segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sempre ao seu Lado - Lição de lealdade


Ricardo Icassatti Hermano

Domingão, aquela preguiça, fui com Little Mary assistir o remake americano do filme japonês Hachiko Monogatari, de 1987. Em inglês ficou Hachiko, a Dog's Story. No Brasil: Sempre ao seu Lado. O filme é baseado em uma história real ocorrida no Japão durante as décadas de 1920-1930.

Um professor da Universidade de Tóquio, Eisaburo Ueno, e um cachorro da raça Akita desenvolvem uma amizade comovente, baseada em uma lealdade rara. O filme japonês é muito melhor, é claro, porque foge do melodrama hollywoodiano. Quem faz o papel do professor é o ator Richard Gere. Por aí se vê ...

Cartaz do filme

Mas, não deixa de ser engraçado ver o Richard Gere ser suplantado pelo cachorro e acabar quase fazendo uma figuração.

Resumindo a história, após alguns anos de convivência, o cachorro - que se chama Hachi Ko - criou o hábito de esperar pelo professor todas as tardes na estação de trem de Shibuya, bairro de Tóquio. Um dia, o professor morre, mas Hachi Ko continua esperando pelo seu amigo nos 10 anos seguintes. Mesmo debilitado pela artrite, ele foi esperar pelo seu dono todos os dias até a sua morte.

Esse é o Hachi Ko original, esperando por seu dono

O caso virou matéria de jornal, livro e filme. O repórter do jornal Asahi Shinbun conseguiu emocionar todo o povo japonês ao relatar a mais bela história de lealdade, fidelidade e amor incondicional de um cão para com seu dono e, antes de tudo, amigo.

Em 21 de abril de 1934, um ano antes de sua morte, uma pequena estátua de Hachi ko, feita de bronze pelo famoso artista japonês Ando Teru, foi desvelada em sua honra numa cerimônia perto à entrada da estação de Shibuya, local onde morreu. A memória de Hachi ko foi imortalizada.

Durante a 2ª Guerra Mundial, todas as estátuas foram confiscadas e derretidas para a fabricação de material bélico, e, infelizmente, entre elas estava a de Hachi Ko. Em 1948 a The Society For Recreating The Hachi Ko Statue — entidade organizada em prol da recriação da estátua de Hachi Ko — convidou Ando Tekeshi, o filho de Ando Teru (escultor da estátua original), para esculpir uma nova estátua. Até os dias de hoje a réplica encontra-se colocada no mesmo lugar da estátua original.

A estátua se tornou o mais famoso ponto de encontro de Shibuya

O filme americano não é ruim, mas deixa de explorar situações mais dramáticas, que o filme japonês não ignorou. Como, por exemplo, o ciúme da esposa do professor e o que ela foi capaz de fazer depois da morte do marido. Os seres humanos são surpreendentes em sua crueldade. Mas, Richard Gere e Hashi Ko conseguiram fazer o cinema chorar, incluindo Little Mary.

Chora Little Mary, chora ...

Desde criança, tive cães de várias raças. Dois marcaram a minha vida justamente por essa lealdade retratada no filme. O primeiro deles foi um Pastor Alemão capa preta a quem chamei de Black. Foi um grande amigo das madrugadas. Ouvia atentamente quando eu "conversava" com ele.

Apesar de ter passado por um forte adestramento, não obedecia a mais ninguém além de mim. Era também um excelente cão de guarda e que ninguém se atrevesse a se aproximar de mim com intenções pouco ou nada republicanas. Poderia estar assinando sua sentença de morte. Morreu bem velhinho nos meus braços.

A outra é a Lolita, uma Labrador creme brincalhona, exímia caçadora de gatos e gambás e completamente desobediente. Foi a primeira cadela que vi sorrir. Nunca deixou de me esperar no portão de casa e fazer uma tremenda festa. Chegava a chorar quando me via e não podia pular em mim.

Ela participou de vários eventos da minha vida e de quase todas as festas que meu irmão, Bily, fez lá em casa. Nunca reclamou de nada. Mesmo agora, quando está velhinha, doente e na reta final de vida. Ainda assim, me espera e me procura abanando o rabo quando chego em casa. Exatamente como fiz com o Black, vou acompanhá-la até o fim.

É uma pena que os cães não vivam tanto quanto os humanos. Assistam o trailer do filme.



5 comentários:

Anônimo disse...

eu tenho uma akitinha branca e é impressionante como ela é fiel a nossa família !

em casa ela se acostumou a ficar sozinha nos esperando em dia de trabalho agora durante as férias quando a deixamos onde ficamos na praia ela se desespera e uiva o tempo todo ... quando chegamos ela quase morre do coração de tanta festa !

Para quem deseja uma raça fiel, não barulhenta, tranquila recomendo um Akita em sua vida !

elina disse...

ai, se já chorei só de ler seu texto, posso nem passar perto dessa sala de exibição...

Anônimo disse...

Eu que postei o comentário anonimo fui ver o filme ontem ...

Da metade do filme pra frente eu chorei muito até o final ...

Tinha visto Marley e eu mas o fato da história do Marley ser algo que já esperamos, que um cachorro vá morrer antes de nós e que vamos ficar tristes. Agora no Hachiko ... é dose ainda saber que é história real.

Juliana disse...

Faço minhas as palavras de Elina. Uma pena mesmo que não vivam tanto quanto os humanos...

Anônimo disse...

Esse Filme E muito Emocionante
E Esse Animal Foi Um Cão Leal E Isso Foi Emocinante E Bastante Comovente