quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Fat Family - Jeito Sexy


Ricardo Icassatti Hermano

Existe um movimento para manter viva a Black Soul Music brasileira que conta com algumas dezenas de bandas, dançarinos e apaixonados. Assim como o nosso rock, começamos imitando as feras da Motown, depois fizemos uma releitura e acabamos encontrando a nossa maneira de fazer esse tipo de música.

Temos gente que estoura nas paradas de sucesso e fica, como Tim Maia e Ed Motta. Gente que flerta com o estilo, como J. Quest. E gente que passa pelo sucesso e desaparece, como Gerson King Combo e a Fat Family. No último dia 2, morreu um dos integrantes desse grupo formado por irmãos e repleto de talento vocal e swing, o Sidney.

A Fat Family é oriunda da família Cipriano, de Sorocaba. Dos nove irmãos, apenas uma das irmãs não seguiu carreira na música. O grupo era formado originalmente porSidney, Celinha, Simone, Celinho, Suzete, Katia e Deise. A Sueli entrou para o grupo no segundo álbum, em 2000. E que vozes!

Fat Family na formação original

O grupo nasceu em 1998 inspirado em formações semelhantes do mercado musical americano. Foram se apresentando em programas de TV e rapidamente conquistaram o gosto dos brasileiros com o ritmo, as vozes e a dancinha que faziam com o pescoço, igualmente importada dos EUA. Eu mesmo me tornei um grande fã da turma e tenho os discos, inclusive uma raridade que é o CD com músicas natalinas.

Capa do primeiro CD

Em 2005, a Fat Family começou a se desfazer. Sidney saiu do grupo e adotou o nome artístico Sidney Sinay, dando início a uma carreira solo mercado de música evangélica. Chegou a gravar um CD em 2007 chamado Um Novo Homem. Depois,
Celinha também saiu, e o grupo ficou reduzido a Sueli, Simone, Celinho, Suzete, Katia e Deise, que continuam na ativa, mas nos últimos seis anos também passaram a se dedicar à música gospel.

Capa de outro CD

Para homenagear a Fat Family e todas as meninas que não se acham bonitas o suficiente nesse mundo anoréxico e não se dão conta da imensa beleza e sensualidade que possuem, eu escolhi a música que lançou o grupo ao estrelato. Para essas meninas lindas, uma dica: sejam mais bruxinhas e sorriam sempre. O cara certo vai babar. Com vocês, Fat Family ...

Jeito Sexy
Milton Guedes

Vem com a gente dançar
Ser feliz e sonhar
A noite não tem fim
Você vai dizer sim...

Oh Baby!
Dance, dance, dance
Vem mexendo assim
Não pare, pare, pare
Com seu jeitinho
Sexy, sexy, sexy
No meu ouvido
Fala, me fala
Me fala-me...

Tudo que eu preciso
Essa noite, é você
E essa noite eu faço
Tudo pra te dizer...

Preciso de amor
Eu preciso de amor...

Me puxe com esse
Seu jeito sexy
Dizendo bem baixinho
O que eu quero saber...

Preciso de amor
Eu preciso de amor...

Mas eu sei que você sabe
Que um outro amor não cabe
Pode estragar
Não vou parar
Te quero demais...

Oh Baby!
Dance, dance, dance
Vem mexendo assim
Não pare, pare, pare
Com seu jeitinho
Sexy, sexy, sexy
No meu ouvido
Fala, me fala
Me fala-me...

Dance, dance, dance
Mexendo assim
Não pare, pare, pare
Com seu jeitinho
Sexy, sexy, sexy
No meu ouvido
Fala, me fala
Me fala-me...

Vi!
Que você não parou de beber
Vi!
Que você nem tentou me dizer
Já não quero saber!
Já não quero saber!

Vim!
Te chamar
Vem pra cá de vez
Vem!
Dançar comigo
Deixa essa timidez
Vem até o fim
Vem até o fim...

