Ricardo Icassatti Hermano
Domingo calorento. Acompanhado de Little Mary, fui tomar café da manhã na velha conhecida Praliné Confeitaria Suíça, ali na CLS 205, famosa pelos chocolates. Ela quis reviver algumas lembranças do tempo em que morou naquela Super Quadra. "O Gustavo foi criado aqui", me confidenciou. Gustavo é o filhão querido dela.
Bom mesmo são os chocolates
A fartura de comida é cornucópica. Pães de diversos tipos, inclusive o de queijo, bolos, tortas, quiches, pudins, biscoitos, omeletes, queijos, geleias, panquecas, ovos mexidos e tapioca. Tudo muito bom e gostoso. Pena que não sou chegado a doces e quando me deparo com tantas opções, acabo ficando com o básico pão francês com manteiga, queijo e café.
Little Mary, por outro lado, deu vazão ao lado caipira e mandou ver nas pamonhas, pães de queijo, tortas e ovos mexidos. Temi por nossa segurança porque, logo mais à noite, ela mais um grupo de meninas e eu iríamos nos acabar num baile funk com a banda carioca Monobloco.
Pedi um espresso e a atendente me perguntou se eu queria o "pequeno ou o grande". Hummmmm ... Desconfiado, fiquei com o "pequeno" e perguntei se o estabelecimento contava com um(a) barista. Ela me disse que todas as atendentes fizeram o curso de Barismo e receberam certificado. Abri um sorriso.
O sorriso durou o tempo exato entre o pedido e o primeiro gole no espresso "pequeno", que nada mais era que o espresso normal. Fiquei imaginando qual seria o tamanho do espresso "grande". Não tive coragem de verificar pois o "pequeno" sequer cheirava bem.
O espresso tem apenas dois ingredientes. Um é o grão de café e o outro é a água, que deve ser livre de substâncias como o cloro. Justamente por causa do cheiro que acaba com a bebida. Bebi até o fim, em nome da missão de informar os leitores do blog Café & Conversa. O que eu não faço por vocês ...
A crema até estava decente, mas o resto: cremosidade e untuosidade zero; sabor ruim, azedo; retrogosto horroroso e o cloro dominando a cena. Deixou péssima memória. Não consegui identificar a marca do café, América. Nunca ouvi falar. Passei direto para o suco de laranja e lá fiquei.
Almoço com a filharada e futura nora na Oca da Tribo. É simplesmente o restaurante mais bacana de Brasília e a comida é excelente. O café servido lá, infelizmente não é. Não deram muita atenção à pequena xícara que, via de regra, apenas faz papel de figurante acompanhando o papelzinho da conta. Uma pena.
Oca da Tribo
Nem tanto pela marca, Qualycream, que considero mediana e necessitada de melhoras profundas no blend. O erro está no equipamento e na formação. Também não tem nenhum dos dois. Usam uma máquina doméstica de espresso, que está longe da performance de uma profissional e, além disso, sequer é pilotada por um barista.
Tudo bem que o foco de um restaurante não é o café, mas a bebida deveria receber pelo menos a mesma atenção e cuidados dispensados aos ingredientes dos pratos e às demais bebidas. Uma boa marca e um curso de barismo não são caros. O equipamento profissional demanda mais recursos, mas faz enorme diferença no produto final.
Vai levar um tempo até que os restaurantes se dêem conta disso. Mas, alertá-los é um dos nossos objetivos também. Afinal, quem trabalha em busca da excelência não pode se dar ao luxo de pecar justamente no desfecho de uma bela refeição.
Agora, eu quero ouvir o batidão, quero ouvir o pancadão!!! Vai sair o Bonde do Ricardão!!! Essas meninas não têm mais o que inventar ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário