gennady Zyuganov, Vladimir Zhirinovsky, Sergei Mironov ou Mikhail Prokhorov, e por aí vai.

Candidatos a presidente da Rússia estampados nas xícaras de cappuccino, em Moscou

Aqui no Brasil, com tantos candidatos de semblantes duvidosos, será que faria sucesso? 




Um abraço e bom café!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Guardando café empacotado a vácuo

Romoaldo de Souza

Idalice Ribeiro, de Olinda (PE), não perde um programa do Café & Conversa na CBN Recife e, sempre que pode, acessa o blog. Ontem, ela mandou um e-mail querendo saber uma boa maneira para guardar café em casa sem perder o sabor.

Compro sempre café embalado a vácuo e procuro mantê-lo sempre fechado. Mas como devo mesmo guardar? Pode ser na geladeira? - pergunta.

Deste cenário Patrimônio da Humanidade, Idalice vai a Recife comprar
café a vácuo e quer saber como guardar para não perder o sabor


Pode. O ideal é deixar seu café em casa num ambiente longe da luz e bem fechado. Prefira em lata.




Um abraço, bom café!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Torra clara ou escura

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza

Modismos vêm e vão. Diversos torrefadores americanos estão agora unidos em um movimento por torras mais claras no café. E a ideia cresceu tanto que já reúne desde as pequenas boutiques de café até grandes redes, como a Starbucks. Torrefadores e clientes reclamam das torras escuras alegando que o café fica com gosto de carvão.

Claudia Cardinali tomando um café forte, depois de acordar das
noitadas de gravação do seu maior sucesso Goya

Sempre desconfiamos de um café muito torrado. Geralmente esse tipo de torra é feita para esconder defeitos do grão e acaba acrescentando um defeito pior. Já experimentamos cafés africanos cuja torra era bem escura, mas o aroma e o sabor eram simplesmente fantásticos. Assim, o que podemos dizer é que há grãos que suportam bem uma torra escura e outros não; há torrefadores que sabem o que estão fazendo e outros não.

Chico Buarque quando o tempo permitia posar de gato

A moda está chegando ao Brasil. Já encontramos em algumas cafeterias disponibilizando cafés com torra mais clara. Às vezes até o mesmo grão com torras diferentes. A parte divertida disso tudo é justamente experimentar. 

Escute o podcast e diga o que achou





Um abraço, bom café! 

Enquanto a moda não se instala de vez por aqui, fique com essa receita de Pavê de Café e Chocolate, que encontramos na revista M de Mulher:

Ingredientes

- 3 xícaras (chá) de leite
- 2 colheres (sopa) de amido de milho
- 2/3 de xícara (chá) de açúcar
- 8 gemas
- 300 g de chocolate meio amargo picado
- Essência de baunilha a gosto
- 200 g de pão tipo brioche esfarelado
- 1 copo (americano) de café coado
- 100 g de morangos.



Preparo

Aqueça o leite e junte o amido, o açúcar e as gemas. Mexa até engrossar. Retire do fogo e divida o creme em duas partes. Em uma delas, junte o chocolate picado. Mexa até formar um creme liso. Na outra metade misture a baunilha.

Em uma taça, espalhe metade do creme de chocolate no fundo. Umedeça o brioche com o café e ponha sobre o creme de chocolate. Cubra com o creme de baunilha e faça uma última camada com o creme de chocolate. Decore com os morangos e conserve na geladeira até o momento de servir.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Café nas alturas


O renomado barista de Recife, Guilherme Azevedo, pergunta sobre a influência da altitude da região em que o grão é plantado para o sabor e o aroma do café que nós tomamos. Especialistas costumam usar a expressão "vital", quando se referem à altitude onde o café é produzido.

