Ricardo Icassatti Hermano
Se fosse possível definir a vida dos seres humanos em poucas palavras, eu diria que é a luta sem sentido pela sobrevivência. Sendo conscientes da nossa mortalidade, por que fazemos isso? Seria a resposta de um milhão de dólares. O filme Gravidade (Gravity) não pretende responder essa pergunta e muito menos encontrar algum sentido na vida. A genialidade do roteirista e diretor da película, o mexicano Alfonso Cuarón, é justamente resumir ao mínimo necessário um relato sobre a desesperada luta do ser humano pela sobrevivência. E nos jogar no meio dela.
Cartaz do filme
Os fãs de ficção científica sempre procuram falhas técnicas nos filmes e sempre as encontram. Esse não seria exceção, apesar de Cuarón ser um fã também. Mas, a história é tão bem relatada que ignoramos as falhas e chamamos de licença poética. Eu lá quero saber se os cabelos da Sandra Bullock deveriam voar no espaço ou não? Especialmente quando ela exibe aquele corpo maravilhoso em 3D!!! Dizem que originalmente o papel era da Angelina Jolie. Creio que não convenceria como cientista astronauta.
Quando criança, eu sonhava em ser astronauta
No papel do outro astronauta colocaram o George Clooney, mas era para ser o Robert Downey Jr. Ainda bem que não vingou. Ficaria caricato. Acho que o elenco ficou perfeito. Sandra faz uma médica que desenvolveu um aparelho e foi para a estação espacial americana instalá-lo. Clooney é um velho astronauta que está fazendo sua última missão e testando uma propulsora para transitar no espaço. De repente, Houston manda abortar a missão e retornar urgente para a Terra.
Os russos são uns irresponsáveis
Os irresponsáveis russos - esperar o que de comunistas? - destruíram um dos seus satélites espiões já desativado. O problema é que usaram um míssil para isso e os destroços estão voando a milhares de quilômetros por hora, destruindo outros satélites e em rota de colisão com a estação espacial americana. Começa então uma corrida contra o tempo e por algum controle sobre o que está acontecendo. É aterrorizante estar no meio do caos, literalmente sem chão, e ver tudo aquilo que lhe dá segurança ser destruído sem ouvir qualquer som.
Luta desesperada pela vida
Não bastasse isso, ainda ser catapultada para o espaço, girando sem freio e com o oxigênio acabando. Aí já estamos completamente rendidos. Entramos de cabeça naquela asfixia, na ansiedade. Nos tornamos o terceiro astronauta, girando pelo espaço, desesperados, querendo que alguém venha nos resgatar. Mas, não há salvação além daquela que podemos nós mesmos nos proporcionar. Sandra Bullock ainda teve a ajuda do George Clooney. E esse é outro ponto bom do filme.
Clooney está perfeito no papel de velho astronauta
Cuarón nos mostra algo muito interessante, a rotina de trabalho e de comunicação entre Houston e os astronautas. É uma aula sobre o treinamento que os astronautas devem ter para manter a calma em situações de emergência, para manter o astral alto, para confiar no conhecimento. Sensacional! Mas, tanto Cuarón e eu nascemos em países subdesenvolvidos e não tivemos bom senso ao sonhar em sermos astronautas. Ele ainda conseguiu transferir para o cinema. Eu escrevo roteiros e ando de moto. A luta continua.
Calma, que tudo vai dar certo
O filme é uma aula de cinema e uma obra de arte. Finalmente assisti a um filme que não poderia deixar de ser feito em 3D. É simplesmente perfeito. As falhas? respondo com outra pergunta. Você prefere ver a Sandra Bullock de shortinho colado ao corpo bem torneado ou vestindo o fraldão que os astronautas usam?
Essa mulher tem 51 anos de idade e dá de mil em muita garotinha por aí
O Café & Conversa assistiu encantado ao Gravidade, recomenda com a cotação cinco canecas e o coloca na categoria "Imperdível". Veja o trailer: