O
professor Antonio Dionísio conta que quando morava com a tia dele, em São
Paulo, e toda vez que Dona Eliud
começa a passar o café nem precisa o despertador, o nosso ouvinte dava um
pulo da cama sem nem reclamar do frio que fazia no bairro da Mooca.
Minha principal e primeira
lembrança do cheiro do café vem do preparado por minha tia Eliud, no tempo em que morei com meus tios em São Paulo, na Rua Cuiabá no bairro
da Móoca (feliz coincidência!), por ocasião de um curso de
pós-graduação que fui fazer lá (nos meados dos anos 1980 não tinha grande oferta
de cursos a distância). Minha tia Eliud fervia o café já com açúcar no bule, e o cheiro me levantava da cama, mesmo com o corpo reclamando para ficar devido
ao frio.
Apesar de ser natural de São Paulo (nasci na Consolação, maternidade
Leonor de Barros, já extinta), fui criado desde os cinco anos na cidade do Cabo de
Santo Agostinho, Região Metropolitana de Recife. Minha mãe nasceu em Correntes
e meu pai é de Vitória de Santo Antão, cidades do interior
de Pernambuco, e eram adeptos aos chás (capim-santo, hortelã da folha miúda,
erva cidreira, boldo) e fui criado sem ter café em casa até, nem no café da
manhã nem ao jantar. Quando fui fazer esse curso, fui iniciado por minha tia
nos segredos do (bom) café feito à maneira dela, que procuro imitar até hoje e,
confesso, não consegui repetir.
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