Na foto do pessoal do Cultura Mix, grãos de café produzido nas montanhas
de Minas Gerais, acima de 1,2 mil  metros de altitude 

Estudos realizados aqui no Brasil por duas pesquisadoras, Sara Chalfoun e Vania Déa, da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, concluíram que a altitude "é um fator importante para determinar se a região está ou não apta a produzir bons cafés". Porque também influi diretamente sobre a temperatura e, claro, as chuvas. Ainda conforme os estudos das pesquisadores mineiras, "a cada 100 metros que sobre a altitude, a temperatura cai perto de 0,7ºC"

Para saber mais, escute o podcast



Um abraço, bom café!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Cafeterias de Londres

Heleny Campoy
Colaboradora em Londres

Assistindo tevê, uma propaganda me chamou a atenção. Nela as pessoas eram convidadas a iniciar seu dia com um bom e saudável copo de suco de laranja. Sorri. Não tem jeito, manhã tem cheiro de café e nada melhor para despertar e nos convidar a um dinâmico, feliz e proveitoso dia do que uma xícara de café.

Sei que existe quem não aprecia a infusão. Eu mesma não sou fã ardorosa de café. Mas temos que convir, sempre que pensamos na primeira refeição do dia, é o café que nos vem à cabeça. Não é para menos que chamamos essa refeição de café da manhã.

De manhã cedo, isso é uma alegria

Bem, tudo isso para dizer que, vivendo em Londres, percebi que existe em cada esquina praticamente, um local que vende café. São grandes redes como a internacional Starbucks, já conhecida dos brasileiros. Outras como a cadeia de restaurantes Café Rouge, que oferece bebida de qualidade, mesmo que sua maior ênfase seja a comida. 

O  Caffè Nero que, como o nome sugere, oferece café italiano com grande preocupação na qualidade. Eles torram e preparam seus próprios blends. Tanto o Café Rouge quanto o Nero, oferecem comida de qualidade para acompanhar sua xícara de café, além de outras bebidas quentes como chás e chocolates. São encontrados em qualquer região de Londres, junto com a Starbucks.

Caffé Nero

No entanto, de uns tempos para cá, o cenário do café está mudando na capital britânica. Cresceu o interesse pela procedência, qualidade e características de uma boa xícara de café, o que tem levado ao surgimento de novos lugares especializados em servir o que há de melhor em grãos e combinações, na temperatura, dose e sabor que têm feito puristas e especialistas sorrirem.

As preocupações vão desde a escolha do grão até o maquinário onde o café é preparado, passando é claro pelo profissional responsável por produzir espressos de qualidade, além de cappuccinos cremosos. Para os leitores terem uma idéia, dois baristas que venceram o campeonato mundial de 2007 e 2009 são britânicos e trabalham em Londres. Assim, dá para ter ótima experiência com café por aqui.

Ingleses ligados no café

Saí numa quinta-feira fria, a temperatura era de dois graus, mas com sensação de menos cinco devido ao vento, em direção a Convent Garden, um dos bairros mais charmosos de Londres, especialmente à noite e fins de semana, quando músicos de todos os estilos tomam cada esquina da região. Queira comer, fazer compras, ir a um pub e circular. Certamente este seria o local que uma boa coffee shop escolheria para se instalar. O dia frio convidava a uma amigável xícara de café.

A primeira visita foi ao Monmouth Coffee Company. O local estava bem agitado, gente saía com copos de café seguindo para o trabalho, outros entravam apressados. Logo que entrei fiquei surpresa, o local não era grande, mas muito agradável. Café é o centro ali, o rei, o ator principal. Qual seja o chavão que quisermos usar, no Monmouth  o café é o mais importante.

Interior do Monmouth Coffee Company

Eles não servem nada que não seja café. Filter Coffee, Café au Lait, Filter Short, Latte, Cappuccino e, claro, Espresso. Provei o cappuccino, cremoso e com excelente equilíbrio de sabores. Um amigo que me acompanhava e que ama café, provou o espresso e foi só elogios: encorpado, sem pegar na língua foi como ele o definiu. 

