Romoaldo de Souza
Para não incorrer em deslizes conceituais, sobre a data de hoje, preferi deixar que Gilberto Gil cantasse Raça Humana, para lembrar este 10 de junho, o Dia da Raça.
Não que eu concorde com Gil em tudo o que ele diz nesta canção, mas vai que se eu tivesse a habilidade de escrever um poema desses eu viesse a ser apedrejado pelos intolerantes politicamente corretos ou pelos racistas. O que dá no mesmo... E, hoje, eu não estou aqui para a morte!
Então Café & Conversa pede emprestado a Gil a frase que mostra bem as contradições humanas, essa "ferida acesa".
Agora, mesmo, estava escrevendo um texto para a Revista 100,9 na Rádio Cultura FM, sobre filmes importantes, influentes, na África do Sul dos dias de hoje, com essa parafernália de Copa do Mundo e o diabo a quatro.
"Mandela - Luta pela Liberdade". Nos anos 60, James Gregory (Joseph Fiennes) é um branco, agente de uma penitenciária, que fala o dialeto xhosa e desenvolve uma conturbada amizade com o líder negro Nelson Mandela (Dennis Haysbert). Desse filme, que tem o título original, "Goodbye Bafana", eu achei "Chocolate" do compositor italiano, Dario Marianelli a música mais instigaste. Mas como hoje, falamos de raça e não da trilha sonora de "Mandela", deixo com vocês, Gilberto Gil.
Raça Humana
Gilberto Gil
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de deus
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de deus
A raça humana é
Uma semana
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