Ricardo Icassatti Hermano
Dia desses assisti na TV paga um filme que fez muito sucesso em 1984. Chama-se The Woman in Red (A Dama de Vermelho, no Brasil). Eu tinha 28 anos e esse filme me marcou para sempre. Calma ... eu vou explicar o motivo.
Cartaz do filme
O filme revelou uma das belezas femininas mais impressionantes do cinema americano. Essa bela mulher é a atriz Kelly LeBrock, que encarnou o papel título, a modelo incrivelmente bela, alucinante, perturbadora e sensual Charlotte. Contracenando com ela, o desencantado executivo Theodore Pierce, interpretado pelo sempre fantástico Gene Wilder, que também ficou responsável pela direção. E aqui, Wilder mostrou que a sua genialidade não se restringe a atuação apenas.
Gene Wilder num dos meus filmes favoritos, O Jovem Frankenstein
A história é muito simples. Theodore Pierce é um executivo, se não me engano, de uma agência de publicidade. Casado e com vários filhos, está naquela meia idade do Lobo. A esposa dele, bem, é uma esposa comum, meio gorda, feiosa, desinteressante. E o casamento vai seguindo naquele banho-maria. Isso até o dia em que ele vê a modelo Charlotte.
Outro filme sensacional em que o Richard Pryor é cego e o Gene Wilder é surdo
Aí o diretor Gene Wilder faz uma releitura absolutamente genial da famosa cena protagonizada por Marilyn Monroe no filme O Pecado Mora ao Lado, quando ela se coloca sobre a saída de ar do metrô e a sua saia levanta com o vento. No outro filme, Charlotte também se coloca sobre uma saída de ar e dança sensualmente ... para o deleite espantado do pobre Theodore.
Vai dizer que você nunca viu essa cena?
Depois disso, ele passa a assediá-la e o filme vira uma comédia. Com o tempo, a modelo maravilhosa passa a dar atenção ao pobre Theodore e, aos poucos, vão se aproximando. Nessa aproximação, a beleza da modelo só vai aumentando. A sedução nos atinge em cheio e ficamos todos apaixonados por ela.
Sabe mulher do tipo SUA LINDA! Pois é ...
Até que finalmente um dia acontece. Charlotte finalmente cede aos "encantos" cômicos de Theodore e resolve levá-lo para a sua cama no dia do aniversário dele. Claro, ele recebe uma força dos amigos. Essa cena é demais. Ela está numa sessão de fotos para um comercial, onde repete cenas de fábulas infantis, vestida de princesa e de pastora dos cachinhos dourados com carneirinhos. Imagem da pura inocência sexy. Ninguém consegue tirar os olhos da tela. Todo mundo aguarda e acredita que Theodore mereceu o prêmio pelo esforço.
Na vida real, Kelly é casada com o Steven Seagal. Vai encarar?
Quando o ato finalmente vai se consumar, o interfone toca estridente. Charlotte se exaspera e grita para Theodore se vestir, se esconder, ir embora, qualquer coisa. Nós ficamos estupefatos na sala de cinema. Era o marido dela, um piloto de avião que chegou antes da hora. Todos nós, juntos com Theodore, estamos confusos. Ela é casada? Perguntamos enquanto ela tira um porta-retrato da gaveta com a foto do maridão e o coloca sobre o criado-mudo.
Se manda mané! Meu marido chegou! Sai fora senão ele mata nós dois!
De repente, aquela mulher linda, corpo e rosto perfeitos, jeito de anjo inocente, nos decepciona, nos rouba todo o encanto, mata o sonho e a paixão se esvai como água da chuva pelo bueiro. Ela fica subitamente ... feia. Há um ligeiro torpor e todos nós, juntos com Theodore, caimos na real. A vida é cruel assim mesmo. Não se iluda.
Mais um pouquinho da Kelly porque eu não sou de ferro
Mas, o filme ainda nos deixa uma esperança, quando Theodore, que estava escondido no parapeito do prédio é confundido com um suicida. Seus filhos e esposa feiosa vêem a cena transmitida ao vivo pela televisão. Os bombeiros preparam a rede de salvamento e gritam para ele pular. No meio da queda, ele vê a bela repórter da TV e ali mesmo já estabelece o contato. Sempre há esperança de uma nova paixão, um novo amor.
Esse filme eternizou o vermelho como a cor da sensualidade e dos mulherões
Agora, vocês sabem porque o filme me marcou e a toda uma geração que depois iria se aterrorizar com a Glenn Close em Atração Fatal ... como eu disse, a vida é cruel. Aos mais novos, recomendo que vejam A Dama de Vermelho. Aos mais velhos eu digo, revejam e lembrem-se que em matéria de lábios (e de corpo) a Kelly Lebrock dava de mil na Angelina Jolie. Por enquanto, fiquem com a cena final da pastorinha.
Um comentário:
Eu adoro esse filme e a música tema dele.
Adoro! Assisti "n" vezes
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