O ambiente é gostoso, os clientes dividem mesas de madeiras com outras pessoas, o que proporciona excelente oportunidade para travar novas amizades. Na mesa, água em uma jarra e açúcar mascavo para adoçar, caso precise dele. Pessoal agradável, eficiente. Amei o o local.

Espresso, água e açúcar mascavo

A próxima parada foi o Tapped & Packed. Primeiro foi difícil de encontrá-lo, já que não existe nenhuma placa com seu nome na fachada. Segundo, eles servem de tudo por lá, até peixe. A recepção não foi das mais simpáticas e o espresso deixou a desejar. O lugar está mais para um lanche/almoço rápido ou para quem como eu aprecia um bom chocolate quente. O do Tapped & Packed é delicioso, você pode sentir claramente o sabor do cacau e não do açúcar ou da gordura. 

Tapped & Packed, difícil de achar

Segui dali para o Kaffeine. Numa travessa da Oxford Street bem charmosa. Com o sol iluminando as fachadas dos inúmeros restaurantes italianos da região, encontrei o Kaffeine e logo me apaixonei. O lugar é bonito, agradável, estava cheio de gente, com suas xícaras de café e sanduíches. Provei o cappuccino, que estava delicioso. Note que aqui trabalha um daqueles baristas premiados, o campeão mundial de 2007. Só por isso vale a pena dar uma passada por lá.

Barista James Hoffman, campeão mundial no Kaffeine

Milkbar, é simpático, agradável e oferece um pouco de tudo, além de um bom espresso e um delicioso cappuccino. O ambiente é agradável, convida a um papo e muitas xícaras e café.

Balcão da Milkbar

Finalmente, cheguei ao Notes, Music and Coffee. Misto de restaurante, coffe shop e lugar para se ouvir música. Tem até uma loja no subsolo que vende CDs e DVDs. À primeira vista, parece que não vai cumprir bem seu papel de cafeteria, mas é apenas uma impressão passageira. Não é para menos que é considerada a segunda melhor cafeteria de Londres. O espresso veio na medida, com consistência e temperatura corretas. O pessoal é gentil e o ambiente muito agradável. Fica pertinho da National Gallery, da Trafagal Square e da agitação dos turistas.

Notes, Music and Coffee, a segunda melhor cafeteria de Londres

Todos os lugares que estive valem a visita. São agradáveis, descolados e oferecem um café que vai do bom ao excelente. Além do café, a comida também vale a visita. Lugares com pessoas bonitas e agradáveis e, claro, Londres é Londres. Charme, transformações e tradição andam aqui de mãos dadas.

Endereços das coffee shops

Notes, Music & Coffee
31 St Martin’s Lane, WC2

36 Wellington Street, WC2

Monmouth Covent Garden – 26 Monmouth Street, WC2

Monmouth Borough Market – 2 Park Street, SE1

Monmouth Maltby Street – 34-36 Maltby Street, SE1

Milk Bar – 3 Bateman Street, W1
Flat White – 17 Berwick Street, W1

Tapped & Packed
26 Rathbone Place, W1
114 
Tottenham Court Rd, W1 

Kaffeine
66 Great Titchfield Street, W1

Outras coffe shops listadas entre as 10 melhores:

Prufrock Coffee Shop – 23 Leather Lane, EC1

Prufrock at Present – 140 Shoreditch High Street, E1

Nude Espresso Spitalfields - 26 Hanbury Street, E1

Nude Espresso Soho - 19 Soho Square, W1

St. Ali
27 Clerkenwell Road, EC1

Dose Espresso
70 Long Lane, EC1

The Espresso Room 
31-35 Great Ormond Street, WC1

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Erros do café da manhã


Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza 


Outro dia, falei sobre como o café da manhã pode ajudar a emagrecer. Hoje, vou falar sobre os erros que podem levar o café da manhã a engordar. De acordo com a revista norte-americana Shape, especialistas apontaram diversos erros que podem estufar a silhueta.