Mas eu sei que você sabe
Que um outro amor não cabe
Pode estragar
Não vou parar
Te quero demais...

Oh Baby!
Dance, dance, dance
Vem mexendo assim
Não pare, pare, pare
Com seu jeitinho
Sexy, sexy, sexy
No meu ouvido
Fala, me fala
Me fala-me...

Dance, dance, dance
Mexendo assim
Não pare, pare, pare
Com seu jeitinho
Sexy, sexy, sexy
No meu ouvido
Fala, me fala
Me fala-me...

Dance, Dance
Dance, Dance
Dance, Dance...

Não pare e dance!

Quero ver seu sorriso
Quero ver seu rosto
Quando dança comigo
Meus olhos nos seus olhos
Você sabe que eu preciso
Vem sentir comigo
O calor do meu corpo...(2x)

Mas eu sei que você sabe
Que um outro amor não cabe
Pode estragar
Não vou parar
Te quero demais...

Oh Baby!
Dance, dance, dance
Vem mexendo assim
Não pare, pare, pare
Com seu jeitinho
Sexy, sexy, sexy
No meu ouvido
Fala, me fala
Me fala-me...

Dance, dance, dance
Mexendo assim
Não pare, pare, pare
Com seu jeitinho
Sexy, sexy, sexy
No meu ouvido
Fala, me fala
(Me fala)
Me fala-me...(5x)



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita, um faroeste de verdade


Ricardo Icassatti Hermano

Domingão pós-reunião de pauta do blog-irmã Café & Veneno no country club da @maria_lima. Meus filhotes exigiram almoço e cinema. Eles mandam. Eu obedeço. Fomos assistir o mais recente filme dos irmãos Ethan e Joel Coen, a refilmagem de um clássico do faroeste de 1969: Bravura Indômita (True Grit). O filme original foi estrelado pelo mais famoso cowboy do cinema, John Wayne, que levou o Oscar.

Cartaz do filme

Neste novo filme, o delegado (U.S. Marshal) beberrão e cego de um olho, Rooster Cogburn é interpretado de maneira soberba por Jeff Bridges. Com essa ele se redimiu da lamentável palhaçada na pseudo ficção científica Tron. O delegado é uma figuraça. Não gosta muito de fazer prisioneiros. Sua primeira aparição no filme é justamente como réu num julgamento que investiga a "captura" de um procurado pela justiça. Cogburn matou todos os irmãos do procurado.

John Wayne e Jeff Bridges, o tapa-olho trocou de lado

A boa revelação é a pequena atriz Hailee Steinfeld, de apenas 14 anos de idade e que surpreende pela segurança e competência com que interpretou o papel de Mattie Ross, filha de um homem assassinado por nada. Vendo que a polícia pouco pode fazer para capturar o assassino do seu pai, a menina toma para si a tarefa de não deixá-lo impune. A determinação, a coragem e a inteligência da menina são um assombro. Especialmente naqueles tempos. Me lembrou até uma certa mulher que admiro.

Hailee faz parte de uma geração de jovens atrizes super talentosas

O assassino condenado à forca, Tom Chaney, é interpretado por Josh Brolin. Apesar de ser um papel pequeno, ele mandou muito bem no papel de um bandido meio retardado e que fez da morte a solução para tudo. No Velho Oeste, as coisas não eram fáceis. Era um mundo selvagem tentando se civilizar. O tipo de lugar onde prolifera esse tipo de gente meio humana meio animal.

O assassino Tom Chaney, ignorância elevada à 10ª potência

O outro delegado que também quer capturar Chaney por um outro assassinato, dessa vez um senador estadual, é o Texas Ranger Labouef, interpretado por Matt Damon. Aqui o trabalho não fedeu nem cheirou, mas faltou personalidade. Ele não me convenceu como cowboy. Mas, passa - raspando - como a parte cômica do trio de caçadores de condenados.

