Ricardo Icassatti Hermano
A Copa do Mundo de Futebol está chegando. Voce é daqueles que bota fé na Seleção Brasileira, com Grafite e tudo o mais. Mas, a fé foi virando empolgação. Daí virou fervor, que logo se tornou insanidade porque você resolveu convidar um bando de amigos e amigas para assistir os jogos do Brasil na sua casa.
Aqui no Café & Conversa você já encontrou dicas preciosas sobre quais cuidados deve tomar em relacão ao seu jardim ou àquele vasinho de violetas que a sua avó lhe deu. Também já sabe o que fazer com seus bichinhos de estimação para que não fiquem traumatizados com a experiência.
Hoje vamos abordar o quesito comida e como gostamos muito de todos os nossos leitores e leitoras, fomos buscar uma chef que é simplesmente a crème de la crème da gastronomia brasiliense e quiçá mundial. O nome dela é Adriana Nasser, mais uma colaboradora saída diretamente das Mil e Uma Noites.
Como não podia deixar de ser, Adriana é jornalista de política, mas a paixão pela culinária a levou a se Pós-Graduar em Gastronomia e Segurança Alimentar pela Universidade de Brasília (UnB). Também fez cursos com os renomados chefs Claude Troigros, Emmanuel Bassoleil e Luigi Tartari, entre outros.
Ela já preparou seus deliciosos pratos para gente como o ex-secretário do Tesouro Americano, John Snow, o técnico da Seleção Brasileira de Vôlei Masculino, Bernardinho, o jogador de vôlei Giba e esposa, o compositor e cantor Paulinho Mosca, o ator Paulo Cesar Grande e as atrizes Cláudia Magno e Helena Ranaldi.
Após uma feira de alimentos na Alemanha, Adriana foi relaxar em Milão
Para nossa sorte, Adriana ainda ministrou diversos cursos bacanas. Eu mesmo já fiz dois com ela e uma degustação harmonizada com vinho. Foi com ela que aprendi aquela estória do CRÉU! Além de tudo isso, a moça tem um par de olhos cor de mel-esverdeados que parecem dois farois, ou as águas do Mar do Caribe, ou esmeraldas saídas do tesouro de algum sultão, ou ... deixa pra lá.
Mas, já me estendi demais nesse introdutório. Fiquem com as saborosas dicas da chef Adriana Nasser e transforme seu evento num sucesso internacional.
Faltam poucos dias para o início da Copa e não se fala em outra coisa no "País do Futebol". Mas, a época de Copa é também um bom período para conhecer o que cada país tem de melhor para oferecer na área gastronômica. Assim sendo, vamos aos pratos típicos dos países que a nossa Seleção irá enfrentar.
Nosso primeiro adversário é a fraquinha Coreia do Norte. Tão difícil quanto citar o nome de um bom atacante norte-coreano é tentar pronunciar os nomes dos pratos típicos deles. Esses carinhas de olhos puxados que irão jogar de uniforme vermelho, não têm tradição nem nos gramados e nem na cozinha. Eles têm tradição de fome.
Ainda assim, o país que é governado por uma mega-ditadura há quase 70 anos, surpreende por seus bons e interessantes temperos. Há alguns anos, os jornais televisivos de todo o mundo mostraram imagens dos norte-coreanos comendo capim, devido à escassez de alimentos no país. Se estiver muito bem temperado, quem sabe.
Vou falar de um tempero e um prato. O tempero Kimchi é uma mistura de pimenta e couve picada que fermenta por vários dias. O prato é o Pajeon Sob Deiji Galbi, uma panqueca de vegetais com ovos, cenoura, cebolinha, cebola e costeletas de porco grelhadas.
Para o Kimchi, basta pegar esse monte de pimenta e ...
Vale lembrar que a culinária dessa região da Ásia está muito associada ao chá. Lá, cada prato vem acompanhado da bebida. No Oriente, o chá é harmonizado com a comida - tanto quanto se recomenda o vinho por aqui. Para o Pajeon, o chá recomendado é o de Ginseng.