Todos os especialistas consultados concordaram que o café não engorda. Segundo eles, o que engorda é o que se acrescenta: creme, leite, xaropes, chantilly e o grande vilão açúcar. 

Esses complementos podem se tornar um pesadelo na balança. Cientistas da Universidade da Califórnia descobriram que os efeitos negativos do açúcar no corpo humano são iguais aos provocados pelo álcool e pelo cigarro.

Outro conselho é não exagerar nas porções. Nós temos batido nessa tecla aqui no blog. O equilíbrio e a moderação são a fórmula para uma vida longa e saudável. Evite recheios de gorduras e doces; não coma guloseimas entre as refeições; prefira água a sucos industrializados e refrigerantes; barras de cereal tem tantas calorias quanto uma sobremesa.

E lembre-se que o segredo é ter um café da manhã de rei, um almoço de princesa e um jantar de mendigo. Sempre acompanhado de um bom café.  Sem açúcar, é claro.


Um abraço, bom café!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Emagreça com café da manhã

Ricardo Icassatti Hermano e Romoaldo de Souza


Você sabia que tomar café da manhã ajuda a emagrecer? É o que médicos e nutricionistas garantem. Além da energia para começar o dia, o café da manhã extermina os quilos que estão sobrando porque o jejum obriga o organismo a economizar combustível. Assim, em vez de queimar calorias, o seu cérebro manda o corpo acumular para não faltar.

O hábito de tomar café acelera o metabolismo e o seu corpo passa a queimar mais calorias. Outro tipo de alimento que ajuda nessa queima são os cereais, porque são ricos em fibras e demoram para ser digeridos. Assim o seu metabolismo fica acelerado e até 10% daquelas gordurinhas vão embora.

Estudo realizado pelas Universidades do Colorado e de Pittsburg, nos Estados Unidos, revelou que cerca de 80% dos pacientes que perderam pelo menos 13 quilos e mantiveram o peso sob controle por mais de um ano passaram a tomar café da manhã todos os dias.



Um abraço e bom café!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os Homens que não Amavam as Mulheres

Ricardo Icassatti Hermano

Escrever roteiros para cinema é uma arte refinada. Assim como também é o ofício de dirigir um filme. Mas, se o roteiro é ruim, não há diretor que salve a obra final. No caso de roteiros baseados em livros, o roteirista tem que ser bom mesmo. Além de comprimir uma longa estória em cerca de duas horas, é preciso resolver situações e amarrá-las de modo que façam sentido e conduzam o espectador sem criar questionamentos que desviem a sua atenção.

Felizmente foi o caso do recém-lançado Os Homens que Não Amavam as Mulheres. O roteirista Steven Zaillian obteve sucesso na empreitada de levar para o cinema o primeiro livro da trilogia Millenium, do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004). Não pensem que por se basear numa excelente obra literária a tarefa de escrever o roteiro seja mais fácil. Ao contrário, a responsabilidade é muito maior porque os leitores/espectadores não perdoarão erros ou distorções.

Cartaz do filme

Li o livro e assisti a versão sueca e agora posso fazer algo que gosto muito, comparar os dois filmes. O filme sueco optou por focar a estória no papel do jornalista Mikael Blomkvist. Para mim foi um erro, pois fica claro desde o início que a grande protagonista é Lisbeth Salander, uma jovem hacker punk que trabalha como investigadora free lance e tem uma enorme tatuagem de dragão nas costas. Aliás, aqui novamente algum "gênio" achou que seria melhor meter lá "os homens que não amavam as mulheres", quando o título original é A Garota com Tatuagem de Dragão (The Girl with the Dragon Tattoo).

A garota punk é a grande personagem 

Um dado muito interessante é que, aos 15 anos de idade, o escritor Stieg Larsson testemunhou o estupro de uma moça, que não pôde ou não conseguiu impedir. Esse episódio o assombrou por toda a vida. O nome da moça era Lisbeth e a violência sexual contra mulheres é um tema recorrente em sua obra literária. Então imagine como ele reagiria quando visse esse estupro que fizeram com o título original da sua obra ...