Damon está quase engraçado no papel de um Texas Ranger esquisito

Pelo que já vi dos irmãos Coen, me parece que eles gostam da insanidade que permeia a violência sem sentido (para nós). Seus personagens matam como se fosse a coisa mais banal do mundo. Todos eles também transitam num submundo onde a violência é a lei. Ali todos compreendem essa regra e convivem bem com isso, o que acaba criando uma sanidade própria. Para eles, aquilo faz sentido. Isso fica bem óbvio nos diálogos.

Os Coen parecem mórbidos, mas são bons garotos

Não tem cenário e época melhores para retratar essa "(in)sanidade" particular do que o Velho Oeste. Armas, ignorância, conflitos de terras, pobreza, whisky, ouro, aventureiros, religião, ladrões, assassinos, riquezas rápidas. Tudo isso junto faz um excelente pano de fundo para qualquer história violenta.

Algumas cenas parecem ter saído de uma história em quadrinhos

Os Coen também gostam de retratar uma espécie de homem que está em extinção. Aquele homem que fala pouco e faz o que é preciso fazer para estabelecer a ordem. O surpreendente é uma menina agir como aquele tipo de homem.

Agora, todo mundo é sensível e metrosexual ...

O filme é excelente e um bom faroeste é imbatível. O Café & Conversa assistiu e recomenda. Tiros, assassinatos, cavalgadas, perigos da natureza e insanidade geral. Diversão para toda a família : ) É filme para Oscar. Veja o trailer.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Reunião de pauta e a peixada que faz mulher desmaiar


Ricardo Icassatti Hermano

No último sábado tivemos reunião de pauta do nosso blog-irmã Café & Veneno. Conforme havíamos combinado, eu faria minha internacionalmente famosa Peixada Siciliana. Dez entre dez top models provaram, aprovaram e amam esse prato, porque é levíssimo, saboroso, afrodisíaco e faz a mulherada desmaiar. Apesar de alguns homens se sentirem tentados, ficou cientificamente comprovado que são naturalmente imunes ao desmaio ... sai pra lá!

Um bom cozinheiro não faz bagunça na cozinha ...

Mas, eis que surge o imponderável, o insuspeito e o surpreendente. Não é que Little Mary, conhecida pelo seu acirradíssimo espírito de competição, resolveu apimentar o almoço lançando um desafio a este humilde cozinheiro. Ela resolveu fazer um prato para disputar a preferência gastronômica do seleto grupo de jornalistas.

... e usa os melhores ingredientes, repare na dançarina de Flamenco do rótulo

Conhecendo seus dotes culinários, aceitei o desafio no ato. Little Mary também é conhecida pelo cuidado que nutre pelas suas duas facas de cozinha, a Stevie Wonder e a Ray Charles ... Tamanha ousadia merecia uma resposta à altura. Ciente da fanfarronice perpetrada, a calejada mulher de imprensa lançou mão de truques tão baixos que fariam políticos corarem de vergonha.

O resultado é essa delícia desmaiante e desfalecente

Little Mary contratou uma ajudante que deixou tudo preparado de véspera. Assim, quando cheguei com os ingredientes e as minhas facas Ginzu 2000, o filé Miau dela já estava temperado, coberto com papel alumínio na travessa e aguardando apenas a hora de ir para o forno. Denunciei imediatamente a falcatrua, uma vez que conheço bem os dotes culinários dela, que são exatamente nenhum! Ela consegue queimar água!

Como sempre, a verdade tarda mas não falha e a justiça vem a cavalo, como no excelente faroeste que assisti no dia seguinte com os filhotes. Mas, esse é outro post para amanhã. No momento, estamos tratando dos golpes baixos de Little Mary para sair vencedora da eleição do melhor prato do dia. Ela só faltou comprar votos.