A panqueca de vegetais não leva capim
É bom deixar claro que, a pedido dos meninos (leia-se Romoaldo e Ricardo) preciso dar receitas adaptadas para cada uma das "turmas" inventadas por eles. Ou melhor, uma dica de como receber bem os amigos para assistir os jogos em sua casa.
Vamos às classes sociais. São elas: o Rico, o Classe Média B, o Emergente da D para a C e o Lascado de E par abaixo. Tarefa nada fácil essa ...
Para os mais abonados, não tem nem o que falar, né? Basta ligar para um(a) personal chef e encomendar o buffet completo, com direito a garçom e tudo o mais.
A galera da Classe Média B sempre tem uma tia que cozinha pra caramba. Basta vestir a tiazona com um belo avental e colocá-la na cozinha para tirar onda.
No caso dos Emergentes, o negócio começa a complicar. Entre os ingredientes das receitas está o molho de soja Shoyu, que não é barato, a pêra asiática cara pra casseta e a própria costeleta de porco, que se for de qualidade também sai cara ... e por aí vai.
Dá para fazer algumas substituições e encaixar no orçamento mais apertado. Mas, não fica a mesma coisa, vou logo avisando. Para fazer o Shoyu render, adicione e misture água e molho inglês, bem mais em conta.
No lugar da pêra asiática, use a nacional mesmo. Mas, escolha uma bem verde e firme para manter o efeito da crocância. Por fim, no lugar da costeleta de porco, compre costela de vaca ... Afffff!!!
Agora, para o pessoal Lascado, a saída é investir no Baconzitos e incrementar com molho de pimenta, molho inglês com gengibre ou aquele molho agridoce industrializado. Cada convidado leva umas cervejas e você enfeita a mesa com um monte de potinhos com salgadinhos diversos e molhos.
Ah! Ainda tem o Kimchi, aquele molho norte-coreano que citei lá no começo e que mistura pimenta malagueta com couve. É baratinho, baratinho e vai garantir o sucesso do seu evento futebolístico.
Depois de tanta firula, vamos ao que realmente interessa: as receitas!
Pajeon Sob Deiji Galbi
Ingredientes para a Panqueca - Pajeon Sob
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 2 ovos batidos
- 1/5 xícara de água
- 1 molho de cebolinha cortado ao meio e em pedaços de 6 cm
- Pimenta Vermelha
- 1 Colher de chá de sal
- Óleo de soja para cozinhar
Preparo
Misture todos os ingredientes e deixe descansar por 10 minutos. Verifique a consistência antes de cozinhar. A massa deve ser um pouco mais líquida que a massa de panqueca americana para que o Pajeon cozinhe por igual.
Esquente uma frigideira em fogo médio e cubra o fundo com uma fina camada de óleo. Derrame a massa até cobrir o fundo da frigideira com uma fina camada (1/3 da massa deve cobrir uma frigideira média).
Cozinhe por 3 ou 4 minutos, até que a parte de baixo esteja dourada. Vire com uma espátula e termine o cozimento por mais 1 a 2 minutos, adicionado mais óleo se for necessário. Sirva com Shoyu.
Ingredientes para a Costeleta de Porco - Deiji Galbi
- 6 costeletas de porco com 1,5 a 2 cm de espessura (contra-filé com osso)
- 1 xícara de Shoyu
- 3/4 xícara de açúcar
1/2 xícara de água
- 1 pêra asiática
- 1 cebola picada
- 2 colheres de sopa de alho picado
- 4 colheres de sopa de óleo de gergelim
- 1 colher de sopa de pimenta do reino
- 1 colher de sopa de gengibre ralado
Preparo
Deixe as costeletas de molho em água por 1 hora, depois enxague.
No processador de alimentos, coloque a cebola picada e a pêra asiática. Bata até atingir a consistência de purê. Transfira para uma tigela grande. Adicione os demais ingredientes e misture bem.
Deixe as costeletas marinando nessa mistura por 8 a 10 horas. Grelhe numa frigideira com óleo bem quente por 2 a 3 minutos de cada lado. Sirva com a panqueca.
2 comentários:
Que luxo! Conheço a Adriana Nasser, trabalha comigo. Vou experimentar a receita. Humm! Água na boca. Bjos Jac
Que coisa é essa de CRÉU???? kkk
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