O enredo é uma investigação sobre um suposto assassinato ocorrido 40 anos antes. Para fazer a investigação, o industrial magnata Henrik Vanger, interpretado pelo fabuloso Christopher Plummer, contrata o jornalista Mikael Blomkvist, que acabara de ser derrotado na justiça por um empresário mafioso. Na revista Millenium, o jornalista havia publicado uma reportagem denunciando falcatruas do tal empresário. Acontece que as "provas" apresentadas na reportagem eram falsas. O empresário armou para o jornalista, que caiu feito um patinho.

Christopher Plummer, dando show como sempre

Mas, o magnata Henrik Vanger é inimigo mortal do tal empresário, que havia trabalhado em suas indústrias no ínício de carreira e roubado o suficiente para montar seu próprio conglomerado. Vanger é o cabeça de uma família completamente desajustada, dois irmãos nazistas, uma irmã alcoólatra, sobrinhos desajustados, todos se odeiam e ninguém se entende com ninguém. Está montado o cenário para uma investigação cheia de intrigas e perigos. Lisbeth é contratada pelo jornalista para atuar como sua assistente na investigação. 

E o grande trunfo da estória é mesmo a garota com tatuagem de dragão. Sob a tutela do estado desde os 12 anos, ela agora com 23 ainda é considerada incapaz de administrar a própria vida. Problemas com drogas e violência ... Quando criança, ela tentou matar o pai abusivo ateando-lhe fogo. Assim, precisa se apresentar regularmente a um barnabé do serviço social que administra o dinheiro dela.

A atriz Rooney Mara fez um esplêndido trabalho, transformando a estranheza inicial em beleza

Temos a péssima mania de achar que certas coisas não acontecem em países considerados mais civilizados que o nosso. Ledo engano. Onde houver seres humanos, os mesmos defeitos e qualidades estarão presentes. Coloque poder na mão de uma pessoa e você a conhecerá realmente, saberá quem ela é e do que é capaz. Para o bem e para o mal. Infelizmente para a Lisbeth, foi para o mal, e acaba sendo vítima desse sujeito numa situação de poder. Mais não conto, porque senão estragarei o cinema de vocês.

A famosa tatuagem de dragão

O filme americano é muito bem amarrado, tem um bom ritmo, recoloca a garota no lugar de personagem mais forte da trama e consegue levar os espectadores numa viagem em que sequer piscamos os olhos. O Café & Conversa assistiu, gostou e recomenda. Não perca e aproveite para ler o livro, se gostar de mais detalhes. Agora é aguardar - ansiosamente - o segundo e o terceiro filmes. Veja o trailer abaixo.


Frapê de baunilha com café

Romoaldo de Souza


Conta a lenda que na região hoje chamada de Vera Cruz, um agricultor teve uma filha tão linda, mais tão perfeita que passaram a viver no sofrimento só em pensar que quando virasse donzela iria se casar com um homem feio, como eram feios os índios que eles conheciam. Os povos Totonaca.

Os pais fizeram, então, um altar para adorar a linda criaturinha. Ocorre que, no entorno, começaram a nascer flores, rosas, e no meio do jardim um pé de uma fava que, mais tarde, veio a ser chamada de vanilla, que em português ganhou o nome de baunilha.

Foto ilustrativa. É que faltou energia elétrica para bater os ingredientes
 no liquidificar. Além do mais, a coqueteleira está emprestada


Para saber mais sobre uma das lendas da baunilha, escute o podcast:


Um abraço, bom café!

Ingredientes

- 1 xícara de café forte, frio
- 1 fava de baunilha, ou essência
- 1 colher de melado de cana-de-açúcar
- 6 cubinhos de gelo

Preparo

Bata tudo no liquidificador e sirva num copo alto.