segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Árvore da Vida

Ricardo Icassatti Hermano

O que acontece quando um diretor americano de cinema resolve fazer um filme como se fosse um diretor europeu? Um filme chato "bragarai" ... Foi o que o diretor Terrence Malick fez com o Palma de Ouro em Cannes, "A Árvore da Vida", cujo único mérito é trazer no elenco Brad Pitt, Sean Penn e a beleza feminina perturbadora de Jessica Chastain

Cartaz do filme

Fora isso, o filme é uma pretenciosa e demasiadamente longa colagem aleatória de imagens - muitas delas retiradas de documentários televisivos - com uso abusivo de metáforas e metalinguagem na esperança de produzir algum estado para-emocional na plateia, que a leve a preencher os vazios narrativos. O que Malick consegue é apenas tédio, sono e chatice. 

Elenco estelar com essa moça linda, que espero ver em outros filmes

O próprio Sean Penn criticou o diretor numa entrevista, dizendo que não sabe ainda qual foi o seu papel na história, considerando-o, inclusive, desnecessário. Sou obrigado a concordar com o ator. Para quem quer posar de intelectual francês, mas não entendeu porra nenhuma do filme, basta dizer que o diretor é genial e aplaudir ao final, como vi alguns palhaços fazendo no cinema.

Por que motivo uma mulher iria assistir um filme como esse?

Também fiquei surpreso com a quantidade de gente que deixou a sala de cinema no meio do filme. Com uma pseudo-psicologia de almanaque, Malick sugere aqui e ali coisas como podolatria, complexo de édipo, sociopatia e outros que tais. Também parece ter tentado abordar o sofrimento que é o amadurecimento de um menino. 

Os meninos do elenco fizeram bem o papel de meninos

Para mim, o que pareceu ter alguma lógica foi a rigidez militar que o pai impõe na educação dos filhos, com hierarquia e tudo o mais. Enquanto que a mãe representa a liberalidade, a emoção e a sexualidade. Essa mistura cria um monte de ressentimento, que lota consultórios de psicanálise anos depois. Foi a única coisa que me pareceu fazer algum sentido. 

Pseudo-psicologia para criar triângulo edipiano

Há quem ache que ele falou de religião, porque a família retratada é do interior do Texas e profundamente religiosa. Mas, a abordagem é mais supra-religiosa e Malick até tentou imaginar a criação lisérgica do universo, do planeta Terra e da humanidade, com imagens de documentários da National Geographic. Usou até dinossauros de computação gráfica.

Abordagem supra-religiosa da espiritualidade ... eu acho ...

Meu filho Xanxão e eu saímos chateados do filme porque esperávamos mais. Não gaste seu dinheiro com "A Árvore da Vida", que é o nome dado ao principal diagrama de estudo da Cabala, simbolizando uma chave para a compreensão dos fatos e das verdades. O que vale a pena mesmo é a beleza estonteante da atriz Jessica Chastain.

Pense numa mulher que não precisa de maquiagem
para ser e estar linda. Pois é ...

Eu não recomendo, mas é claro que você pode querer assistir esse filme. Afinal, você pode estar achando que ainda não tem tédio suficiente em sua vida. Veja o trailer, que é completamente enganador, como todo bom trailer deve ser.


5 comentários:

Leonardo disse...

eu não achei maravilhoso, mas achei bom.
Gostei exatamente do que você falou: relação familiar e peguei uma grande tristeza do Penn ao se aproximar do fim.
Realmente ele perdeu MUITO tempo no começo do filme, enrolando com as cenas nada a ver, mas pelo menos eram bonitas.
O dinossauro morrendo realmente não tem nada a ver.

Café & Conversa disse...

Leonardo, aquele dinossauro compadecido do sofrimento da sua presa, foi demais pra mim ... (rs)

Abraço

Patrícia Taconi disse...

Oi Ricardo!

Tudo bem? Parabéns pelo seu Blog, é a primeira que que o visito.
A respeito do filme, as críticas como a sua estão aparecendo aos montes, mas o que percebo é que muitos não estão entendendo a mensagem que fica completamente desvelada e escancarada para uns e completamente omissa para outros. Logo no início, é dito uma frase: " Há somente dois caminhos: o da Graça e da Natureza"...muitos acham que ele fala de natureza propriamente dita (árvores, mar, terra, água) e não. Ele fala de Natureza Humana: Aquela que é orgulhosa (como o personagem de Pitt), ciumenta (como o Jack), que agrega raiva, maldade (como quando ele atira no dedo do irmão), enfim...o própria luta que nós humanos travamos todos os dias para fazer o que é certo, o que é bom! E o da Graça, que é o caminho do Amor, do perdão, e da reconciliação. Não sei se o mesmo significado que Graça tem para mim tem para o Malick, que é a Graça de Deus...a única que nos torna mais (ou menos) humanos e corretos diante da vida e do mundo. É brilhante esta mensagem, mas ela ficou meio subentendida.

Bom, é isso que penso do filme.

Um abraço!

Café & Conversa disse...

Oi Patrícia,

Gostei da maneira como você percebeu o filme. Mas, o problema que destaquei logo no início do texto é o fato de um diretor americano tentar ser europeu. São cabeças, culturas, aprendizados completamente diferentes. Ao americano falta peso.

A maioria das pessoas recorre ao cinema como entretenimento. Por isso, vi tanta gente deixar a sala no meio do filme. Para certas reflexões, eu mesmo prefiro a leitura. Para mim, o cinema não é o meio adequado para temas como o que o diretor tentou retratar. Até porque temas complexos exigem diálogo, troca de ideias e de experiências para ser plenamente compreendido.

Obrigado por nos visitar, pelo seu belo comentário e volte sempre : )

Abraço

Ricardo Icassatti Hermano

David Cotos disse...

A mi me gusto la película.