segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Idiotice Paranormal


No final de semana fui assistir o mais recente fenômeno das bilheterias de cinema. O filme chama-se Atividade Paranormal e é a maior idiotice do ano. Dez anos depois do surgimento do filme A Bruxa de Blair, alguém pensou que havia chegado o momento de lançar outra patetada chata, enjoativa e maçante. Brilhante.

Cartaz do filme que você reza para acabar logo

Seguindo a mesma fórmula de orçamento baixíssimo, elenco mínimo, roteiro asnático e nenhuma qualidade técnica, o filme vem conquistando uma multidão de adolescentes apalermados em todo o planeta, mas principalmente nos Estados Unidos, onde já fez fama e fortuna.

O que você faria se fosse acordado no meio da noite por passos, portas batendo, objetos caindo e grunhidos irreconhecíveis? Qualquer pessoa telefonaria para a Polícia, procuraria algo que pudesse ser utilizado como arma de defesa, acenderia as luzes ou, no mínimo, se esconderia morrendo de medo.

Tem um demônio ali! Pega a câmera!

O jovem casal protagonista do filme não faz nada disso. A única preocupação é pegar a câmera de vídeo e sair perambulando pela casa no escuro e perguntando: "Quem está aí?". Pela manhã, vão analisar o que foi gravado.

A história é tosca. Um casal de namorados vive junto numa pequena casa de dois andares, uma town house, como chamam nos Estados Unidos, que também é o único cenário. A moça diz ser atormentada por uma entidade desde os oito anos de idade e procura a ajuda de um paranormal, pois as manifestações têm piorado. O rapaz é um completo retardado. É ele quem compra a câmera de vídeo para gravar as manifestações e ganhar uma grana.

Resumindo a chatice, eles não seguem a orientação do paranormal, que avisou tratar-se de um demônio perigosíssimo; o rapaz retardado acha que dá conta do problema; as coisas só pioram, inclusive a minha paciência; o filme tem apenas dois sustos bestas; o demônio toma conta da moça e mata o rapaz. E tentam nos fazer acreditar que é uma história real, fazendo agradecimentos à Polícia de San Diego. Eu não via a hora daquela asnice terminar, pois já estava torcendo para o demônio.

Na sala de cinema semi-vazia em que eu me encontrava, apenas um "rapazola" soltou um gritinho no primeiro susto besta. Nenhuma mulher gritou. Para alegria geral, o abestado se conteve no restante do filme. Vai que ele houvesse exagerado no almoço ...

Na saída, a senhora que o acompanhava deu uma risada. Meio sinistra, sou obrigado a reconhecer. O "rapazola" olhou para ela e disse tremulamente afetado: "Não tô entendendo o motivo da risada". Ainda bem que o filme já havia acabado e eu estava indo embora. Desperdício de tempo e de dinheiro. Fui tomar um espresso.

Ricardo Icassatti Hermano

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