segunda-feira, 26 de abril de 2010

Alice, o Retorno


Ricardo Icassatti Hermano

Para entender o mais recente filme de Tim Burton, o ansiosamente aguardado Alice no País das Maravilhas, é preciso ter lido o livro original, escrito por Lewis Carrol, ou ter visto o antigo desenho animado da Disney.

Um dos vários cartazes do filme

Na história original, Alice era uma garotinha com apenas 10 anos de idade. O filme de Tim Burton conta a história do regresso de Alice àquele mundo encantado nove anos depois, quando está prestes a se tornar a esposa de um lorde inglês num casamento arranjado pela mãe.

A garotinha Alice que inspirou o escritor Lewis Carrol

Na primeira aventura, Alice encarou suas fantasias infantis. Na segunda, Alice enfrentou a transição da infância para a vida adulta. Digo isso porque a adolescência é basicamente uma invenção americana. Lembrem-se que o livro foi escrito na Inglaterra vitoriana, durante a segunda metade do século XIX.

Antes dessa "descoberta", as crianças europeias passavam direto para a fase adulta. As meninas através do casamento e maternidade precoces e os meninos através de variados ritos de passagem, que iam da guerra até as prostitutas.

Nas sociedades primitivas, os meninos ainda passam por rituais de dor física extrema. As meninas também passam por rituais de dor física, sendo o pior deles a remoção do clitóris e até costura total da vagina.

Ritual de circuncisão - a frio - dos meninos

Ainda bem que a psicologia veio nos "salvar" e nos deu um período maior de adaptação à realidade de passagem da proteção total para a descoberta dos males e das dores do mundo.

Mas, voltando ao filme. Tenho certeza que 99% das pessoas que estão indo assistir Alice não conhecem a história original. O grande atrativo é o 3D. Aliás, ninguém se importa muito com qualquer história, quer apenas se maravilhar com as imagens saindo da tela.

Para isso, quanto mais extravagante for a história melhor. Foi assim com Avatar e está sendo assim com Alice. Também não poderia haver diretor melhor que Tim Burton para recriar um mundo tão surreal.

Além disso, o elenco brilha com craques como Johnny Depp, vivendo o Chapeleiro Maluco; a genial Helena Bonham Carter, interpretando a Rainha Vermelha; e o sumido Crispin Glover fazendo o Valete de Copas.

Johnny Depp, Helena Carter e Mia Waskowska

Alice é vivida pela jovem Mia Wasikowska, que apesar da inexperiência segurou a onda. Já a atriz Anne Hathaway não parece ter incorporado direito a personagem Rainha Branca. Lançou mão de uns trejeitos estranhos e destoou do resto do elenco.

Anne Hathaway totalmente perdida no papel

Conhecer a origem ajuda a entender a história. Entendendo tudo, o 3D torna-se mais sensacional ainda. Pois quem conhecia a história, imaginava os personagens, os cenários, as expressões. Ver aquelas imagens mentais se transformando em quase realidade palpável é uma experiência sensacional. E já estou treinando os passos da Futterwacken : )

Café & Conversa assistiu Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, e recomenda, com a ressalva de que é melhor conhecer a história original primeiro. Assista o trailer, que não é em 3D.



Um comentário:

Juliana disse...

Concordo que ir sem ler o livro e ver a antiga animação da Disney é um tanto mais complicado de entender. Adorei, como boa fã! E se o post fosse de críticas ruins, ia mandar cortar a cabeça dos dois! rsrsrs bjs