Assim que viu a rapidez e precisão com que preparei os ingredientes, cortando cebolas, pimentões e tomates, marinando as postas de robalo, picando alho e refogando com azeite de oliva espanhol extra virgem, a matreira mulher de imprensa correu para acender o forno e começar a assar o filé Miau. Clica daqui, acende fósforo dali e nada. A desafiadora e ousada "chef" Little Mary não sabia sequer acender o próprio forno ...

Meu esforço culinário foi reconhecido por Clara Favilla,
que me presenteou com esta belíssima bandeja de café

Foi preciso se socorrer com a irmã que lhe enviou ajuda técnica e profissional para que o filé Miau finalmente saísse do estado sangrento em que se encontrava. Mas, aí já era tarde. A Peixada Siciliana já estava aquecendo em fogo alto na panela de barro. Logo os aromas sutis e desmaiantes dominaram o ambiente. Basta ver a comparação fotográfica logo abaixo.

Vejam o colorido da Peixada e o marrom do filé Miau

Claro que a Peixada Siciliana venceu com folga o pretenso duelo. Mas, o que importa mesmo é que nos divertimos um bocado. É fato que Little Mary não sabe cozinhar, porém é uma magnífica anfitriã.

Após o lauto almoço, uma brainstorm teve início no jardim e pipocaram várias e divertidíssimas pautas para o Café & Veneno. Aguardem ... Em seguida, a Peixada Siciliana provocou os primeiros desmaios. Ainda bem que as meninas estavam todas sentadas. A essa altura, você já está mordendo o cotovelo de tanta curiosidade para saber qual é o segredo da Peixada Siciliana. Eu vou revelar.

Uma dose reforçada de Boa Noite Cinderela ...

Para encerrar a tarde, café Bourbon Vermelho da Grenat Cafés Especiais,

domingo, 13 de fevereiro de 2011

El Secreto de Sus Ojos - Oscar de 2010 com música de Soledade Villamil


Romoaldo de Souza

Reuni os elementos de que necessitava para escrever sobre esse filme, que me chamou atenção desde o dia em que a atriz principal, Soledad Villamil, esteve no Programa do Jô Soares para falar do disco dela, Morir de Amor.

Falo primeiro dos elementos ou da cantora? Bem, dia desses nossa espiã Giselle Montfort foi à Ilha de Páscoa, a pretexto de fazer umas fotos com a caneca do Café & Conversa e voltou com uma aliança no dedo e um pacote de café, em grão da Costa Rica.

Portanto, não me perguntem onde mademoiselle Montfort se enganchou com o nativo. Só sei que passou “num lugar desses quaisquer” e nos apresentou o Café Britt. Orgânico, produzido debaixo das árvores da floresta. “Bajo Sombra”. Nada mal. O Café Britt é 100% arábica, com certificado internacional da Skal, com sede na Holanda.

Preparei o meu Britt, na french press, água com gás e escutando a voz de Soledad Villamil cantando Que Pena.

- Qué pena, que no me duela tu nombre ahora. Qué pena, que no me duela el dolor -

Com uma voz de quem rasga as entranhas da alma para convencer quem a escuta. Assim como faz um bom pregador. Convincente!

Eu tinha passado horas, conversando com meu pai, e ele ao acordeon, tocando músicas da época em que ganhava o dinheiro que sustentava os cinco filhos, animando bailes pelo interior de Pernambuco, e me lembrei de um livro que ganhei há uns cinco anos atrás: Memórias de Mis Putas Tristes.


Uma Maestrina zerada, para voltar a tocar forró, nas bailes da vida


Em Memórias de Mis Putas Tristes, o escritor Gabriel Garcia Marquez começa narrando o desejo que teve, quando acorda.

“El año de mis noventa años, quise regalarme una noche de amor loco con una adolescente virgen”.

E foi aí que recordei o Natal passado, quando meu pai confidencidou que em vez de uma adolescente virgem ele se contentaria com uma sanfona usada. Ganhou essa acordeón novinha em folha

Água, fotografias, lembranças, música, café e inspiração. É assim que quero começar a falar do filme que deixei um gancho, lá em cima, ainda no primeiro parágrafo.


