segunda-feira, 8 de março de 2010

Oscar 2010 e a Alma Americana


Ricardo Icassatti Hermano

Eu sou dependente químico de cinema, mas acho a festa do Oscar muito chata. Aquilo tudo poderia ser tranquilamente reduzido a 1 hora. A cada ano aumentam mais o tempo. Agora existe até uma festa pré-Oscar. A coisa está caminhando para a insanidade. Só gosto da premiação propriamente dita e das piadas dos apresentadores.

Oscar 2010, uma festa longa demais

Ontem mesmo, tentei assistir mais uma vez a festa do Oscar. Comecei com o pré-Oscar e quando passou para a passarela onde as atrizes posam com jóias e vestidos emprestados, mais uma vez apaguei e dormi o sono dos justos. Pelo menos tentei. Mais uma vez. Sempre tem a reprise.

Além disso, as opções televisivas são terríveis. Pensei que conseguiria assistir com som original no canal TNT em High Definition, que ainda não tem dublagem e outras atrocidades. Engano meu. Lá estava a tia Rubens Ewald Filho falando mal das roupas das mulheres ... outra opção seria assistir a festa narrada e comentada pela tia José Wilker ... Dormir acabou sendo a única opção.

A tia em noite de gala

Mas, hoje vi as notícias sobre quem ganhou etc. Ainda não entendi porque criaram a falsa disputa entre o diretor de Avatar, James Cameron, e sua ex-mulher, a diretora de Guerra ao Terror, Kathryn Bigelow. Os dois se dão muito bem e não estavam engajados numa disputa pessoal. Deve fazer algum sentido para os americanos, mas o resto do mundo boiou.

O que ficou claro para mim é que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas deu uma guinada e optou por reforçar a alma americana, um retorno às origens por assim dizer. Vejamos os premiados nas principais categorias. O melhor filme (Guerra ao Terror) é sobre a guerra que os Estados Unidos travam no Afeganistão. A melhor diretora é do mesmo filme. O melhor ator interpretou um cantor de música country (Coração Louco). A melhor atriz viveu a história real (Um Sonho Possível) de uma mulher milionária, texana, loira, e republicana, que adota um garoto negro sem-teto e o transforma num grande jogador de futebol americano.

A guerra faz parte da alma americana

Aliás, vamos abrir um parêntese aqui. O Oscar de melhor atriz foi dado a Sandra Bullock. O papel que interpretou e a indicação ao prêmio parecem ter incomodado os liberais americanos. Ela também recebeu o prêmio Framboesa de Ouro, na categoria pior atriz, pela comédia romântica Maluca Paixão. O seu vestido na festa foi comentadíssimo pelas tias liberais, mas não sei porque perdem tanto tempo com roupas quando a Sandra Bullock mostrou muito mais belos atributos no filme A Proposta. Chôse de lóc ...

Quem diria que a Sandra Bullock fosse dona desse corpão ...

É claro que Avatar levou o Oscar de efeitos especiais; que Precious levou o de melhor atriz coadjuvante; e Bastardos Inglórios levou o de melhor ator coadjuvante. Mas todos esses filmes trazem mensagens "alienígenas". Nenhum deles reforça as principais características americanas. Para entender o que é isso, é preciso passar um tempo lá nos Estados Unidos, conviver com os americanos, conhecer seus valores mais arraigados.

O Oscar acaba sendo um grande termômetro cultural, que dá indicações sobre o que vai pela cabeça dos americanos. E vendo as mais recentes pesquisas de opinião para medir a popularidade do presidente Barack Obama, fiquei com a impressão - forte - de que ele não se reelege.

3 comentários:

Diários de Uma Bicicleta disse...

passei por aqui!

Café & Conversa disse...

Seja benvindo!

Café & Conversa disse...

Alô Diários! Cadê as fotos que vocês fizeram para o Blog, Café & Conversa, rapaz? Tudo bem? Sejam bem-vindos!