sexta-feira, 29 de abril de 2011

Broken Heart's Brodo - Capítulo 5


Ricardo Icassatti Hermano

No capítulo passado, o jantar de Raffaello e Carmem pegou fogo e quase acaba em desastre. Teve de tudo um pouco e quando achávamos que a coisa se encaminhava para um final romântico, eis que surge mais uma personagem. A Deusa ruiva, a Tsunami hollywoodiana, o escândalo sensacional, a maravilhosa Helga.

Quem é ela? Carmem se sentiu intimidada pela beleza fenomenal de Helga? E Raffaello? Qual será a explicação que ele dará? Existe algo entre eles? Ele mentiu novamente? Quem vai limpar aquela vomitada?

As perguntas são muitas e as respostas virão nos próximos capítulos. Hoje, chegamos ao quinto capítulo, metade da Blog-Novela. Aqui na redação, o feito foi comemorado com um bom café e queijo de Minas. Um brinde foi erguido em homenagem a todas as leitoras e leitores que participaram com sugestões, críticas e opiniões.

A música da trilha sonora neste capítulo está relacionada a história da esposa falecida de Raffaello. Você já deve ter notado que as músicas tiveram uma evolução qualitativa. Mas, isso não significa que as populares não voltarão. Leia o capítulo ouvindo a música. Agora, fiquem com a confusão que precisa ser resolvida.

Divirtam-se!



Broken Heart's Brodo
Capítulo 5

Uma semana havia se passado desde o jantar que Raffaello preparara para Carmem. O surgimento bombástico de Helga não deixou alternativa a Carmem senão ir embora. Raffaello telefonou no dia seguinte para dar explicações. Desde então, não se falaram mais. Carmem e Emília se encontram no cabeleireiro.

- Mas, ela chegou assim, na cara dura? E bêbada ainda por cima? - indigna-se Emília.

- Foi. Que cara de pau, toda atirada pra cima do Raffaello - responde Carmem.

- E o que ela estava vestindo? - se intromete Bernard.

- Não sei, um vestido vermelho mínimo, saltos altíssimos, maquiagem impecável, diamantes por todo lado. Não tinha nada barato ali. Nem o esmalte.

Josicleide, ou simplesmente Josi, se remexe no banquinho onde está sentada fazendo as unhas do pé de Carmem.

- Uau! Uma diva! - exclamou Bernard.

- E o Raffaello? O que ele disse? O que ele fez? - inquieta-se Emília.

- Ele até me disse para ficar e quem ia sair era ela, mas daí ela deitou no sofá, vomitou tudo e desmaiou.

- Aí não tinha jeito mesmo. Não tinha clima nenhum.

Bernard e Josi apenas concordaram com as respectivas cabeças.

- No dia seguinte, ele me ligou e contou quem era a ruiva, a tal da Helga.

- Conta logo menina! - exaspera-se Emília.

- Resumindo, ele me disse que se conhecem desde a pré-adolescência. Foram namorados quando ele tinha 18 anos e ela 14 anos. Já adultos, se reencontraram e voltaram a namorar. Quase se casaram, mas não deu certo. Uns dois anos depois, ele começou a namorar a moça com quem se casou. O casamento durou só dois anos, até ela morrer. Ele viajou, voltou e não sabe como a Helga foi parar lá na casa dele aquela noite.

- Essa Helga ainda é apaixonada por ele?

- Não sei. Mas, pelo jeito, parece que sim.

- Você sabe alguma coisa sobre ela?

- Nada. Nunca tinha visto antes. Mas, dois dias depois, ela me enviou flores e uma caixa de bombons Godiva, com um pedido de desculpas.

- Vamos fazer uma pesquisa no Google? A gente aproveita e investiga a vida desse Raffaello também. Meu sobrinho pode nos ajudar. Ele é nerd, hacker, estuda computação, essas coisas.

O sobrinho entregou um calhamaço de papel às duas ansiosas amigas. Lendo todo o material, ficaram sabendo que Raffaello era realmente escritor e tinha composto algumas letras de músicas que fizeram grande sucesso, o que lhe deu conforto financeiro para se dedicar a literatura. Também havia algumas matérias jornalísticas sobre torneios de Karatê que ele participara com destaque. Tinha ainda a notícia da morte da esposa.

