segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Música do Dia - Um Índio - Caetano Veloso


Romoaldo de Souza

Foi a partir dos anos 40, no século passado, que 19 de abril passou a ser comemorado como o Dia do Índio. No início daquela década, a cidade mexicana de Patzcuaro foi sede de um congresso indigenista que marcou a história como o primeiro evento internacional reunindo lideranças de diferentes partes do mundo. Também se destacou por ter sido a oportunidade de que necessitavam para dizer como viviam, que carências tinham. Mais que social, foi um evento antropológico. A data foi instituída.


Eu nem queria, aqui, falar dos índios, que já morreram milhões, que tiveram de ser catequizados à força, essa histórias.


Queria dizer que alguns de seus exemplos menos apegados a valores de propriedade, me fascinam mais. Claro que estou falando daqueles que têm menos contato com as ONGs, com os ongueiros, com os igrejeiros e com o governo.


Por isso, Café & Conversa traz essa música de Caetano Veloso, para marcar este 19 de abril. Sinceramente, eu prefiro na voz de Zé Ramalho, mas confesso que essas fotografias, ilustram bem essa festa.


Bom dia! Café & Conversa está todo dia, chova ou faça sol, no twitter. www.twitter.com/CafeConversa.


Ah, e você já se inscreveu no sorteio para ganhar uma caneca feita especialmente para o leitor do Café & Conversa? Esse é um presente para fazer inveja a sua tribo.


Mostre pra sua tribo que você é antenado! No bom sentido, claro!


Um índio

Caetano Veloso


Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito

(Refrão)

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio




4 comentários:

Juliana disse...

Adoro essa música! E eu quero uma caneca!

Café & Conversa disse...

Então inscreva-se Juju : )

Thiago Alves disse...

Adoraria saber a história desta música. Pois farei a declamação de um texto e encaixarei com essa música, como é original do show Diamante Verdadeiro - Maria Bethânia. Se puderem me ajudar, mande por favor para o meu i-mail: thiago_alvesjose@yahoo.com.br
Desde já mto obrigado!

Alê disse...

pelo o que eu sei, esta música foi composta para a comunidade do Vale do Amanhecer - Planaltina DF.