segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Cornhills Coffee - Menu para Café da Manhã


Ricardo Icassatti Hermano

Ontem, o blog foi em peso conhecer e experimentar o novo café da manhã/brunch servido na cafeteria Cornhills Coffee, que fica no comércio local da 202 Sul. Cabe ressaltar que o menu ainda é um experimento, um teste para saber se determinados pratos importados dos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália vão agradar ao paladar brasileiro. O preço "promocional" é de R$ 25. Há a opção do menu regular para quem não quiser esse menu específico.

Assim, foi elaborado um "pacote" ou um menu padrão para o café da manhã/brunch que consiste de:

- Fatias de pão caseiro (dois tipos);
- Uma fatia de queijo;
- Uma fatia de presunto;
- Um potinho de manteiga;
- Um potinho de geleia;
- Uma mini fatia de melancia;
- Um copo de suco de laranja;
- Um micro cappuccino (alternativa pode ser chá);
- Um pirex contendo arroz a La Cornhills (não conseguimos identificar o que havia no arroz), batatas sauté com salsa, fatias de tomate grelhado, feijão carioca, feijão branco ao molho de tomate doce (tipo ketchup) sobre duas torradas, fatias de bacon crocante, salsichas e ovos fritos;
- Salada (que não veio);
- Duas pancakes com maple syrup.

Como dizia Jack The Stripper, vamos por partes. Os cafés servidos na Cornhills são o já famoso Jacu Bird (ou Café Jacu) do Espírito Santo e o blend próprio formado por grãos da região da Mogiana, Norte de São Paulo. O Jacu Bird não faz parte do menu padrão do café da manhã/brunch. O blend ... bem, o próprio dono do estabelecimento, o barista escocês Glenn McDonald, nos disse que está insatisfeito com o blend. Nós também.

Notamos que o grão estava com torra bastante acentuada, o que, em alguns casos, pode sinalizar que se tentou esconder defeitos dos grãos envolvidos. Não sabemos se é o caso daquele blend porque a torra escondeu também o sabor do café. Em todo caso, recomendamos que procurasse consultoria especializada e solicitasse a confecção de outro blend. O resultado será infinitamente melhor. 

O menu "pacote" decepcionou. Tanto pela pobreza inicial - com apenas uma fatia de queijo e outra de presunto, poucas fatias de pão, uma fatia de melancia que parecia decoração e um micro cappuccino - quanto pelo prato que deveria ser a pièce de résistance. Pois bem, esse prato consistia do restante do "pacote" e mereceu várias e sérias observações.

Não sou de comer muito, mas isso é pouco demais

A primeira delas é quanto à apresentação. Tudo foi amontoado dentro de um pequeno pirex e trazido à mesa. Uma mistura de cores, texturas e sabores que não é recomendável em nenhum outro lugar que não seja o outback australiano, seu local de origem. Como não somos aparentados do Crocodilo Dundee, feijão branco com molho de ketchup ... francamente.

No Brasil, o feijão é um prato salgado, é a base da nossa feijoada. Não dá para ser doce. Fica estranho e horrível. Os ovos estavam além do ponto ideal de fritura. Ficaram com o fundo preto e a consistência de borracha. Os brasileiros gostam do ovo frito na medida certa, com a gema bem molinha para molhar o pão. Hummmmmm ... essa sensualidade dos trópicos é difícil de ser compreendida por outras culturas.

Recomendamos que o "prato" fosse subdividido conforme os ingredientes. Assim um prato seria o feijão australiano; outro seria os ovos com bacon e salsicha; e o outro seria o arroz com as batatas e o tomate grelhado. Cada qual no seu quadrado, senão a coisa vira um "mexidão", cuja aparência não é das mais agradáveis.

A primeira impressão é a que fica

As pancakes já vieram banhadas com o maple syrup. É um erro. Elas deveriam ser servidas com uma porção de syrup à parte para que o cliente mesmo tenha o prazer - e é realmente um prazer - de lambuzar suas pancakes como bem quiser. Eu mesmo solicitei uma porção adicional porque para o meu gosto não era suficiente.

Também recomendamos - e o Glenn concordou - que o cappuccino fosse servido em seu tamanho normal e não aquela amostragem, bonitinha mas insuficiente.

Quem disse que tamanho não é importante,
ainda não conhecia o micro cappuccino ...

No final, Glenn nos apresentou um blend feito na Inglaterra com cafés do Quênia, país africano. Um café surpreendente, apesar de estar adiantado no tempo de armazenagem. Ele tem acidez pronunciada, torra média e é muito doce, especialmente no retrogosto. Infelizmente não é um café com fornecimento regular e deve acabar logo.

Para nós, clientes, o importante é que Glenn e sua esposa Milena estão querendo nos agradar. Com o tempo acertarão, porque estão cheios de energia, boa vontade e abertos a sugestões. Isso não tem preço e Brasília já sofre com a falta de um lugar para tomar café da manhã nos finais de semana, pelo menos.

A iniciativa da Cornhills Coffee é muito benvinda.

2 comentários:

Isabela Raposeiras disse...

Obrigadíssima pela indicação. rapazes.
Abraços cafeeiros.
Isabela.

Ricardo Icassatti Hermano disse...

Querida Mestra e Musa, nós é que agradecemos a sua existência nessa Terra : )