Já a poderosa Helga ocupava quase todo o calhamaço. Filha da quarta geração de descendentes de colonos alemães que migraram para o Rio Grande do Sul, saiu ainda criança da pequena propriedade da família para estudar em Brasília. Dona de inteligência prodigiosa, fez uma carreira brilhante e meteórica no mundo dos negócios. Aos 28 anos de idade, era dona de um pequeno império no ramo petroquímico. Logo se tornou uma cidadã do mundo. Falava diversas línguas, negociava bilhões e era presença obrigatória em grandes eventos mundo afora. Emília e Carmem estavam com os queixos quase encostando no chão.

Na noite do jantar, Helga havia falado que estava numa festa chata e soube de um tal "Paulinho" que o Raffaello havia retornado da viagem. A festa chata era uma recepção ao presidente da França e o tal "Paulinho" era o ministro das Minas e Energia. Todos os três se conheciam desde a pré-adolescência. Carmem e Emília ficaram mudas por uns minutos.

- Amiga, a coisa não se vê boa ...

- Eu sei ... o que eu faço agora?

- Liga pra ele e marca outro encontro, oras. Mas você tem que se fazer de difícil. Homem precisa ter trabalho, tem que suar a camisa, pra dar valor.

Na semana seguinte, Raffaello e Carmem se encontraram numa cafeteria. Fazendo cara de quem ainda se sentia meio ofendida e com uma ponta de desprezo, ela queria saber mais detalhes da história dele com Helga.

- Nosso namoro, na fase adulta, terminou porque estávamos trilhando caminhos diferentes. Eu queria ser escritor e ela já estava começando a despontar como empresária, estava enriquecendo e pensou que poderíamos nos casar, pois dinheiro não seria problema. Na cabeça da Helga, o ideal seria que eu vivesse o resto da vida às custas dela e me dedicasse ao meu trabalho de escritor. Mas, as coisas não são assim. Não conseguiria viver dessa maneira. Acabaria matando a minha carreira com tanta mordomia e deixaria de ser eu mesmo. Hoje, talvez fosse diferente, pois não dependo de ninguém. Mas, hoje também é outro tempo.

- E quando você conheceu a sua esposa?

- Foi uns seis meses depois. Juliana era música clássica, tocava fagote e flauta doce numa orquestra especializada em música barroca. Eu chamava de "música dos anjos e dos santos". Ela tocava divinamente. Nos conhecemos num estúdio de gravação, onde as músicas que fiz a letra estavam sendo gravadas. Juliana foi gravar uma peça no estúdio ao lado. Nunca esqueci, chama-se "Paixão segundo São Mateus", de Johann Sebastian Bach. Fiquei absolutamente deslumbrado ... e foi amor instantâneo.

Carmem foi chegando mais para perto de Raffaello. Ele fingiu que não percebeu. A conversa evoluiu para outros assuntos. Quando se deram conta estavam quase colados. Raffaello segurou suavemente o rosto de Carmem e deu-lhe um longo beijo.

- Já tem um tempo que eu realmente gosto de você, Carmem ...

- E eu te achei intrigante ...

- Já me chamaram de muita coisa, mas "intrigante" é a primeira vez.

Pagaram a conta e se dirigiram para o apartamento de Carmem. Viraram a noite entre a cama e a varanda. Quando o sol começou a afugentar a noite, Raffaello se vestiu para ir embora. Tinha trabalho a fazer e ela também.

- Você vai mesmo embora?

- Tenho que ir.

- E se você ficasse e dormisse abraçado comigo?

- Você não me aguentaria e me mandaria embora de qualquer jeito.

- Como assim? Por que?

- Acho que sou carinhoso demais. Ia ficar te beijando e te carinhando sem parar. Você não iria conseguir dormir e acabaria me expulsando daqui mesmo.

Carmem não se levantou da cama. Apenas sorria feliz. Raffaello foi até ela, beijou-a e se despediu. Sem promessas, sem compromisso, sem agenda, sem data para outro encontro. Apenas saiu. Ela fechou os olhos, exausta, e dormiu o melhor sono dos últimos anos. Nem precisou do sonífero habitual. Nem se lembrou. De mais nada.