Água, café e um MacBook Pro de inspiração,
ouvindo Soledad Villamil e vendo El Secreto...

Benjamín Espósito é um advogado de meia idade, recém aposentado do Juizado Penal, levando na memória histórias de uma justiça corrupta e um sonho: escrever uma novela. Seria como uma novela da vida real, já que Espósito quer contar uma história que se passou nos tribunais na década de 1970, quando uma jovem recém casada é estuprada e morta.

El Secreto de Sus Ojos começa a fugir da narrativa açucarada que Benjamín Espósito imaginava contar. O que seria apenas uma história de amor com final infeliz, como é a maioria dos romances, vai ganhando conotações intrigantes, com perseguições, violência e desencontros afetivos.

Determinado, Benjamín Espósito, vivido pelo premiadíssimo Ricardo Darín, quer conquistar, na vida real, a mulher que perde na novela que está escrevendo e começa uma jornada para desvendar o mistério do assassinato de Liliana Colotto, mas também conquistar a chefe, Irene Hastings, interpretada por Soledad Villamil.

Benjamín Espósito quer escrever uma novela baseada
no amor que sente pela chefe, no Tribunal do Juri

Benjamín Espósito esbarra em duas barreiras para desvendar o crime e conquistar Irene. A bela assistenta da Justiça é casada e o assassino de Liliana Colotto acabara de se tornar guarda-costas da então presidente María Estela Martínes de Perón.



No Segredo dos Seus Olhos, nome que o filme argentino ganhou no Brasil, Soledad Villamil nem sequer balbucia frases como:

Yo guardé tu vida también tu corazón, tu camisa en mi ropero, tu amor en mi colchón. Guardo yo tus cartas para recordar ese juramento que mie hiciste tiempo atrás”, tiradas de Santa Rita, seu mais novo sucesso.

Mas, Café & Conversa foi atrás da música da mulher que desorientou Jô Soares, na TV Globo e abala as estruturas do Doutor Espósito, no Tribunal do Júri de Buenos Aires. Tomara que você goste do ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro, em 2010 e da música de Villamil. Bons cafés.


Morir de Amor

Hoy que el tiempo ya pasó,
hoy que ya pasó la vida,
hoy que me río si pienso,
hoy que olvidé aquellos días,
no sé por qué me despierto
algunas noches vacías
oyendo una voz que canta
y que, tal vez, es la mía.
Quisiera morir –ahora– de amor,
para que supieras
cómo y cuánto te quería,
quisiera morir, quisiera… de amor,
para que supieras…

Algunas noches de paz,
–si es que las hay todavía–
pasando como sin mí
por esas calles vacías,
entre la sombra acechante
y un triste olor de glicinas,
escucho una voz que canta
y que, tal vez, es la mía.



terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Porque amanhã é quarta-feira


Ricardo Icassatti Hermano

Vocês já acordaram um dia bem? Digo, bem mesmo, com o astral lá em cima? Sentindo que tudo dará certo na sua vida? Hoje eu acordei assim : ) Deve ser porque fiz uma viagem maravilhosa, comi e bebi do bom e do melhor, tomei cafés maravilhosos, fumei charutos cubanos e ontem até choveu.

Por isso, resolvi compartilhar com todos vocês esse astral trazendo uma das músicas que estão me acompanhando desde o início do ano. O repertório é composto de músicas do estilo Cajun & Zydeco para me colocar na frequência certa para a viagem que farei em breve para New Orleans. Energia total!

E já falei muito até. Estou mais a fim de dançar ao som de Ya Ya, com o fabuloso sanfoneiro Buckwheat Zydeco. Outro dia eu volto e dou mais detalhes sobre esse músico da Louisiana. Mas, prestem atenção nas delicadas e quase displicentes intervenções da sanfona. Coisa de quem chama o instrumento de "meu bem" ...

