Ricardo Icassatti Hermano
Após sairmos do cinema, meu caçula e eu chegamos à conclusão que o Robocop é a cara do Tropa de Elite 1 e 2 com mais tecnologia. Claro, os dois filmes têm o mesmo diretor, José Padilha, um dos editores, Daniel Rezende, e o diretor de fotografia, Lula Carvalho. O filme também copia alguns momentos do Homem de Ferro, quando o dono da empresa que construiu a armadura do Robocop nota que precisa de uma cor especial, o preto fosco. Ficou bacana, mas menos futurista que o original. Hoje em dia, ninguém se assombra com visores digitais, motos velozes, armas de grosso calibre e computadores moderníssimos. Gostei do cuidado que tiveram com detalhes técnicos óbvios numa armadura que abriga o mínimo de um ser humano.
Cartaz do filme
O filme é bom, animado e coisa e tal, mas é uma colcha de clichês e de situações já exploradas em Tropa de Elite, como a corrupção da Polícia e dos políticos, o policial honesto (branco) e seu fiel companheiro (negro) que sempre leva um tiro e um apresentador de tevê sensacionalista. Felizmente, colocaram para interpretar a esposa dele a gatíssima Abbie Cornish : ) Não conheço o ator que vestiu a armadura, Joel Kinnaman, mas fez uma trabalho razoável. Gary Oldman e Michael Keaton estavam caricatos. Quem ficou bem mesmo no papel foi a belíssima Jennifer Elle, como a advogada da empresa, e Jay Baruchel, que fez o diretor de marketing. Este último tem emprego garantido em todos os filmes que precisarem de um ator para interpretar um babaca. Ele é o próprio, fisicamente falando.
Não disse que ela é uma gata?
A história muda um pouco em relação ao original, mas mantém o essencial. Um policial chega perto demais de descobrir um conluio entre um traficante e policiais. Em seguida, sofre um atentado e se lasca todo. Uma grande empresa é fornecedora de robôs para o Exército americano e o apresentador de tevê (Samuel L. Jackson) faz campanha para que os robôs sejam utilizados também em território americano. Um senador consegue aprovar uma lei impedindo o uso desses robôs pela polícia. A saída é fazer a simbiose e a máquina ficar, supostamente, sob o comando de um cérebro humano. Nada que chegue ao nível de empolgação de Tropa de Elite, mas está bombando nas bilheterias. Estamos mais próximos dessa realidade do que vocês imaginam.
WOW!
Há até mesmo uma tentativa frustrada de inserir algum dilema moral. Mas, fala sério, esse não é exatamente o tipo de filme para isso. Seria algo como fazer o Dirty Harry pensar antes de explodir a cabeça de algum bandido com seu Magnum .44. As pessoas vão assistir Robocop para vê-lo perseguindo traficantes, assassinos e petralhas, enchendo-os de porrada e balas. Queremos ver o bicho pegar! Também tem a moto espetacular, que é claramente uma Yamaha R1 maquiada. Fora isso, noves fora, nada, pois a beleza está mais que garantida com as duas atrizes principais. Duvida? Vá assistir. O Café e Conversa foi, gostou e recomenda, dentro das limitações acima. Puro entretenimento com fortes tintas nacionais. Parabéns José Padilha! Veja o trailer.