Ricardo Icassatti Hermano
É bom ter amigos. Acredito que ninguém discorde disso. As redes sociais nos mostraram que é possível fazer e manter novas amizades com pessoas que não temos contato pessoal. O que me levou a pensar sobre o que realmente precisamos para ser amigo de alguém que conhecemos apenas através de pequenos textos, fotos e trocas de impressões sobre este ou aquele assunto.
Fiz algumas amizades através das redes sociais e do blog. Retomei algumas amizades antigas também. Considero todas boas amizades. Por que? Porque mesmo não tendo contato pessoal, nos "encontramos" todos os dias, nos cumprimentamos, nos desejamos coisas boas, conversamos ao longo do dia - são conversas curtas, é verdade, mas são divertidas.
Mas, ainda há outros componentes. Encontramos todos os dias nossos familiares e os colegas de trabalho. Nem por isso rola a mesma gentileza dispensada nas redes sociais. O convívio diário é cheio de armadilhas e precisamos ficar atentos para não cair nelas. A pior delas é perdermos a necessidade ou a noção da necessidade da gentileza em nossas vidas. Sem perceber, deixamos de praticá-la. Basta a presença física e o resto fica subentendido (?).
Mas, estou divagando para chegar onde quero. Uma das boas amizades que fiz através das redes sociais e do blog é a patissière Helena Gasparetto, ou simplesmente Lena. Talentosa na arte dos doces fabulosos, ela rapidamente se tornou uma importante e gentil colaboradora do Café & Conversa, disponibilizando suas receitas de lamber os beiços e as fotos que nos tiram o juízo. Coincidência ou não, todas harmonizam perfeitamente com várias canecas de café : )
E como gentileza não tem fim ou medida, a amizade da Lena é um poço sem fundo nesse quesito. Amigos são assim, sempre lembram da gente quando vêem algo que nos agrada. Amigos nos carregam no coração. Foi assim que a Lena nos carregou em sua recente viagem à Cidade Luz, à capital mais romântica do mundo: PARIS! Bastou a ela ver o primeiro café para ser tomada pela lembrança do Café & Conversa : )
Gentilmente, Lena foi especialmente ao Café de Flore para degustar um espresso, saborear alguma delícia e nos contar suas impressões. Esse café é vizinho do igualmente famoso Le Deux Magots, já abordado aqui no blog, e defronte à Igreja de Saint Germain de Prés. Tá bom ou quer mais? Então fique com o texto e as fotos da nossa amiga e colaboradora Lena Gasparetto : )
Um café em Paris
Helena Gasparetto
Em setembro passado fiz uma viagem a Paris e Veneza. Difícil dizer qual delas encanta mais... Veneza eu não conhecia, e deixei-me levar pelos seus encantos...
Paris é uma velha amiga de tempos sempre bons e felizes; de reflexões e deslumbramentos. Não no sentido pejorativo da palavra, e sim de êxtase puro, da vontade de lá ficar mais; das coisas que ainda não fiz, dos lugares que ainda não fui.
Ah, meus tempos em Paris ...
A cada viagem a Paris eu me programo para tantos afazeres e sempre cumpro a metade. Na verdade, os lugares são tantos e os taxis, cada vez mais escassos, o trânsito cada vez mais intenso. Não importa. Faço do tempo uma soma de prioridades, de menos sono, de mais viver... e as coisas boas ficam onde nenhuma câmera alcança – pois é dentro de minha mente e memória que as emoções vividas em cada passo, perambulando pela cidade, são guardadas para sempre. Com alma, não somente com imagens.
Igreja onde se agradece o café nosso de cada dia : )
Prometi ao meu amigo Kassatti (sou eu : ))) que escolheria um café parisiense para, num final de tarde, relaxar, apreciar, refletir. E escolhi o Café de Flore. Poderia ter sido qualquer outro... mas nele eu ainda não havia ido – então aproveitei para conhecer. Ao seu lado, fica o famoso Les Deux Magots - bem em frente à Igreja de Saint-Germain-de-Près.
Um dia a gente sai da aba dos amigos e vai conhecer pessoalmente ... (rs)
O Café de Flore nasceu em 1887, na Boulevard Saint-Germain, e foi sala de visitas de intelectuais importantes que fizeram história; pintores, jornalistas, escritores – entre eles o casal Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, e o pintor Pablo Picasso.
Mas, quem tem amigo não morre pagão : )
Pedaço da intelectualidade de épocas seguidas, o Café de Flore manteve quase intactas sua arquitetura e decoração art-nouveau. O burburinho de pessoas nas imediações de Saint-Germain-de-Près não intimida. Convida...
Tomar um café num lugar desses, numa cidade dessas ...
Estar ali é mais que tomar um café. É estar vivo, num pedaço da história, olhando o movimento da vida, das pessoas, dos encontros, das conversas e das paixões.
Agora já não sabemos se isso é gentileza ou pura maldade ... (rs)
Adoro Cafés parisienses. E confesso que apesar do café ser ótimo, bem tirado, e o sanduíche de emmenthal na baguette, delicioso, a gente presta mesmo é atenção na maravilha do “ao redor”!
Salut!!