Agora eu quero é dançar!!!! E duvido que você fique sentado ao ouvir essa música. Divirtam-se!!!


Ya Ya
(Levy-Lewis)

Sittin' here, la la
, waitin' for my ya ya, ah-um, ah-um

Sittin' here la la, waitin' for my ya ya, ah-um, ah-um

It may sound funny but I don't believe she's comin' here, ah-um, ah-um

Baby hurry, don't keep me worry, ah-um, ah-um

Yeah baby hurry, don't you keep me worry, ah-um, ah-um

You know how I love you, oh, how much I love you, ah-um, ah-um

Sittin' here la la waitin' for my ya ya, ah-huh, ah-huh

Sittin' here la la waitin' for my ya ya, ah-um, ah-um

It may sound funny but I don't believe she's coming, ah-um, ah-um

A sittin' here
A sittin' here

A sittin' here la la waitin' for my ya ya, ah-um, ah-um
A sittin' here la la waitin' for my ya ya, ah-um, ah-um



domingo, 6 de fevereiro de 2011

Um café colonial na centenária fazenda Babilônia, em Pirenópolis (GO)


Romoaldo de Souza


Saindo do centro de Brasília - porque é difícil imaginar que alguém que more em Brasília não conheça Pirenópolis - o motorista tem ao menos duas alternativas para chegar à cidade história das Cavalhadas. Pela BR-060 (Brasília-Goiânia), vá até Abadiânia, dobre à direita, quando chegar no segundo quebramolas e siga por uma rodovia estadual até a BR-414. Pronto, abra os vidros do carro que você já começa a sentir o cheiro das comidas goianas.



Mascarados, também chamados de Curucucus, vestem-se com

roupas coloridas e celebram a Festa do Divino


É bom lembrar que a eficiência pública no Brasil ainda não terminou o reparo na BR-060 que quase desmoronou nas imediação de Alexânia. Por isso, outra boa estrada é a BR-070. Essa rodovia começa no final da via Estrutural. Passa por Taguatinga, Ceilândia e vai seguindo. Cruza a fronteira, entra em Goiás, Águas Lindas, Edilândia, Cocalzinho, Corumbá e Pirenópolis.





A histórica Pirenópolis, fundada em outubro de 1727

por portugueses em busca de garimpos de ouro


Ainda tem um boa alternativa para quem vai de 4 x 4. Chegando em Edilândia, deixe a BR-070, entre à direita e pegue uma estrada de chão. Passando por dentro de fazendas, riachos, atoleiros e uma paisagem exuberante. Muito boa mesmo, para ir dando fome. Afinal, você está indo a Pirenópolis onde comida tem de fartura.

Por essa estrada de chão, essa trilha de off road, você vai pegar 5 km da BR-414 e quando chegar em Cocalzinho, pegue, novamente, a BR-070, agora sem asfalto e siga pela Serra dos Pirineus. Cachoeiras, lama, e muita biroscas para comprar queijos e tomar caldo-de-cana. Uma vista maravilhosa aguarda você por lá. Querendo, todos os caminhos levam a Pirenópolis.


Agora, é com Mariana Jungmann. Nossa correspondente para assuntos de degustação de comida goiana. Ela foi a Pirenópolis e provou um café colonial de dar água na boca só em escrever esse texto. Mari...


A primeira vez que fui à Fazenda Babilônia fui convidada por uma tia que tem um hotel em Pirenópolis e levava um grupo de agentes de viagem para conhecerem os melhores cantinhos desconhecidos da região. Desde que descobri esse lugar encantador, faço questão de levar pessoas especiais por lá. Primeiro foi meu noivo e, no último domingo, a família dele. Em geral, saio de Brasília e chego lá na hora do almoço – e da fome! Hoje, quero levar o leitor do Café & Conversa.