Éééé, caras leitoras e caros leitores. Será que o nosso casal conseguiu encontrar o que tanto procura? Atingiram o equilíbrio? O amor floresceu? Carmem tentou se fazer de difícil, mas parece que não funcionou como o planejado. Raffaello revelou que já gostava de Carmem há algum tempo. Ela vai corresponder? E a Helga? Vai voltar?

São muitas perguntas e as respostas estão com vocês, que gentilmente têm colaborado para o desenrolar da minha, da sua, da nossa Blog-Novela Broken Heart's Brodo. Continuem enviando suas sugestões, críticas e dicas preciosas. Vocês já viram que estão sendo aproveitadas na medida do possível ou do que a trama permite. E como diz o Romoaldo todas as manhãs em nosso quadro na CBN Recife: Um abraço! Bom café!

7 comentários:

Clara Favilla disse...

Chorei. Chorei e chorei com a homenagem a minha Bebel.
Achei lindo o Rafaello homenagear a falecida esposa com tão inspirada música.

Já tô querendo um final feliz para essa blog novela.
beijos.

Café & Conversa disse...

Querida Clara,

Desse jeito, você acaba me levando às lágrimas também. Fiz questão de dar à Bebel a personagem mais bacana, pura e romântica da novela.

Infelizmente, finais felizes são raros até na literatura. Quem dirá na vida real.

Mas, de um jeito ou de outro, alguém acabará feliz na Blog-Novela Broken Heart's Brodo. Aguarde, porque surpresas virão ...

Continue nos acompanhando e enviando suas dicas, críticas e sugestões preciosas.

Beijo grande da Redação do Café & Conversa

Marven disse...

Esse capítulo me veio assim - uma delícia de ler numa visualização fácil do real tocando o imaginário, sei lá...

Na vida real tem muito disso - a chegada de um estranho pode fazer uma relação pegar fogo. Um misto de ciúme, desejo, posse... Um amor querendo sobreviver. Sei lá de novo.

A Helga, hein? Que culpa tem ela de ser linda, rica e inteligente? Até eu me sentiria ninguém perto dela (risos altos).

A noite de amor... Bem, foi descrita como deve ser - sem apelação e com a delicadeza própria do escritor.

Se o fim assim fosse, já teria sido feliz, mas sei que inda vem novela por aí.

À espreita,

Marven

Café & Conversa disse...

Bela Marven,

Seus comentários são muito saborosos : )

Obrigado por suas observações sempre pertinentes. Ficamos contentes que você esteja nos acompanhando de perto e sempre aguarde com ansiedade o próximo capítulo da Broken Heart's Brodo.

Beijos da Redação do Café & Conversa

Telma Monteiro disse...

Acredito que o Rafaello deve ter uma recaída com relação à Helga... afinal rica, inteligente, bem sucedida profissionalmente, bonita, fica difícil resistir.
A Carmem tem que levar um fora. A Helga (não tem um segundo nome, não?)merece uma oportunidade. Helga é nome de espiã alemã e não de empresária (que se usaria em novela, bem entendido). Conheço alguém que teve uma cadela chamada Helga...

Café & Conversa disse...

Querida Telma,

Infelizmente, não posso adiantar o que virá. Posso estragar o suspense da novela. Mas, posso assegurar que muitas reviravoltas estão programadas. Você não se decepcionará com a trama : )

Obrigado pelos seus excelentes comentários.

Beijão da Redação do Café & Conversa

HELENA GASPARETTO disse...

Eu quero o Raphaello pra mim !!!!!
Ele é encantador!! Ahhh, se isso não fosse só um conto... eu daria pra ele de presente uma caixa enorme das minhas trufas e bombons - no lugar da Godiva! Hahaha!! Brincadeira, adorei o chocolate Godiva na história.

Não sei como vai ficar esse conversê todo... mas estou adorando a novela - e essa música... que maravilha!!! AMo, amo muito tudo isso : ))

Flechada direto no coração das mulheres viu?
Parabéns!
Beijo

Lena