quinta-feira, 14 de abril de 2011

Celebração!!!

Ricardo Icassatti Hermano

Hoje o mundo comemora a bebida mais consumida pela humanidade depois da água. Hoje é o Dia Internacional do Café e temos todos os motivos para celebrar. Afinal, o setor vem crescendo no Brasil. Notadamente no setor dos cafés especiais, que cresce espantosos 20% ao ano, contra apenas 2% ao ano dos cafés comuns.

Poderíamos cumprimentar todos os profissionais que trabalham com essa bebida em algum estágio. Mas, hoje, quero cumprimentar e celebrar especialmente os cafeicultores brasileiros que se esforçam todos os dias para produzir um café diferenciado e de alta qualidade. Esses são os meus heróis.

Tive uma infância feliz. Parte dela vivida em fazendas. Não eram de café, mas lá conheci um outro fator que encontrei entre os cafeicultores: o amor pela terra. É claro que não estou falando das grandes empresas do agronegócio que só pensam na produtividade. Falo daquele agricultor - pequeno, médio ou grande - que mora na sua fazenda e cuida diariamente da sua lavoura.

Esse é o tipo de cafeicultor que celebro hoje. Ele dorme com o por do sol e acorda com as galinhas, respeita a sua terra, as suas plantas e todos os bichos que por ali vivem também. Ele procura não envenenar a sua fonte de água, gosta do mato e entende a sua função no resultado final. Ele estuda e procura a melhor maneira de plantar e cuidar do seu cafezal. Depois busca a melhor técnica para secar os grãos. Dessa labuta diária, retira o seu prazer de viver.

Admiro profundamente essa gente e me lembro deles toda vez que aprecio calmamente a minha fumegante, perfumada e saborosa caneca de café. Lembro da sua paciência para esperar a muda crescer; da sua alegria ao ver a primeira florada, a primeira colheita; das mãos calejadas no trato com a terra. Lembro das infelicidades com pragas terríveis, com as mudanças climáticas que quebram safras promissoras e com preços aviltantes quando vão ao mercado vender o seu produto.

Tudo isso está na minha caneca, na minha mente e no meu coração. Mas, também estão lá na caneca o aroma delicado, o corpo, as notas sensoriais, o carinho com que o grão foi tratado e manuseado até chegar ali. E o meu prazer é indescritível ... e eu só posso agradecer, porque é realmente um privilégio beber esse café.

Aos meus heróis, as minhas mais calorosas, barulhentas, intensas e e afetuosas homenagens pelo Dia Internacional do Café.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo texto! Me transportei pra uma fazenda! Amo um cefezinho.