Melado de cana-de-açúcar, para adoçar o seu domingo



Ao chegar na fazenda, que fica a 26km da cidade de Pirenópolis, o visitante é recebido quase sempre pela dona, Telma, que o leva para conhecer a casa. A partir daí o que se passa é uma aula de história como você provavelmente nunca teve na escola. A Fazenda Babilônia foi a maior do centro do Brasil no período colonial e data de 1800. Chegou a ter 200 escravos e foi uma grande produtora de açúcar. Peças do engenho principal, tachos de cobre, mobílias e objetos daquela época ainda estão por lá para serem vistos e tocados pelos convidados – é assim que você se sente ao passear pela propriedade com Telma.


No passeio, a dona da fazenda conta histórias das sinhás e dos escravos que viveram alí há 200 anos, aponta objetos que eram de uso quotidiano naquela época e, por meio deles, explica a origem de diversas expressões populares utilizadas até hoje na região.


Apesar de essas peças mais antigas serem as que mais chamam a atenção, é interessante observar que a história da fazenda não é datada. Como um ser vivo que não parou no século XIX, a Babilônia apresenta peças um pouco mais recentes, mas também com imenso valor histórico. É o caso de um rifle alemão deixado pela Coluna Prestes quando passou por ali.


O monjolo, os animais, o jardim bem cuidado e a capela construída pelos escravos completam o toque brejeiro do tour que culmina na cozinha para, enfim, aproveitarmos a melhor parte do passeio: o café colonial.



Monjolo é esse utensílio bastante antigo e rudimentar "movido" a água.

Em algumas fazendas da região, era usado como pilão



Ao assumir a fazenda que foi de seu bisavô, Telma resolveu recuperar também a história culinária do interior de Goiás. O café colonial montado para os visitantes é preparado como há 200 anos, com quitutes jamais imaginados pelos contemporâneos.


São quase 30 tipos de iguarias diferentes, entre pães, biscoitos, queijos, carne de lata, assados, bolos, pamonha frita e muito mais. Para mim, o destaque é sempre o requeijão derretido que como com melado de cana. Além dele, a lingüiça, a almôndega e a paçoca de carne seca podem ser apreciados com mandioca quentinha que faz derreter a manteiga de leite preparada na própria fazenda.


Também chamam a atenção alguns quitutes que eram comuns até o início do século passado e que não se vê mais. É o caso da matula de galinha: carne de galinha caipira moída, toucinho moído, açafrão, pimenta bode, ovos e farinha de milho caseira que formam uma espécie de paçoca que é assada em palha de milho. Há ainda o pau-a-pique, uma espécie de mané-pelado assado na folha de bananeira. E também os bolos.


Entre eles, o Bolo da Sinhá - coalhada azeda, fubá de milho e abóbora madura, também assado na folha de bananeira – e o Bolo de Senzala - fubá de canjica, leite, cravo, canela, açúcar e garapa – estão entre os mais diferentes. Tudo isso acompanhado por sucos da estação e leite com café, tudo produzido na própria Babilônia.


Ao fim, é possível tirar uma sesta, porque afinal ninguém é de ferro. Sentar nas cadeiras de tiras de couro, ou nas redes ao lado do monjolo, jogar conversa fora e até tirar um cochilo.


Não há pressa. Por ali, a sensação de ser de casa é reforçada pela simpatia dos funcionários que te recepcionam com um simpático “estávamos esperando por vocês”. O preço da viagem no tempo? Com o café colonial incluído, R$ 40 por pessoa – crianças até 2 anos não pagam e até 12 anos pagam meia.


Só o passeio, sem as guloseimas, custa módicos R$ 10. Grupos a partir de 10 pessoas precisam ser agendados. Se você pretende ir sozinho ou com poucas companhias, basta ir chegando. Independente de quantas pessoas se sentem à mesa – posso dizer porque já fui a dois e com muita gente – ela será posta de maneira extremamente farta e o atendimento será impecável. No fim, é possível comprar geleias e doces para levar pra casa e passar o resto da semana na cidade com o gostinho de vida no campo.